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Resenha Liminaridade e Communitas

Por:   •  10/1/2022  •  Resenha  •  891 Palavras (4 Páginas)  •  323 Visualizações

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Ana Emilia Carvalho de Souza

Resenha 1 - Autor: Turner

Obra escolhida:

TURNER, Victor. Liminaridade e Comunitas. In: O Processo Ritual. Estrutura e Antiestrutura.

Neste trabalho, Turner busca discutir e apresentar o conceito de liminaridade e sua relação com os processos rituais e a estrutura social de determinada cultura. Uma vez que ele, assim como Van Gennep, apresenta que os ritos de passagem se constituem de três momentos básicos: separação, margem e agregação, Turner se debruça so segundo momento, por ele chamada de liminaridade e tenta demonstrar as funções simbólicas que esse momento representa tanto para os indivíduos que por ele atravessam, como para própria sociedade.

Para Turner a liminaridade é uma condição passageira, ligada ao rito de passagem entre um status social e outro, na qual o sujeito é colocado de forma simbólica e por meio de práticas rituais estabelecidas pelo grupo social do qual ele faz parte, em uma posição externa a da estrutura social.Essa localização se caracteriza por sua natureza ambígua, em que o sujeito se submete às regras sociais impostas pelo rito ao mesmo tempo que estas regras o colocam à margem da estrutura social da qual faria parte. Em um processo desagregador que reagrega o sujeito a estrutura social em um status diferente e geralmente superior ao ocupado anteriormente. É um processo de reafirmação da importância da estrutura social que passa pela imediata e temporária separação do sujeito da estrutura.

Os atributos de liminaridade, ou de personae (pessoas) liminares são necessariamente ambíguos, uma vez que esta condição e estas pessoas furtam-se ou escapam à rede de classificações que normalmente determinam a localizá-lo de estados e posições num espaço cultural.(pag 117)

Ao mesmo tempo que estes sujeitos são excluídos da estrutura social, essa exclusão é marcada por uma permanente postura de sujeição e submissão. O sujeito apartado é reduzido a uma massa uniforme que será remodelada pelo rito, criando assim um sujeito capaz de cumprir sua nova função dentro da sociedade. Turner apresenta também como é, a partir dessa posição da liminaridade, que estes sujeitos que compartilham a experiência do rito em um mesmo momento, acabam constituindo vínculos entre si. Essa localização comum dentro e fora do tempo, juntamente com a sujeição, submissão e isolamento cria as condições nas quais surge um tipo de antiestrutura, também localizada fora da sociedade, não marcada pelo espaço, mas pelas relações sociais e condição de liminaridade compartilhada: os communitas.

O segundo , que surge de maneira evidente no período liminar, é o da sociedade considerada como um "comitatus" não-estruturado, ou rudimentarmente estruturado e relativamente indiferenciado, urna comunidade, ou mesmo comunhão, de indivíduos iguais que se submetem em conjunto à autoridade geral dos andam os rituais.(Pag 119)

Tuner apresenta como o rito de passagem e a condição de liminaridade é uma forma de, a partir da desagregação do sujeito, demonstrar seu papel na estrutura social que ele vai retornar, indo mais além, demonstrando o quanto ela é necessária para a sua própria manutenção como sujeito. Ao mesmo tempo, essa localização fora da estrutura social permite que os sujeitos possam de alguma forma, a partir do rito e, sem ocupar nenhum papel específico na

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