TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha O Que é Trabalho

Por:   •  30/10/2017  •  Resenha  •  954 Palavras (4 Páginas)  •  251 Visualizações

Página 1 de 4

RESENHA 2 ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. 9ª edição. São Paulo: Brasilense, 2012. Jakson dos Santos Ribeiro. 1 Suzana Albornoz, graduada em Ciências Sociais pela PUCRS, Mestrado em Histoire et Civilisations pela EHESS- França, Mestrado em Filosofia pela UFRG e Doutorado pela UFMG, desenvolveu diversos trabalhos sobre ética, violência e trabalho. No livro O que é trabalho? cria uma dinâmica leve ao compor seu texto, tornando o mesmo com uma linguagem de fácil compreensão. O leitor certamente conseguirá realizar pontes de análise em relação a vários contextos históricos, como também pode fazer vinculações a eventos históricos desde a antiguidade até os dias atuais. Utilizando de uma linguagem simples, mas com densidade filosófica, a autora buscar trazer uma reflexão sobre o sentido do trabalho para sociedade capitalista. Desse modo, apresenta em seus capítulos como a palavra trabalho foi constituída historicamente dentro das temporalidades históricas. Nessa perspectiva, a autora apresenta como o sujeito-homem foi percebendo a própria relevância da ação do trabalho no espaço social em que vive e ficando em evidencia que o efeito da ação advinda do trabalho abre portas para transformação na sociedade, como também cria elementos para sua própria definição e representação enquanto individuo participe das atividades que envolva o labor. A autora faz um percurso reflexivo sobre os efeitos do trabalho nas sociedades industriais, na qual nos conduz a percebemos as diferencia entre o trabalho, o labor e a própria ideia de possuir um emprego. Um dado para pensarmos que dentro dos espaços de trabalho essas palavras acabaram se tornando sinônimos. Suzana Albornoz também traz à tona as concepções dos tipos de trabalho que existem e produzem efeitos diversos na sociedade, como também são recebidos de formas diversas. No livro a autora cita dois tipos de trabalho: o intelectual e o físico, sendo o primeiro um elemento 1 Graduado em História e Mestrando em História Social pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA, do qual pertence à Linha de Pesquisa Poder e Sociabilidade. Atualmente desenvolve pesquisa de nível de mestrado, investigando como são construídos os perfis masculinos na cidade de Caxias na primeira metade do século XX. A pesquisa tem como auxílio para o desenvolvimento dos trabalhos a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA.e-mail: jakson.77@hotmail.com Revista Tempo Histórico. Vol.5 – Nº 1. (2013) ISSN: 2178-1850 2 de relevância expressiva para o espaço social, pois consegue agregar transformações na sociedade. Já o segundo a autora associa como sendo atividade destinada a classe de homens servis, que executam funções nas quais são destinados. Nessa perspectiva, após as mudanças que ocorreram no decorrer dos séculos, principalmente dentro dos espaços religioso, mas especificadamente com a Reforma Protestante, se constitui um importante debate para essa exacerbada exaltação ao trabalho. No contexto religioso, o trabalho seria não uma ação pecaminosa, mas uma forma de expressão de amor principalmente que consegue honrar a si e a Deus. Albornoz mostra que o sentido do trabalho foi instituído, e que após mudanças no campo religioso, o trabalho passou a ser uma ação que deveria ser realizada por cada individuo em cada setor e que a força coletiva de todos geram a construção da riqueza das nações. Sob este prisma, Albornoz nos fala que, para esse cristianismo, a divisão do trabalho e a diferenciação dos homens em camadas e profissões estabelecidas através do processo histórico parecem ser resultado da vontade divina em que o caráter providencial da divisão do trabalho se conheceria por seus resultados. Tal concepção tem muita semelhança com a conhecida apologia da divisão do trabalho feita por Adam Smith, economista inglês contemporâneo da primeira Revolução Industrial. Suzana nos lança a possibilidade para pensarmos como o capitalismo concebe o sentido do trabalho, e mais ainda o efeito da sua produção. Nessa esteira de análises, o trabalho deve trazer como resultado a produção, pois produzir no mundo do capitalismo é entendido como sinônimo de lucro, de geração de renda, de crescimento, de desenvolvimento. Por essa ótica, a construção desse trabalhador pelo prisma dos vários detentores dos modos de produção criou um mecanismo de controle, para que as massas de trabalhadores pudessem e fossem controladas. O discurso foi sendo instituído em prol de que as pessoas precisassem conceber o desejo pelo de trabalho, e mais que precisassem produzir, principalmente com as condições de vida, que desde o processo de formalização inicial da industrialização, provocou um corpo de pessoas que por vez se transformaram em sujeitos alienados em meio a multidão desejando apenas possuir um trabalho, esquecendo nesse movimento de outras questões que são importantes para equilíbrio social dos seres humanos. A autora, no último momento do seu texto, busca cartografar os sentidos que não existem em relação ao trabalho buscando trazer à tona que o trabalho não é o todo da vida das pessoas, mas apenas uma parte significativa que os seres humanos Revista Tempo Histórico. Vol.5 – Nº 1. (2013) ISSN: 2178-1850 3 complementam a conquista da sua felicidade. Felicidade esta, que seria alcançada sem a divisão de classes, pois sem esse aspecto, o efeito do trabalho na vida das pessoas, não teria mais o efeito de contribuir para a conquista da paz de espírito, como financeira, mas uma atividade quase sem sentido para homens e mulheres. A autora chega até embolsar caracteres de uma pessoa utópica ao julgar uma sociedade sem divisão de classes, as sociedades seriam alicerçadas de um equilíbrio social e econômico, pela não presença da divisão de classe. Leitura basilar para noções introdutórias sobre trabalho, o livro da Suzana Albornoz contribui de modo significativo para cursos das ciências sociais, deve ser discutido e problematizado em debates que abarquem organizações, sindicatos, associações, trabalhadores de modo geral, pois não se pode interferi no trabalho sem ciência do que ele é.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.2 Kb)   pdf (64.7 Kb)   docx (10.3 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com