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Resenha sobre Emile Durkheim

Por:   •  25/10/2018  •  Resenha  •  1.072 Palavras (5 Páginas)  •  364 Visualizações

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Resenha sobre Émile Durkheim

Durkheim tornou-se um dos maiores sociólogos de todos os tempos, colocava a sociologia como ciência empírica e a educação como fato social, este para ele seria uma realidade alternativa que pode ser destrinchada como um físico que estuda o mundo físico. Foi o primeiro a fazer da Sociologia uma matéria acadêmica aceitável. Existia a crença de que a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada por uma força inexorável: a lei do progresso. Herdado da filosofia iluminista esse princípio foi compartilhado por praticamente todos os autores do século 19. O industrialismo, era a marca decisiva da sociedade moderna, mas também tinha-se a idéia de que a vida coletiva não era apenas uma ampliação da individual, mas, um ser mais complexo. Durkheim fez sua maior contribuição em estudos sobre a Sociologia da religião e os sistemas simbólicos de representação.

Para Durkheim a sociologia pode ser definida como ‘Ciência das instituições, de sua gênese e de seu funcionamento, instituído pela coletividade’. A primeira parte da sua produção – fase positivista, dizia que para uma ciência ser autônoma ela precisava delimitar seu objeto de estudo: os fatos sociais, que são as maneiras de agir que podem exercer uma coerção sobre o indivíduo ou pode ser uma extensão da sociedade dada, apresentando uma existência própria ou ainda “maneiras de fazer ou de pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares”, sendo assim o fato social é algo dotado de vida própria. A sociedade, então, mais do que uma soma, é uma síntese, e para comprovar o caráter externo desses modos de agir, de pensar ou de sentir, Durkheim argumenta que eles têm que ser internalizados por meio de um processo educativo.

Estudando a vida social, Durkheim precisava usar um método que o permitisse avaliar de maneira científica, superando as deficiências do senso comum, e concluiu que ele deveria assemelhar-se ao adotado pelas ciências naturais. A primeira regra para avaliação dos fatos sociais seria considerá-los como coisas, adotando, enfim, a práticacartesiana da dúvida metódica.

As regras morais são fatos sociais, e tem o poder de obrigar, possuem uma autoridade que expressa uma noção de dever, e são desejáveis, mesmo que quando cumpridas sejam um esforço, elevam o indivíduo acima de sua própria natureza. O fato moral apresenta a mesma dualidade do sagrado que é, num sentido, “o ser proibido, que não se ousa violar; mas é também o ser bom, amado, que é o ser submisso às regras, e vai contra a sua vontade. Contudo, os ideais que regem os membros dos grupos sociais precisam ser constantemente re-verificados para que não se debilitem, pois isso acontece geralmente em movimentos coletivos.

Durkheim elaborou o conceito de solidariedade social, segundo o autor, possuímos duas consciências: “Uma é comum com todo o nosso grupo e, por conseguinte, não representa a nós mesmos, mas a sociedade agindo e vivendo em nós, caracteriza-se pela consciência comum ou coletiva. A outra, ao contrário, só nos representa no que temos de pessoal e distinto, nisso é que faz de nós um indivíduo. Existem em nós doisseres: um, individual, e um coletivo e este conjunto forma o ser social. Essa consciência comum ou coletiva corresponde ao “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema determinado que tem vida própria”. Enquanto os “sentimentos de simpatia cuja fonte é a semelhança” levam a uma junção de membros, nas sociedades com acentuada divisão do trabalho, o relacionamento social supõe uma independência entre pessoas baseada na especialização de tarefas. Nesse caso, o equilíbrio e a solidariedade originam-se na própria diferenciação, constituindo fortes laços que unem as sociedades orgânicas e seus membros. A divisão do trabalho não é específica do mundo econômico: ela se encontra em outras áreas da sociedade, como nas funções políticas, administrativas, judiciárias, artísticas, científicas etc.

Os laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo constituem a solidariedade, a qual pode ser orgânica ou mecânica; de acordo com a coesão que a sociedade precisa alcançar. A solidariedade é chamada mecânica quando “liga diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum intermediário”. A função da divisão do trabalho é a de integrar o corpo social, assegurar-lhe a unidade. É, portanto, uma condição de existência da sociedade organizada, uma necessidade. Sendo esta sociedade “um sistema de funções diferentes e especiais”, onde cada órgão tem um papel diferenciado, a função que o indivíduo desempenha é o que marca seu lugar na sociedade, e os grupos formados por pessoas unidas por afinidades especiais tornam-se órgãos, e “chegará o dia em que toda organização social e política terá uma base exclusivamente ou quase exclusivamente profissional”.

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