O Envelhecimento Humano
Por: angelicaadriane • 6/6/2015 • Trabalho acadêmico • 5.904 Palavras (24 Páginas) • 255 Visualizações
SUMÁRIO[pic 1]
1. INTRODUÇÃO
2. O ENVELHECIMENTO HUMANO
3. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
4. COMO A VELHICE TEM SIDO VISTA AO LONGO DO TEMPO?
5. HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS IDOSOS
6. CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO DO ENVELHECIMENTO NO BRASIL
6.1 Capitalismo
6.2 Família
6.3 O mercado de trabalho
7. INTERVENÇÕES E O ASSISTENTE SOCIAL
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento humano é um processo contínuo, determinado e não temos como fugir dele. No Brasil esse processo está em rápida ascendência desde a década de 60, alguns fatores foram determinantes para o prolongamento da vida dos brasileiros como os avanços na ciência, as melhorias no saneamento básico e o combate às doenças infectocontagiosas e parasitárias.
Mas o país está preparado para lidar com os diversos problemas sociais que o envelhecimento acarreta?
Envelhecer é uma dádiva, porém essa sobrevida deve ser permeada por caminhos que façam o idoso ter autonomia, dignidade e qualidade de vida. Desse modo esse trabalho busca mostrar os desafios que o Brasil enfrenta diante desse processo, como a sociedade vê o idoso ao longo do tempo, quais são as leis existentes no país que o ampara, o efeito do capitalismo na vida do idoso, o seu papel na família hoje, sua inserção no mercado de trabalho e o papel do assistente social nesse contexto.
Esse trabalho teve como base o artigo de Aldaíza Sposati, “Exclusão social abaixo da linha do Equador” somado a artigos científicos que abordaram a temática do idoso.
2. O ENVELHECIMENTO HUMANO
O envelhecimento é um processo natural, todo ser vivo envelhece e não é diferente com o ser humano.
Segundo Santos (2001), o envelhecimento leva o homem a sofrer mudanças biológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e sociais. As modificações biológicas são as morfológicas (quanto à forma do corpo) e vão denunciar o envelhecimento, como o aparecimento de rugas, cabelos brancos e outros tantos aspectos próprios do ser idoso. As fisiológicas estão diretamente ligadas às funções do corpo que com o passar dos anos não serão mais as mesmas, pois com o envelhecimento vão se tornando mais lentas. As modificações bioquímicas se referem às transformações nas reações químicas (metabolismo). As psicológicas serão determinantes para os idosos, está relacionada à capacidade de adaptação à sua nova condição, acontecerá no dia a dia. Nos países que possuem o capitalismo como modo de produção, as modificações sociais são mais desastrosas para o idoso, pois se referem às relações sociais que se tornam mais estreitas devido à diminuição da produtividade, do fator físico e econômico.
Dentre essas modificações são as psicológicas e as sociais que influenciarão as outras no decorrer desse processo, positiva ou negativamente. Se positiva levará a uma maior qualidade de vida, a negativa terá maiores chances de acometimento de doenças e demências.
Ao longo do seu avanço cronológico, o corpo humano sofre desgastes que implicam em mudanças fisiológicas, as quais, por sua vez, podem dificultar a adaptação do ser humano idoso á sua nova condição, levando-o a uma condição de dependência física funcional do indivíduo. (GANDOLPHO, 2006)
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1984), uma população é considerada idosa quando a proporção de pessoas com 60 anos ou mais atingem 7% da população total com tendência a crescer. A OMS define como idoso o limite de 65 anos ou mais de idade para indivíduos de países desenvolvidos, que têm alto nível de desenvolvimento econômico e social, e 60 anos ou mais para indivíduos de países em desenvolvimento, que possui um padrão de vida entre baixo e médio, uma base industrial em desenvolvimento e um índice de desenvolvimento humano (IDH), variando entre médio e elevado. O Brasil se insere na segunda classificação.
O envelhecimento ocorre para cada pessoa dependendo do país ao qual está inserido, este lhe proporciona melhores condições para seu envelhecimento. Segundo Debert (1999), a velhice tem sido tratada de acordo com períodos históricos e com a estrutura social, cultural, econômica e política de cada nação, e que os valores intrínsecos à representação que uma sociedade tem da velhice serão os norteadores responsáveis pelas ações que possibilitam ou não a proteção e inclusão social de seus idosos, como também a qualidade das relações estabelecidas com as pessoas idosas.
3. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
De acordo com censo demográfico de 2010 (IBGE, 2011), a população brasileira de hoje é de 190.755.199 milhões de pessoas, 51% são mulheres, cerca de 97 milhões, 49% são homens, cerca de 93 milhões. A população idosa é de 20.590.599 milhões, o que equivale a aproximadamente 10,8% da população total, dessa porcentagem, 55,5% (11.434.487) são do sexo feminino e 44,5% (9,156. 112) são do sexo masculino. Podemos inferir uma tendência a feminização dos idosos devido a maior expectativa de vida das mulheres, que vivem 8 anos a mais que os homens. Existem fatores que explicam esse fenômeno; segundo Bandeira, Melo e Pinheiro (2010, apud KÜCHEMANN, 2012, p.166)[1] estudos indicam que os homens se envolvem mais em mortes violentas que as mulheres, acidentes e assassinatos, geralmente entre as idades de 17 a 24 anos, e devido às mulheres serem mais cautelosas quanto à saúde em comparação aos homens.
O envelhecimento da população é um acontecimento mundial, nos países desenvolvidos demandou mais tempo, ocorrendo em um cenário socioeconômico favorável que permitiu a expansão nos programas de proteção social. Nos países em desenvolvimento como é o caso do Brasil o envelhecimento está ocorrendo em meio à crise econômica que dificulta a expansão do sistema de proteção social para todos os grupos etários, principalmente para os idosos. Nos países desenvolvidos os programas sociais direcionados a enfrentar o processo de envelhecimento ganharam força na década de 70 e tinham por objetivo a manutenção do papel social dos idosos, sua reinserção na sociedade e o mais importante, a preservação da autonomia do idoso. Através dos sistemas de seguridade social a renda já tinha sido garantida. Nos países em desenvolvimento, o envelhecimento vai entrando para o rol das questões sociais não resolvidas, podemos citar a pobreza, os elevados níveis de desigualdades sociais e a crescente exclusão de um contingente de pessoas cada vez maior.
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