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GENOGRAMA NA ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Por:   •  19/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  450 Visualizações

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS[pic 1]

CURSO MEDICINA

CAMPUS DE PALMAS

GENOGRAMA NA ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Palmas - TO

Outubro de 2015

DOWGLAS PEREIRA DE OLIVEIRA

HUGO LEONARDO DOS SANTOS TAVARES

MARIA FERNANDA NOGUEIRA CAMARGO

VALDAIR LOPES DE OLIVEIRA FILHO

GENOGRAMA NA ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Trabalho apresentado ao terceiro período do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins, referente à disciplina Saúde da Família – Vivência em Atenção Básica I, em requisito parcial à aprovação, tendo como Prof. Maria Sortênia Alves Guimarães.

Genograma na Estratégia do Programa Saúde da Família

Com o surgimento em 1994 do Programa Saúde da família, as políticas em saúde passaram a ver com maior importância os estudos da saúde no âmbito familiar, para que assim, pudessem realizar as intervenções necessárias, levando em consideração as origens e hábitos familiares. Nessa mudança de estratégia a família passa a ser foco, compreendida a partir do território em que está inserida.

Em cada família existem características biológicas, física e sociais peculiares nas quais as famílias normalmente compartilham, tornando também necessário entender suas diferenças no processo saúde-doença. Isso nos faz reconhecer a importância dos profissionais da saúde primária verem não apenas o paciente, mas ele dentro de um contexto familiar.

Diversas enfermidades que são encontradas nas consultas clínicas só podem ser entendidas quando se tem a família com o papel central no ciclo da vida. Desde modo, ao se analisar mutuamente os aspectos familiares e clínico, a precisão do diagnóstico feito pelo médico terá maior precisão, assim como também a intervenção. Sendo papel dos profissionais da saúde a responsabilidade de explorar os mais diversos fatores familiares e suas contribuições na gênese das doenças.

Com intuito de saber ainda mais as informações do indivíduo, sobretudo pautado em sua família, a melhor ferramenta disponível é o Genograma ou familiograma1. Esse instrumento é utilizado há muito tempo na saúde. Na década de 90 seu uso foi difundido devido a necessidade de se ter dados familiares, o nível sociocultural e outros fatores mensuráveis que seriam importantes para contribuir com os condicionantes dos problemas de saúde.

O Genograma é criado por meio de uma ou mais entrevistas com a família, nessas entrevistas é aconselhado que se busque informações de no mínimo três gerações, possibilitando identificar assim a raiz de algumas doenças hereditárias, a causa de comportamentos preocupantes de algum membro da família ou fatores de riscos aos quais essas pessoas possam estar expostas.

        Normalmente o Genograma começa a ser formulado a partir de um determinado indivíduo, esse indivíduo pode ser referido como “pessoa índice” ou “problema”. A pessoa índice é aquela que será o centro do Genograma e muitas vezes é o motivo específico para o uso dessa ferramenta. O objetivo, em casos assim, será de investigar as causas do “problema” desse indivíduo observando seus familiares e as pessoas com quem se relaciona ou se relacionou.

        Sendo uma representação gráfica, o Genograma utiliza-se de símbolos para representar cada indivíduo, sexo, idade, características importantes e os mais variados tipos de relações interpessoais. Para representar adequadamente, existe uma padronização gráfica que teve origem em 1980, criada por Monica McGoldrick6. Dentre os símbolos usados, estão os indivíduos (homens representados à esquerda do casal como um quadrado e mulheres representadas à direita do casal como círculo), representações de casais (casamento; união; divórcio e separação), idade (representada como um número dentro do círculo ou quadrado), relações interpessoais (proximidade; distanciamento; relação conflituosa; abuso sexual; etc.), número de filhos (representados em ordem de nascimento da esquerda para a direita), entre outros.

Com o uso do Genograma é possível identificar padrões e tendências na composição familiar, assim como dados de suma importância, como a idade, trabalho, separações, mortes entre outros, como o mapa das relações sobre familiares2. Sendo assim, o Genograma torna-se um instrumento eficiente para compreender e analisar os riscos genéticos, ambientais, sociais e comportamentais, dentre outros. Nesse cenário a família passa a ser considerada como o foco central do processo saúde-doença, sendo assim necessário o mapeamento das famílias, com seus padrões, relacionamentos e conflitos. Dessa forma se torna mais fácil descobrir os aspectos determinantes no processo, refletindo sobre as associações e interações de todos os indivíduos nessa unidade social, possibilitando inclusive sumariar e guardar detalhes do histórico familiar, de cada etapa e evento que poderia interferir na gênese da doença.

As informações coletadas pelo Genograma não são estáticas, com o decorrer do tempo elas são constantemente modificadas pela evolução dos eventos ocorridos na família, por isso sua necessidade de periodicamente ser atualizado. Permite assim, um diagnóstico familiar preciso, no qual o profissional instrumentaliza os dados e os leva em consideração para a tomada da decisão em relação à qual procedimento realizar.

De forma sucinta, o Genograma pode ser diferido em dois tipos: estrutural e o funcional3. O Genograma estrutural traz a arquitetura familiar, seus membros, idades, doenças ou fatores de risco, situação de trabalho, as mortes e o cuidador principal. Já o Genograma funcional é complementar ao estrutural, pois traz uma visão dinâmica das relações internas dos membros da família, podendo ter influências diretas com a problemática do paciente. Ambos são importantes para atividades preventivas adotadas por equipes de Saúde da Família.

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