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Antropologia Social/ Resenha

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Por:   •  26/9/2013  •  2.133 Palavras (9 Páginas)  •  1.328 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A obra Cultura um conceito Antropológico foi publicada pelo Autor Roque de Barros Laraia no ano de 1986, com a intenção de transmitir ao leitor um conceito sobre cultura. O livro é dividido em duas partes, a primeira delas trata sobre o desenvolvimento do conceito de cultura, enquanto a segunda, sobre as formas pelas quais a cultura influencia o comportamento social e diversifica a humanidade.

2 DA NATUREZA DA CULTURA OU DA NATUREZA À CULTURA

Na primeira parte nos dois primeiros capítulos Laraia fala sobre determinismo biológico e geográfico.

Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado. (Laraia, 2011, p. 17).

A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, entre outros, refutaram este tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais. E mais: que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico. (Laraia, 2011, p. 21).

Nesses capítulos o autor apresenta argumentos que levam a conclusão de que as diferenças genéticas não determinam as diferenças culturais, e sim que o comportamento do individuo se dá pelo seu aprendizado, o que na antropologia chama de endoculturação. E que é possível existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.

No capitulo seguinte o autor discorre sobre os antecedentes históricos de cultura, cita nesse capitulo o autor Edward Tylor como sendo primeiro autor a definir o conceito de cultura. Cita também os autores John Locke, Turgot, Rousseau, que tinham a mesma linha de raciocínio ideológica, e diz que estes tentavam quebrar a relação entre o natural e o cultural, ainda fala sobre as tentativas de Tylor em tornar o conceito de cultura mais eficiente e definir seus limites, e conclui com a citação de Geertz que diz que o grande numero de definições contribuíram mais para confundir do que para esclarecer, sendo necessário a antropologia reconstruir o conceito de cultura.

No quarto capítulo, o autor fala do desenvolvimento do conceito de cultura descreve a visão de Tylor sobre o campo da Antropologia Cultural , Taylor acredita que a cultura possui leis e características de ordem natural, defende que a Antropologia Cultural tem um objeto de estudo científico, assim como as demais ciências. A grande diversidade de culturas então seria explicada pelo grau desigual do processo de evolução, mas que mesmo assim apresentariam semelhantes características essenciais. Foi com Frans Boas que o evolucionismo começou a ser superado.

São as investigações históricas — reafirma Boas— o que convém para descobrir a origem deste ou daquele traço cultural e para interpretar a maneira pela qual toma lugar num dado conjunto sociocultural. Em outras palavras, Boas desenvolveu o particularismo histórico (ou a chamada Escola Cultural Americana), segundo a qual cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. A partir daí a explicação evolucionista da cultura só tem sentido quando ocorre em termos de uma abordagem multilinear. (Laraia, 2011, P. 36)

Ainda nesse capitulo, o autor expõe as ideias de Kroeber que diz que cultura é o meio de adaptação do ser humano, e este é único ser capaz de criar seu próprio processo evolutivo. o ser humano foi capaz de perpetuar a espécie ao longo dos anos e transformar todo o planeta Terra em seu habitat. Através da endoculturação, o homem aprende a romper as barreiras das diferenças ambientais e a dar vazão à criação. Assim, cada cultura tem o "gênio" que é capaz de produzir de acordo com suas possibilidades e necessidades. Nessa conjuntura, o autor então passa a refutar temas como os instintos humanos e supervaloriza o processo de comunicação como base para o desenvolvimento da cultura.

Nos dois últimos capítulos o autor encerra a primeira parte falando sobre a origem da cultura e sobre as teorias modernas.

Nesse ponto, expõe algumas teorias, como a de Leackey e Lewin que explicam que o desenvolvimento do cérebro humano vem de uma herança de seus antepaçados a de Lévi-Strauss que defende a cultura surgi partir do momento que foram criado normas, White diz que a cultura surgiu a partir dos símbolos, que só o homem é capaz de entender o significados dos símbolos, e só é capaz de entender seu significado precisa conhecer a cultura que o criou. E finaliza com uma critica.

A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. (Laraia, 2011, p.58).

Sobre a teoria moderna Laraia expõe o esquema proposto por Roger Keesing em sua teoria que divide as teorias em dois grupos o primeiro que considera a cultura um sistema adaptativo.

1. Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organização econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas, e assim por diante.

2. Mudança cultural é primariamente um processo de adaptação equivalente à seleção natural." ("O homem é um animal e, como todos os animais, deve manter uma relação adaptativa com o meio circundante para sobreviver. Embora ele consiga esta adaptação através da cultura, o processo ê dirigido pelas mesmas regras de seleção natural que governam a adaptação biológica. B. Meggers, 1977)

3. A tecnologia, a economia de subsistência e os elementos da organização social diretamente ligada à produção constituem o domínio mais adaptativo da cultura. É neste domínio que usualmente começam as mudanças adaptativas que depois se ramificam. Existem, entretanto, divergências sobre como opera este processo. Estas divergências

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