O Resumo Mulheres Comunistas
Por: Kaliel Alejandro • 15/11/2021 • Trabalho acadêmico • 1.999 Palavras (8 Páginas) • 118 Visualizações
Mulheres Comunistas
Em 1848, um oficial de artilharia e colega de trabalho próximo de Marx e Engels chamado Joseph Weydemeyer, imigrou para os Estados Unidos e fundou a primeira organização marxista da história do país. Em 1852, quando Weydemeyer criou a Liga Proletária no qual não parecia haver nenhuma mulher associada, e se houve elas infelizmente vieram a cair no anonimato histórico, ao longo das décadas posteriores, as mulheres permaneceram ativas em suas associações operárias, no movimento antiescravagista e no desenvolvimento de campanhas pelos próprios direitos. Mas, para todos os efeitos, pareciam estar ausentes das fileiras do movimento socialista marxista. Assim como a Liga Proletária, a Associação Nacional de Trabalhadores e a Agremiação Comunista eram totalmente dominadas por homens. Mesmo o Partido Trabalhista Socialista era predominantemente masculino, foi então que a partir de 1900 isso viria a mudar na medida que a reivindicação geral pela igualdade feminina se fortalecia, as mulheres eram cada vez mais atraídas para a luta por mudança social, então em 1908, o Partido Socialista criou a comissão nacional de mulheres e no dia 8 de março daquele ano, as mulheres socialistas do Lower East Side, em Nova York, organizaram uma manifestação de massa em apoio ao sufrágio igualitário, tanto que nessa mesma data continua a ser comemorado no mundo como o Dia Internacional da Mulher. Quando o Partido Comunista foi fundado, em 1919 (foram criados dois partidos comunistas, que mais tarde se fundiriam), entre as mulheres que haviam integrado o Partido Socialista estavam as primeiras líderes e ativistas. foram elas...
LUCY PARSONS nascida em 1853, no Texas escravista, viu com seus próprios olhos os linchamentos da Ku Klux Klan e precisou fugir para Chicago em 1871, quando se uniu a um homem branco, seu futuro companheiro, Albert Parsons o mesmo que viria a se tornar um mártir para Lucy, O ano de 1886 marcou uma inflexão na história estadunidense. Em 1º de Maio foi declarada uma greve geral. Em Chicago, as fábricas e as ruas se converteram num vulcão de ira operária. milhares se reuniram na Praça Haymarket. Ali a polícia se lançou contra trabalhadores e militantes socialistas e anarquistas. Oito homens foram falsamente acusados de usar uma bomba. Entre eles estava Albert Parsons. O dia em que seu companheiro foi enforcado, Lucy foi aprisionada e não pode vê-lo antes da execução. Isso não a desestabilizou da luta. Onde Pouco depois escreveria: “Nossos camaradas não foram assassinados pelo Estado porque tiveram algo a ver com a bomba, mas porque estavam organizando os escravos do salário. Já a classe capitalista (...) acreditou tolamente que matando os espíritos ativos do movimento operário atual iriam assustar toda a classe operária, mantendo-a escrava.” Até o final de sua vida, Lucy Parsons encarnou a luta contra este sistema sempre lutando pelos direitos dos negros e do trabalhador em um todo, seus discursos atingiam multidões aonde quer que fosse. Por isso a polícia de Chicago a classificou em seus arquivos como “mais perigosa do que mil manifestantes”. Em 1941 Lucy apareceria publicamente pela última vez durante uma greve. Onde Nem a temperatura gelada, nem a cegueira, nem seus 88 anos amansaram seu discurso.
ELLA REEVE BLOOR Nascida em 1862, a notável articuladora operária e ativista pelas causas dos direitos das mulheres, da igualdade negra, da paz e do socialismo, popularmente conhecida como “Mother” Bloor, filiou-se ao Partido Socialista logo após sua fundação. Veio a ser uma líder socialista e lenda viva da classe trabalhadora em todo o país. Viajando de carona de uma ponta a outra dos Estados Unidos, tornou-se o coração e a alma de incontáveis greves. Condutores de bondes da Filadélfia foram os primeiros a ouvir seus discursos a favor das greves. Em outras partes do país, a mão de obra mineira, meeira e do setor têxtil estava entre as categorias que se beneficiaram de seu impressionante talento como oradora e de suas poderosas habilidades como articuladora. Aos 62 anos Bloor ainda pedia carona de um estado a outro, no início da década de 1930, Bloor fez um discurso em uma reunião, em Loup City, Nebraska, em apoio às mulheres que fizeram greve contra seus empregadores nas granjas. A assembleia grevista foi violentamente atacada por uma gangue racista, que se opunha à presença de pessoas negras na reunião. Quando a polícia chegou, Bloor foi presa, junto com uma mulher negra e seu marido. A mulher, sra. Floyd Booth, era uma destacada integrante do Comitê Antiguerra da região, e seu marido era ativista do Conselho de Desempregados da cidade. Quando os agricultores locais arrecadaram dinheiro suficiente para pagar a fiança de Bloor, ela recusou a ajuda, insistindo que não sairia até que os Booths pudessem acompanhá-la. Disse ela “Senti que não podia aceitar a fiança e deixar os dois camaradas negros na cadeia, em uma atmosfera tão perigosamente carregada de ódio amargo contra negros.
ANITA WHITNEY nascida em 1867 numa prospera família de São Francisco, veio a se tornar dirigente de um Partido Comunista na Califórnia, se formou em Wellesley uma respeitada universidade para mulheres de Nova Inglaterra, trabalhou como voluntária em projetos beneficentes e de serviço social, Quando voltou à Califórnia Whitney se juntou à Liga pelo Sufrágio Igualitário e foi eleita presidenta a tempo de ver seu estado se tornar o sexto no país a estender o direito de voto às mulheres, Whitney se juntou ao Partido Socialista em 1914 e cinco anos depois ajudou a liderar a deserção da ala radical do partido e a fundação do Partido Comunista Trabalhista, em 1919, durante o auge do pós-guerra, ela foi presa após um discurso público que ela estava proibida de fazer no Oakland da Liga Cívica da Califórnia (da qual ela era presidente desde sua fundação naquele ano) que apesar da proibição oficial, ela ainda discursou, em 28 de novembro de 1919, sobre “O problema do negro nos Estados Unidos” . Seus comentários centraram-se de forma categórica na questão dos linchamentos. Em 1919 ainda era raro que uma pessoa branca apelasse a outras da mesma raça para que se levantassem contra o flagelo dos linchamentos. A propaganda racista generalizada e, em particular, a repetida evocação do mito do estuprador negro resultaram no desejo de separação e alienação, mesmo nos círculos progressistas, a população branca ainda hesitava em falar contra os linchamentos, já que eles eram justificados como reações lastimáveis aos ataques sexuais de negros contra as mulheres brancas do Sul. Como mulher branca do século XX, Anita Whitney foi uma pioneira na luta contra o racismo. Junto com suas camaradas negras, ela e outras mulheres semelhantes moldariam a estratégia do Partido Comunista para a emancipação da classe trabalhadora. Nessa estratégia, a luta pela libertação negra seria um elemento central. Em 1936, Whitney se tornou a dirigente estadual do Partido Comunista na Califórnia que em seguida, foi eleita para integrar o comitê nacional do partido.
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