O Ensaio sobre Ciências Sociais e Gestão Democrática

Ensaio sobre Ciências Sociais e gestão democrática

Levando em conta fatores econômicos, políticos, estruturais, pedagógicos, sociais, entre outros, a gestão escolar é o meio pelo qual as instituições educacionais são conduzidas e organizadas. É a partir das ações de gestão que as escolas adquirem os métodos e as perspectivas para o desenvolvimento do processo educativo. Relacionado a isso está a sua democratização, que tem sido um tema comum nos ambientes educacionais. Afinal, essa filosofia de gestão trouxe novas perspectivas para a educação no Brasil, pois trouxe avanços significativos na educação, como a participação da comunidade escolar na seleção de diretores escolares e a implantação de conselhos escolares com poder deliberativo e de decisão e o Cientista Social pode, e deve, fazer parte de todo esse processo com seus conhecimentos, tornando o processo de gestão mais democrático possível.

Envolver a comunidade escolar no processo de gestão das escolas, principalmente das públicas, é um desejo e um dos grandes desafios da gestão escolar na atualidade, pois somente com a participação ativa de todos os envolvidos no processo educacional, pode-se afirmar que existe realmente uma gestão escolar democrática e participativa, um cientista social neste caso pode ser um diferencial porque ele tem o conhecimento e a capacidade de compreender o contexto social, a especificidade e a cultura da comunidade o atendimento escolar pode ser o elo entre a escola e o comunidade.

Alguns conhecimentos do Cientista Social podem ajudar a criar vínculos entre escolas e comunidades, como o campo do método científico, que permitirá a pesquisa social antropológica em comunidades escolares, e esse conhecimento pode ser utilizado como informação para a formulação de diagnósticos sociais. A imaginação sociológica reflete o caráter processual de diagnóstico permanente, com acompanhamento e revisão sistemática, estabelecendo vínculos entre teoria e prática e um processo ação-reflexão-ação.

Quando atribuímos o caráter democrático à gestão escolar, devemos agregar as ideias de cooperação mútua, partilha de poder, percepção e sensibilidade às necessidades envolvidas no processo educacional como as sociais, étnicas, religiosas, cultural, e buscar desenvolver as potencialidades dos envolvidos na educação para que as escolas possam agregar ideias e estratégias de forma mais ampla.

Para o planejamento democrático nas escolas, as decisões devem ser tomadas de comum acordo entre os diferentes membros da comunidade escolar, sempre tendo o cuidado de respeitar a heterogeneidade e a individualidade de cada indivíduo. As escolas atuais enfrentam as realidades da diversidade e dos novos desafios educacionais e, como resultado, devem ser estabelecidas condições mais adequadas para acomodar a diversidade cultural e econômica de cada comunidade local.

A capacidade de desnaturalizar, exercitar percepções de diversidade cultural dentro da escola já fazem parte da formação do Cientista Social. LIBÂNEO (2001 p. 156) cita a ideia de que “as escolas precisam considerar a diversidade e as diferenças culturais para representar os interesses de todos os alunos em um currículo comum”. É necessário realizar pesquisas quantitativas ou qualitativas que ajudem a diagnosticar o contexto social da escola e da comunidade que a acolhe na construção PPP e consequentemente ajudam a melhorar a gestão e participação na gestão.

É muito fazer uma pesquisa para diagnóstico na escola, e essa deve começar pelos alunos que a escola acolhe, entendendo-os melhor, de onde vêm, quais são suas expectativas e quão conhecedores são os alunos. É necessário informar os alunos sobre a importância das escolas reunirem esse conhecimento sobre eles. Os diagnósticos vão desde os alunos até as relações com a comunidade local, avaliando a situação real no terreno para diagnosticar o seu problema e depois corrigi-lo.

Segundo Libâneo (2001, p. 139).