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POLÍTICA, GOVERNO E MOVIMENTOS SOCIAIS

Por:   •  7/2/2018  •  Dissertação  •  1.978 Palavras (8 Páginas)  •  508 Visualizações

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                 ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA

                                   

                               

                                 

                                 

                POLÍTICA, GOVERNO E MOVIMENTOS SOCIAIS.    

                         

                                         

                                              Belo Horizonte

                                                      2015


Política, governo e movimentos sociais.

O sociólogo Anthony Giddens conceitua governo como: “aparelho político em que governantes e funcionários promulgam política e tomam decisões” para ele a política “é o meio pelo qual o poder é usado e disputado” e os movimentos sociais seriam uma forma de “favorecer interesses comuns mediante uma ação coletiva fora da esfera das instituições estabelecidas”.

Para discutir a relação que existe entre estes três elementos vamos tomar como exemplo a questão agrária no Brasil.

Historicamente falando, a distribuição desigual de terras no Brasil começou quando a Coroa Portuguesa, durante o período colonial, instituiu as capitanias hereditárias como forma de colonizar e administrar o território.

Cada capitania hereditária era controlada por um capitão-donatário. O capitão-donatário era a pessoa responsável por dividir a capitânia em gigantescos lotes de terra e doá-las para as poucas pessoas que tinham condições de administrá-las, surgindo assim as plantations de cana-de-açúcar para abastecer o mercado externo (MARTINEZ; GARCIA, 2013).

Em 1850 o governo promulgou a Lei de Terras que proibia a doação de terras. Ou seja, a posse de alguma propriedade só era possível através da compra. Lei que beneficiava os grandes fazendeiros e que dificultava o acesso à terra dos demais (MARTINEZ; GARCIA, 2013).

Como forma de contestação desta política latifundiária, foram travados vários conflitos entre os camponeses e a classe dominante como por exemplo: os quilombos, a revolta dos Canudos etc.

Além do aspecto histórico que explicam a concentração de terras no Brasil, podemos citar também a modernização do campo que ajuda a manter a desigual estrutura fundiária no país, pois a política agrária privilegiou, as grandes monoculturas de exportação. Sem este apoio os pequenos proprietários passaram a enfrentar grandes dificuldades para se manter em suas terras, de modo que muitos foram obrigados a vender a sua propriedade (MARTINEZ; GARCIA, 2013).

Buscando se defender e fazer ouvir a sua voz as pessoas se uniram e criaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) (FERNANDA, 2000).

O MST é um movimento social em que um grupo de pessoas se associam para obter um objetivo comum, o que no caso do MST é a Reforma Agrária. O MST opera em vários pontos do país graças a tecnologia que proporciona que grupos distantes do movimento se comuniquem instantaneamente.

Pelo que foi exposto acima podemos ver que movimentos sociais não é nenhum tipo de aglomeração de pessoas, mas sim um grupo de pessoas que se agregam em busca de valores e ideologias comuns, ou como diria Durkheim “solidariedade social e moral” (GIDDENS,2004) tais como o MST, o movimento feminista, o estudantil, ecológico dentre outros. Os movimentos sociais são uma forma de luta contra alguma coisa que existe ou poderá existir na estrutura da sociedade.

O governo atua na sociedade governando em favor de um ou outro grupo e prejudicando os demais. Como o que aconteceu na década de 1970 quando os governos militares implantaram políticas que visavam modernizar a agricultura com base na grande propriedade o que trouxe enormes benefícios para os grandes latifundiários, mas que prejudicou muito a pequena propriedade rural. É para poderem se defender de políticas como esta que as pessoas se unem através de um movimento social.

Política, governo e movimentos sociais

Durkheim

Durkheim compara a sociedade a um corpo humano, onde o Estado teria a função do cérebro, o qual elaboraria as políticas sociais que aperfeiçoem a solidariedade (compartilhar de um mesmo conjunto de regras sociais). Para ele, todas as partes do corpo social teriam uma função e não existiriam hierarquias entre as diferentes partes, acarretando em uma sociedade harmônica.

Karl Marx

Podemos avaliar os movimentos sociais, sob a ótica da teoria de Karl Marx chamada luta de classes. Para Max a luta de classe é o motor da História, onde a consciência de classe pode vir a ser uma ferramenta para mudanças na “estrutura social”, para ele os movimentos sociais fariam explodir dos conflitos já existentes na sociedade.

Para ele, o Estado é o braço repressivo da burguesia. Ele utiliza-se da coerção para garantir a ordem infraestrutura. Marx teoriza que as forças produtivas do modo de produção capitalista deveriam ser desenvolvidas ao máximo até as contradições entre as classes tornarem-se insuportáveis. Nesse momento, o povo chegaria ao poder e as decisões seriam tomadas pela própria massa popular. Dentre essas decisões, estaria a socialização das propriedades, enquanto que o Estado, e consequentemente o Direito (já que este é produto daquele) iriam perdendo as suas funções até se extinguirem completamente. Isso porque tais institutos não seriam mais necessários numa sociedade na qual todas as pessoas estariam numa mesma situação diante da base material (não existiriam mais classes sociais, então não haveria mais necessidade de algo que regulasse as contradições entre elas).

Marx chama de ditadura do proletariado a uma forma de governo superior a democracia burguesa em que os trabalhadores são excluídos do governo e da vida política.

A ditadura do proletariado é que seria a verdadeira democracia no qual a maioria, os proletários, assumiriam o governo e fariam a política visando o bem comum.

 Max Weber

Para Weber as ações sociais (que interessam a Sociologia) podem ser divididas em duas:

  1. Ação social racional com relação a valores (aquela que o sociólogo consegue construir uma racionalidade a partir dos valores presentes na sociedade) e;
  2. Ação social racional com relação aos fins (são aquelas que os indivíduos escolhem levando em conta sua finalidade e seus meios).

O MST trata-se de uma ação social racional com relação aos fins, uma vez que tal ação conjunta (por isso social) possui um objetivo claro. Não se trata apenas de um encontro de pessoas, mas de um grupo que possui consciência da ação.

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