Resenha Critica Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Por: Rosângela Sá • 23/6/2022 • Resenha • 1.319 Palavras (6 Páginas) • 142 Visualizações
[pic 1] UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
| [pic 2] Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social PPGAS DISCIPLINA: Teoria da Antropologia Social Prof.ª Dra. Marcia Regina Calderipe Prof.ª Dra. Raquel Wiggers MESTRANDA: Rosângela Farias da Silva de Sá/ ano: 2022 | [pic 3] PROPESP Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação |
Atividade Parcial: Escolher dois autores das unidades I a III e comparar as ideias de tais autores, destacando aspectos comuns e discordantes sobre um tema ou temas antropológicos desenvolvidos pelos mesmos.
A Antropologia é como uma carretera que nos leva a vários destinos, que por vezes são complexos e às vezes recônditos e valorosos. Essa gigante vertente Antropologia Social é uma verdadeira imensidão de consciência e aprendizado, diante disto, este texto tem como intenção abordar sobre o tema: fragmentação cultural venezuelana, nos estudos da Antropologia Social em forma de reflexão teórica sob as referências dos autores Franz Boas (2005[1931]) e Lewis Henry Morgan (2005).
Falar sobre fragmentação cultural no século XXI é mais fácil a que nos séculos passados, pois os dados e estatísticos ficam a critério da disciplina de Sociologia, da História e demais disciplinas do conhecimento e estudos humanos que provocam as observações antropológicas, como disse James G. Frazer (2008): “Embora possa parecer estranho, foi a antropologia, ou as ciências do homem, a ultima a nascer na ampla e florescente família das ciências[...]anatomia tem investigado seu corpo, a psicologia tem explorado sua mente, a teologia a metafísica os grandes mistérios.”. Neste sentido, podem-se observar as diversas mudanças de um território para outro das populações de refugiados que tem aumentado a cada dia desde os primórdios.
Para relatar objetivamente o assunto aqui exposto é de suma adentrar um pouco no universo do refúgio, como por exemplo, a crise econômica e social da Venezuela que forçaram alguns muitos venezuelanos e habitantes da tribo indígena Warao a romper para outros países vizinhos e com culturas diferentes. Isso, portanto, resultou justamente em uma espécie de fragmentação cultural. Tal fragmento é observado na desconstrução familiar; na dúvida de pensamentos e de ideias; de ritos e devoção pós-ruptura; fragmentação de costumes; de linguagem (portunhol); de misturas de raças.
Portanto, não é só o fato de sair de um país para outro e adaptar-se aos costumes do meio em que se encontra, mas todo o impacto que tem essa chegada diante da miscigenação étnica, cultural, social e religiosa. Ainda nessa esteira vale ressaltar o entendimento de BOAS apud CASTRO (2005[1931]), sobre este contexto:
“Com o aumento da imigração um contingente populacional do sul e do leste da Europa, viu-se atraída para os Estados Unidos e atualmente compõem uma importante parcela de nossa população. Esses migrantes diferem entre se segundo alguns tipos, embora os contrastes raciais entre eles sejam muitos menores do que os existentes entre índios, negros e branco.” (BOAS apud CASTRO, 2005[1931], p. 67)
Diante o escrito acima por BOAS no século XX pode-se então fazer a reflexão de que ainda no século XXI, nesse contexto dos Venezuelanos com etnias predominantes de europeus, adentrando em outros países com outras etnias fragmentadas, como por exemplo, caboclo, mulato, cafuzo ocorre uma fragmentação racial e cultural? Conforme Boas ele afirma, “é praticamente impossível reconstruir essa ancestralidade pelo estudo de uma população moderna, mas muitas vezes é possível o estudo de famílias que se estendem por várias gerações.”, isto é, Boas esclarece que não há como, de maneira geral analisar os impactos causados pela mistura de raça e cultura, no entanto, é possível por meio particular observar famílias pequenas em “caráter desarmônico” (BOAS, p. 72) seus aspectos peculiares de impacto. Assim entende quando diz, “O material para reconstrução da cultura é sempre mais fragmentário porque os mais amplos e mais importantes aspectos de cultura não deixam traços na terra, desaparecem com a vida de cada geração.” (BOAS. 2005).
É de suma ressaltar que diante da reflexão teórica sobre o texto de BOAS, observa-se ainda que não fosse somente relacionado à fragmentação étnica, mas de costumes, religião, linguagem e família. Portanto, o impacto é bem mais abrangente e perpetuo na história. Assim ainda contextualiza BOAS apud ASSIS (2011):
“A raça não determina a cultura. É a cultura que molda os homens e não a biologia. Os homens se tornam o que são ao crescer em determinado ambiente cultural. O homem pode transforma-se em algo melhor ou pior dependendo da tolerância e do equilíbrio de onde estão.” (BOAS apud ASSIS, p. 93. 2011)
Assim sendo, a coerência entre refúgio/migração e fragmentação cultural de Boas está na transformação do homem diante do meio em que ele está, seja pela mistura étnica ou cultural. A questão seguinte é observar transformações diante do progresso da sociedade pelo olhar antropológico, aqui então entra MORGAN, com sua concepção antropológica sobre progresso e sociedade (2005).
Para Morgan, o progresso de uma sociedade vem de suas transformações quanto período da selvageria à civilização. A sociedade passa por um processo de progresso cultural. Trazendo a concepção de Morgan para o contexto da fragmentação cultural, temos a investigação de que o avanço da sociedade é de acordo com seus avanços nos períodos étnicos, ou seja, como então uma sociedade evolui fragmentada? Fugindo da sua própria evolução étnica? A importância está na contextualização seguinte conforme Morgan:
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