Leitura e Escrita Acadêmica
Por: Jorgeadonis • 13/4/2023 • Trabalho acadêmico • 1.269 Palavras (6 Páginas) • 90 Visualizações
Ana Cláudia Terencio de Araújo Lopes
O DESAFIO DA INTERVENÇÃO SOCIAL COM FAMÍLIAS VULNERÁVEIS:
Análise do Projeto Família no CRAS – Figueira – Duque de Caxias
Ana Claúdia Terencio de Araújo
O DESAFIO DA INTERVENÇÃO SOCIAL COM FAMÍLIAS VULNERÁVEIS:
Análise do Projeto Família no CRAS Figueira – Duque de Caxias
Projeto de Intervênção apresentado a Graduação em Serviço Social da Universidade Anhanguera.
Orientadora: Profa. Maria Antonia Cruz Ferreira
APRESENTAÇÃO
O presente trabalho tem como objeto a experiência do Projeto Família no CRAS Figueira, em Duque de Caxias - RJ. Este trabalho busca projetar as estratégias utilizadas junto às famílias em situação de vulnerabilidade social. Visa identificar tanto o perfil de vulnerabilidade das famílias quanto à intervenção a ser realizada, tendo como parâmetro os objetivos e diretrizes do Projeto bem como as estratégias colaborativas de intervenção com famílias vulneráveis. Dessa maneira, a pesquisa pretende contribuir para maior clareza do conteúdo estudado bem como seu fortalecimento, tendo em vista os grandes desafios da intervenção com famílias vulneráveis.
Palavras-chave: vulnerabilidade social; CRAS; acompanhamento familiar; intervenção colaborativa.
JUSTIFICATIVA
O Projeto Família ficou instituído a promover ações integradas que favorecessem a inserção e permanência, na rede de serviços das políticas públicas, de famílias em situação de alta vulnerabilidade social no Município de Duque de Caxias em consonância com as diretrizes do Plano Brasil sem Miséria, determinado pelo Decreto nº 7.492, de 02 dejunho de 2011.
Neste contexto, o Projeto Família surgiu com o objetivo de inclusão social de famílias em maior situação de vulnerabilidade social. Dessa forma, busca analisar as ações empreendidas pelo Projeto referido, a partir da atuação dos atores envolvidos, técnicos executores, famílias acompanhadas e gestores locais.
O projeto estruturou em torno das perguntas: como o Projeto será executado? Quais serão os principais elementos presentes no cotidiano de implementação do Projeto que influenciam a intervenção? A intervenção foi uma abordagem tradicional ou colaborativa? O acompanhamento realizado encontra-se articulado com os objetivos propostos no Plano de Ação Familiar - PAF?
OBJETIVOS GERAIS
A relevância em evidenciar a implantação do projeto e sua sinergia ou não entre o programado e o executado bem como a análise das ações empreendidas no projeto a partir da atuação dos técnicos ratificam a necessidade de ampliação em torno do desafio da intervenção social. Acrescenta-se que a análise dos processos de implantação e implementação dos projetos sociais tem sido incipiente apesar de sua proeminência.
A busca por compreender melhor o cenário complexo da intervenção social com famílias em situação de vulnerabilidade é também motivada pela trajetória profissional da pesquisadora, uma vez que ela se encontra inserida no nível local de execução, CRAS Figueira, Duque de caxias, RJ. Logo, atua diretamente com Projeto em questão. Portanto ,esse envolvimento presente no cotidiano de trabalho, corrobora o interesse em traduzir os desafios da intervenção social com as famílias vulneráveis.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A utilização da metodologia quantitativa e qualitativa. No intuito de tentar interpretar um pouco da complexidade da realidade social. Vale ressaltar que não é uma seleção aleatória das famílias e sim dentro de dois critérios concomitantes: as famílias com maior índice de vulnerabilidade e com a presença da vulnerabilidade relacional. Esta vulnerabilidade consta como critério justamente por ser menos tangível.
PÚBLICO ALVO
Famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social. É relevante destacar o conceito de vulnerabilidade social, expressão muito difundida nas políticas sociais, da importância do acionamento de ativos nas famílias acompanhadas bem como a existência de estrutura de oportunidade para essas famílias.
Vulnerabilidade social e pobreza: proximidades e distâncias
O tema vulnerabilidade social insere-se no campo de conhecimento sobre apobreza, possibilitando uma compreensão mais diversificada da realidade ao identificar, de forma mais clara, as múltiplas causas e as diversas maneiras em que indivíduos e famílias vivem e enfrentam condições de privações múltiplas.
A origem do conceito de vulnerabilidade social é oriunda do período do pós-guerra quando os estudos sobre grandes catástrofes e desastres naturais incorporaram à análise a capacidade de resposta de indivíduos. No intuito de buscar outras dimensões para entender a emaranhada rede de relações humana-físico-sociais que existe no âmago dos grandes desastres a pesquisa foi para além do aspecto biofísico do fenômeno.
No decorrer dos anos, a sua terminologia foi sendo constituída por concepções e dimensões diversas relacionadas à área da saúde, economia, ambiental, direitos, dentre outros. Na saúde, a vulnerabilidade refere-se a questões epidemiológicas que abarcam grupos sociais e comportamentos de risco. Na economia, relaciona-se às variáveis de renda e consumo bem como as condições gerais da pobreza. Na sociologia há a ampliação do conceito de vulnerabilidade, que incluem capacidades, perspectivas de trabalho, subsistência e condições de vida. (DIGIOVANI, 2013).
Nos anos 1990, com o agravamento da pobreza e da desigualdade social, na região Latino-americana, somada aos escassos resultados adquiridos com os enfoques centrados nos aspectos econômicos, foi fomentado um intenso debate sobre a necessidade de um conceito mais amplo e dinâmico para lidar com a pobreza. Desde então, a expressão vulnerabilidade social tem sido difundida recorrentemente no campo das políticas sociais.
Mas, vale elucidar que as famílias pobres não são, necessariamente, vulneráveis, e, da mesma forma, que nem todas as famílias vulneráveis são pobres. “Seguramente, a pobreza agrava as vulnerabilidades, os riscos e as fragilidades, mas não significa que todas as vulnerabilidades, riscos e fragilidades existam por causa da pobreza.” (SPOSATI, 2009, p.28).
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