O Estudo Dirigido
Por: natalia944 • 21/6/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.859 Palavras (8 Páginas) • 287 Visualizações
Universidade de Brasília[pic 1]
Instituto de Ciências Sociais
Introdução à Sociologia
Professor Bruno Hoffmann Velloso da Silva
Turma E
Aluno: Natália de Oliveira Sousa
Matrícula: 12/0167808
Estudo dirigido 3:
Com base no texto “A Ciência como Vocação” (2002) de Weber, escreva um texto dissertativo que comente o significado da vocação científica na cultura moderna. Para tanto, a) procure tratar da ideia de “desencantamento” do mundo, apresentada por Weber; b) comente a avaliação feita por Weber de que "a vida individual do civilizado está imersa no 'progresso' e no infinito [...]" (2002, p. 31); c) aborde a perspectiva de Weber sobre "a contribuição positiva da ciência para a vida prática e pessoal" (2002, p. 45).
Em “ A Ciência da Vocação”, Weber (2002, p.17), apresenta um quadro comparativo entre as profissões de um cientista nos Estados Unidos e de um cientista na Alemanha.
Na Alemanha, a carreira de um jovem que se consagra a ciência, se inicia como Privatdozent. O candidato se habilita ao ensino superior redigindo uma tese e submetendo-se a exames, sendo aceito, ele consegue licença para ministrar cursos de assuntos que desejar, recebendo como pagamento apenas a taxa que os alunos pagam, assim, Weber (2002, p. 18) afirmava que a carreira de um homem de ciência se apoia em alicerces plutocráticos, pois precisaria de uma certa condição financeira para se sustentar durante uns anos de sua carreira acadêmica. Porem esses jovens cientistas alemães, não conseguem dar tantos cursos como gostaria, apesar de poder oferecer quantos cursos queira de sua especialização. Isso acontece pelo fato dos grandes cursos serem administrados por professores mais velhos, assim, tomar o lugar destes seria uma indelicadeza. Isso gera uma vantagem de se ter mais tempo para se dedicar as ciências
Nos Estados Unidos, o jovem cientistas tem como função de assistente, e deste que inicia sua carreira, eles recebem um pagamento fixo. Durante sua juventude ele se vê sobrecarregado de trabalho, pelo fato de receber um salário para exercer sua profissão, podendo ser despedido em qualquer instante, caso não suprem as expectativas da instituição que se resume em “sala cheia”. O que difere do sistema alemã, que justamente por não ser remunerado, o cargo é vitalício.
Atualmente o sistema universitário alemão, se orienta com bases nos padrões do sistema norte-americano, de acordo com Weber (2002, p.19), os grandes institutos de ciência e de medicina se transformaram em empresas de “capitalismo estatal”. Já não é possível geri-las sem dispor de recursos financeiros.
Segundo, Weber (2002, p.22), a vocação cientifica apresenta duplo aspecto, o de professor e o de cientista, e esses aspectos, segundo ele não são coincidentes, sendo possível ser um bom cientista e um péssimo professor. Para ele avalia-se um bom ou mau professor pela assiduidade com que os estudantes procuram os professores por motivos alheios a ciência, desta forma ele não concorda com a forma que as universidades alemãs concorrem para atrair estudantes.
O autor afirma que não é a quantidade de ouvintes que vai decidir o sucesso do profissional, mas a admiração que um número mínimo de ouvintes tem por ele.
“ Ninguém o contestara, mas não é, de maneira alguma, o número de ouvintes que dará a solução do problema. Aquela capacidade depende – para voltar ao nosso tema – de um dom pessoal e de maneira alguma se confunde com os conhecimentos científicos de que seja possuidora a pessoa” (Weber, 2002, p.23)
Weber (2002, p.22), duvidava da capacidade do professor de ter duas aptidões, a de pesquisador e a de professor, bem desenvolvidas, para ele é uma mera coincidência encontrarem no mesmo homem. Na atualidade a pratica da vocação cientifica está condicionada pelo fato de a ciência entrar em estágio de especialização, antes desconhecido.
O sociólogo alega que a paixão e o trabalho andam juntas. Sem essa paixão o pesquisador não possuirá vocação para ser cientista “ Com efeito, para o homem, enquanto homem, nada tem valor a menos que ele possa fazê-lo com paixão” (Weber 2002, p.25), porém por mais forte seja essa paixão, não é o suficiente para alcançar o sucesso. Para Weber, a intuição também é necessária, “ o trabalho e a paixão fazem com que surja a intuição, especialmente quando ambas atuam ao mesmo tempo” (Weber 2002, p.26), entretanto essa intuição não manifesta quando queremos, mas quando ela quer, como exemplo Weber utilizou o surgimento de ideias, segundo ele as ideias não surgem quando estamos sentados em uma poltrona, ou quando estamos fumando, ou mesmo em nossa mesa de trabalho e sim em momentos inusitados e quando menos esperamos, porem elas não ocorreriam, se não houvesse uma longa reflexão.
Segundo Weber (2002, p.27 e 28), as inspirações científicas, é algo que depende de fatores que muitas vezes ignoramos, além dos “dons”, e que no campo da ciência, só tem “personalidade” quem está pura e simplesmente ao serviço da causa. Faz-se uma comparação entre cientista e artista, e fala que apesar da existência de condições prévias, comuns ao nosso trabalho e a arte, o trabalho científico está submetido a um destino que o distingue profundamente do trabalho artístico, O trabalho científico fica inserido na corrente do progresso, enquanto o trabalho artístico está ao contrário, não existe neste sentido nenhum progresso. O sociólogo compara outra vez a ciência e a arte, quando fala que a arte pode envelhecer mais nunca será ultrapassada, mas pelo contrário, fala que na ciência, toda realização científica pode ficar ultrapassada pelo fato de surgir outros questionamentos.
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