O CULTURALISMO AMERICANO ANTROPOLOGIA

                                                               

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS- CCHL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS  SOCIAIS- DCIES

FRANCISCA ANA CLAUDIA LIMA ALVES

O CULTURALISMO AMERICANO

Teresina- 2019

       A inserção de todas as populações em uma única história humana, teve por base a hierarquia evolutiva e a antropologia não se satisfez com essa forma de explicação. A partir do século XIX, a antropologia passou a criticar as teorias evolucionistas e positivistas.

       Concominantemente com Franz Boas e Malinowsky, surge o trabalho de campo, que tem por objetivo a coleta de dados de forma direta e não mais indireta como na antropologia de gabinete. Com o início do trabalho de campo, foi possível observar que o sistema cultural dos povos era bem mais complexo do que os antropologos evolucionistas e positivistas pensavam. Para Franz Boas, é impossível comparar sociedades e provar que algumas são evoluidas e outras são atrasadas. Para ele, temos que olhar para as sociedades de forma relativa, analisando cada conjunto de normas a partir de cada sociedade e não às comparando. Boas fala na pluralidade de culturas, assim, para ele, cada sociedade possui sua própria cultura e isso inviabiliza a comparação das mesmas.

       Nesse sistema de culturas, é fundado o relativismo cultural, que foi uma política de enfrentamento para o racismo e para qualquer outro tipo de preconceito, mas isso acabou gerando um impasse no século XX, pois se cada cultura possui o seu conjunto de normas, é preciso aceitar cada cultura com as suas normas. Porém, alguns costumes pareciam inaceitáveis, como a multilação genital em mulheres. Uma forma para solucionar esse impasse, é pensar a partir de termos de poder dentro de cada cultura. Se determinado costume oprime uma parcela da sociedade e essa parcela se sente oprimida, é justo criticar esse costume, mas a crítica deve ser feita diante dos critérios daquela cultura.

       Desde o século XIX , estudiosos começaram a perceber que diferentes culturas produzem diferentes padrões  culturais e isso da origem a padrões e práticas regulares. Boas teve duas alunas (Margaret mead e Ruth Benedict) que perceberam que os padões culturais além de criarem comportamentos regulares, também começaram a criar inclinações semelhantes entre indivíduos, assim, cada cultura criaria uma personalidade padrão que mesmo tendo variações, ela seria predominante sobre outras. A cultura pode ser comparada a uma lente que filtra tudo o que vemos, percebemos e sentimos. Ou seja, não tem como ver o mundo a não ser pelo filtro de cada cultura e eum dos elementos centrai dessa forma de percepção do mundo, é a linguagem, que é um mecanismo de transmissão de valores, ideias e formas de ver o mundo. Como exemplo, o papel da mulher, que era direcionado aos cuidados do lar, foi um costume cultural na década de 60 e 70, hoje isso não é mais considerado natural e chamamos isso de desnaturalização. A        quilo que foi considerado normal e natural, hpje sabemos que é apenas uma forma entre várias formas culturais e tanto Benedict quanto Mead, tiveram grande influência no feminismo, pois elas revolucionaram o pensamento de suas épocas, desnaturalizaram o que era considerado natural.