Resenha do Bloco 4

Esta resenha trabalhará com dois textos, começando pela obra “Quadros de guerra” escrito pela filosofa estadunidense Judith Butler. A autora trabalha dentro do campo da politica e da ética focando as questões teoria queer e feminino.

O objetivo do texto é discorrer sobre o conceito da precariedade da vida tendo como base as reflexões que foram geradas a partir de questões da diminuição da qualidade de vida nos conflitos ou guerras, tudo isso no contexto de uma sociedade dita como neoliberal. Ela acredita que dentro dessas condições ocorre um processo que aos poucos vai retirando os direitos básicos. Butler ainda nos diz que a compreensão dos processos de precarização só é possível se nos atentamos aos enquadramentos que são produtores de significados, isso porque não há a existência da morte e nem da vida fora deles.

Ela começa o texto trabalhando com a problemática “O que é considerado uma vida?” e a partir disso discorre do porque algumas vidas são respeitadas e outras não. Também são trabalhadas algumas questões como, por exemplo, o fato de um reconhecimento da vida não significar que necessariamente que a mesma receberá proteção, que “vida precária” é um conceito desenvolvido e uma forma de repensar e requerer os direitos na sociedade. Fala também que essa precariedade pode ser um ponto de partida para políticas mais progressivas. Outro ponto é que Butler considera importante o questionamento da moldura, pois ela nos impõe uma interpretação que talvez não seja realmente o fato. A respeito do enquadramento, é necessário dizer que dentro da visão da autora em um determinado momento, mais precisamente quando o mesmo é posto para “circular” ocorre um processo onde há uma quebra de hegemonia e de autoridade, também há uma criação de significados e tudo isso resulta numa possibilidade de conhecer o outro.

Sobre a precariedade da vida, ela nos diz que mesmo que não seja a melhor forma, é necessário reconhecer o estado de precariedade no que está vivo. Ainda trabalha algumas questões como o luto é um pressuposto para a vida que tem importância, logo se entende que o luto é uma constatação que essa vida foi vivida. O luto constata que houve um surgimento e uma manutenção dessa vida. Ainda é posto a questão que para que uma vida seja vivida é necessário que haja possibilidades para isso como, por exemplo, condições sociais de sobrevivência.

Butler termina o texto discorrendo que o seu trabalho pode ser usado para refletir e reorganizar as políticas públicas e suas ações no campo da esquerda dentro de um contexto de uma sociedade neoliberal, ela afirma que esse tipo de sociedade retira direitos e diminui a qualidade de vida.

O outro texto que será trabalhado é de Hannah Arendt. A autora foi uma cientista politica alemã de descendência judia e é vista como um dos mais importantes estudiosos da politica contemporânea. Uma de suas obras mais famosas é o conhecido “Eichamann em Jerusalém”, que é um relato de um julgamento de Adolf Eichmann, um nazista que foi acusado de vários crimes, ele foi preso e levado ilegalmente para Israel onde foi julgado por crimes de guerra e contra o povo judeu.

Esse julgamento ocorreu em 1961e foi muito comentado na época e trouxe a tona diversas questões entre elas a noção do que é bem e o que é mal, condição humana e também o tamanho da responsabilidade de Eichamann que era um oficial que por seu excelente trabalho na área de transporte de judeus para os campos de concentração se tornou uma figura interessante dentro do partido nazista, mas ainda assim não o suficiente para ser considerado como uma peça fundamental. Ele não tinha o poder de decisão, logo ele não tinha poder para decidir sobre a vida ou morte de ninguém, apenas organizava os transportes dos presos judeus. Durante todo o julgamento deixou bem claro que não sentia nenhum remorso pelo o que havia feito, ao contrario, demonstrava um estado de grandeza como se tivesse cumprido ordens de seus superiores e que por isso seu processo deveria analisado sobre esse aspecto.