O Enfoque da Dialética Materialista Histórica na Pesquisa Educacional
Por: Felipe Madeira • 25/3/2021 • Resenha • 977 Palavras (4 Páginas) • 759 Visualizações
Aluno: Felipe Rodrigues Madeira
Disciplina: 2PET 068 - Metodologia e Métodos de Pesquisa em Educação Tecnológica
DOCENTES: Prof.ª Dr.ª Silvani Valentim; Prof. Dr. A.Vitor Guimarães
RESENHA SOBRE O CAPÍTULO 6 DO LIVRO:
Metodologia da Pesquisa Educacional, 6ed. | 2000
O Enfoque da Dialética Materialista Histórica na Pesquisa Educacional
Autor: Gaudêncio Frigotto
Frigotto é graduado e Bacharel em Filosofia e Pedagogia pela UNIJUI, tem mestrado em Administração de Sistemas Educacionais pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e doutorado em Educação: História, Política, Sociedade - pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor associado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor Titular em Economia Política da Educação na Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Fundamentos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação e trabalho, educação básica e educação técnica e profissional na perspectiva da politecnia, educação e a especificidade das relações de classe do capitalismo no Brasil. Foi eleito Personalidade Educacional no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2011, uma iniciativa da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Jornal Folha Dirigida e Associação Brasileira de Educação (ABE).
A contribuição de Frigotto, para o livro organizado por Ivani Fazenda, nos provoca a considerar a íntima relação entre a dialética fundamentada e a pesquisa educacional. Trazendo à luz da análise pelo leitor a metodologia de pesquisa e a referência dialética do propósito em gerar o conhecimento. Como pesquisar dialeticamente? É uma abordagem deste capítulo.
O texto tem gênese no conceito grego de dialética, quando o autor fundamenta a dialética, que será referência em sua narrativa, como aquela que está apoiada em um ponto de partida claramente definido como materialismo histórico. Imediatamente na sequência Frigotto enfatiza que a dialética, para ser materialista e histórica, não pode ter limites doutrinadores, e sim abranger a totalidade, ser perder o enfoque específico, singular e particular. Justificadamente por sua construção histórica.
Interessantemente a leitura nos aponta para o objetivo do capítulo, onde o autor que chegar. Nesta passagem Frigotto indica que a prática da pesquisa incorpora a perspectiva dialética. É o momento que ele faz lembrar que não há sentido em colocar etapas estanques como dogma da pesquisa e que não é necessário mistificar o excesso de formalidade nos projetos.
A sequência do capítulo intitula dimensões, conceitos e perspectivas sobre a dialética materialista histórica. Ao relacionar o desafio do pensamento como responsável por trazer a realidade da dialética Frigotto recorda ao leitor que o reflexo entre estes dois campos implica na subjetividade. Enfatizando assim a contradição entre o desenvolvimento e a transformação dos fatos. O fenômeno versus a essência.
Romper com o modo de pensar dominante é necessário para a instauração do método dialético de investigação. À luz desta passagem o texto nos alerta sobre a armadilha em que a investigação na área da educação está contida. Que é não dar a devida relevância ao inventário crítico das diferentes visões de realidade participantes do mundo cultural dilatado acolhido pela extensão da fronteira das ciências sociais.
Mais à frente o autor indica a maneira de distinguir a investigação da exposição. Apresenta também sua experiência em perceber as dificuldades em projetos de pesquisa na área da educação, quando o pesquisador procura detalhar com esmero um quadro referencial de análise em detrimento de expor o caráter relativo, parcial e provisório de todo conhecimento histórico. A frase: “A distinção entre o fundamental e o secundário, o necessário e o fortuito é princípio epistemológico sem o qual não é possível construir conhecimento científico.” ilustra bem esse raciocínio.
Frigotto explora ainda o fechamento exagerado em metodologias, categorias de análise, e referencial teórico, que pode provocar o isolamento do método e aumentar a abscissa entre a prática e o conhecimento. Bem como a falsa contraposição entre quantidade e qualidade. Qual o sentido em realizar a pesquisa? Inquieta e provoca o leitor (pesquisador) esta ponderação do texto.
Então o autor nos conduz a conclusão, passando por mencionar que a busca pelo materialismo histórico não tem limite no entendimento de categorias e conceitos, mas sim deve almejar desvendar as leis fundamentais que determinam um problema objeto de pesquisa, os avanços do conhecimento, uma tese, antítese e síntese. Síntese no plano da realidade histórica que se transformará em uma nova tese.
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