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O MEU CABELO NÃO É RUIM. RUIM, É O SEU PRECONCEITO

Por:   •  13/6/2019  •  Projeto de pesquisa  •  9.134 Palavras (37 Páginas)  •  345 Visualizações

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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇAO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA – UNILAB

INSTITUTO DE HUMANIDADES E LETRAS – IHL

BACHARELADO EM HUMANIDADES - BHU

BRENA COSTA DA SILVA

“O MEU CABELO NÃO É RUIM. RUIM, É O SEU PRECONCEITO”. O cabelo negro e o preconceito racial na construção de identidades.

REDENÇÃO - CE

2017

BRENA COSTA DA SILVA

“O MEU CABELO NÃO É RUIM. RUIM, É O SEU PRECONCEITO”. O cabelo negro e o preconceito racial na construção de identidades.

Trabalho de conclusão de curso a ser apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em humanidades na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB.

 

Orientadora: Prof.ª. Drª Artemisa Odila Cande

Monteiro

REDENÇÃO - CE

2017

BRENA COSTA DA SILVA

“O MEU CABELO NÃO É RUIM. RUIM, É O SEU PRECONCEITO”. O cabelo negro e o preconceito racial na construção de identidades.

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Bacharelado em Humanidades, para obtenção do título de bacharel em humanidades, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Orientadora: Profª Drª Artemisa Odila Cande Monteiro.

Data da aprovação: ______ / _______ / _______ Nota: _________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Profª Drª Artemisa Odila Cande Monteiro

(Orientadora)

____________________________________________

 ____________________________________________

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO        4

1.1 Objetivos        7

1.1.1 Objetivo geral        7

1.1.2 Objetivos específicos        7

1.3 Justificativa        7

2. REFERENCIAL TEÓRICO        10

2.1 A mulher negra e o desafio da afirmação da identidade étnico-racial        10

2.1.1 A questão social da mulher negra no Brasil        11

2.1.2 A mulher negra e os dilemas de identitários nos espaços de tomada de decisão        14

2.1.3 Relatos de vivências        16

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS        19

3.1 Métodos de pesquisa        19

3.2 Técnicas de coleta de dados        21

3.2.1 Limitações da pesquisa        22

3.2.2 Locais de realização da pesquisa e os sujeitos        23

4. RESULTADOS        25

5. IMPRESSÕES DO CAMPO        26

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS        27


1. INTRODUÇÃO

Ao falarmos sobre corpo e cabelo negro, inevitavelmente, nos aproximamos da discussão sobre identidade negra. Para Nilma (2008) “Essa identidade é vista como um processo que não se dá apenas a começar do olhar de dentro, do próprio negro sobre si mesmo e seu corpo, mas também na relação com o olhar do outro, do que está fora. É essa relação tensa, conflituosa e complexa que este texto privilegia, vendo-a a partir da mediação realizada pelo corpo e pela expressão da estética negra”. De acordo com o antropólogo Kabengele Munanga:

A identidade é uma realidade sempre presente em todas as sociedades humanas. Qualquer grupo humano, através do seu sistema axiológico sempre selecionou alguns aspectos pertinentes de sua cultura para definir-se em contraposição ao alheio. A definição de si (auto definição) e a definição dos outros (identidade atribuída) têm funções conhecidas: a defesa da unidade do grupo, a proteção do território contra inimigos externos, as manipulações ideológicas por interesses econômicos, políticos, psicológicos, etc. (MUNANGA, 1994: 177-178).

Atualmente no Brasil muitas mulheres negras ou brancas ainda vivenciam esse procedimento secular de alisamento dos cabelos, mas na contramão, principalmente em grandes centros, porém desde a chegada do negro africano na América portuguesa muitos afirmam embasados em um conceito de democracia racial que o preconceito contra os negros ou contra os seus sucessores não existe no Brasil, ou seja, o que se presencia são apenas brincadeiras e que não se caracterizam como racismo, e com isso vieram também os estereótipos eurocêntricos que muitas mulheres negras enfrentam para serem aceitas na sociedade e em particular no mercado de trabalho.

No Brasil, o problema é crônico, embora seja mascarado. Há uma falsa ideia de que o país está aberto a todos do mundo. Aqui todos são bem-vindos e bem tratados. Até mesmo o logo do Governo Federal pode ser interpretado dessa maneira: “Brasil, um país de todos”. Isso é falácia. Por resultado do massacre que foi a escravidão e dos problemas sociais enfrentados até hoje, os negros e seus descendentes sofrem preconceito direta e indiretamente. Quem nunca manifestou insegurança simplesmente por cruzar com um negro por uma rua vazia à noite? É o preconceito estabelecido de que todo negro é perigoso. Nesse sentido é visto que construir uma identidade boa aqui no Brasil muitas vezes é negar-se negro, um desafio que muitos negros e negras brasileiros (as) enfrentam diariamente. Por tanto vale salientar que a identidade negra aqui no Brasil é vista como algo ruim e de valor questionável, dando espaço para o preconceito que muitas vezes é visto apenas como “brincadeiras”.

O racismo é, por um lado, um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo, etc. Ele é por outro lado um conjunto de ideias e imagens referente aos grupos humanos que acreditam na existência de raças superiores e inferiores. O racismo também resulta da vontade de se impor uma verdade ou uma crença particular como única e verdadeira. Portanto segundo Hélio Santos (2001: 85), o racismo parte do pressuposto da “superioridade de um grupo racial sobre outro” assim como da “crença de que determinado grupo possui defeitos de ordem moral e intelectual que lhe são próprios”.

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