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Tópicos de Chutando a Escada

Por:   •  21/9/2016  •  Resenha  •  924 Palavras (4 Páginas)  •  325 Visualizações

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Miniaula para orientandos

Chang, Ha-Joon. “Chutando a escada”

1- Como os países ricos enriqueceram de fato?

  • PemD sofrem pressão por “boas políticas” e “boas instituições”
  • “Boas políticas”: Políticas macroeconômicas restritivas, liberalização do comércio internacional e investimentos, privatização e desregulamentação
  • “Boas instituições”: Democracia, burocracia “boa”, Judiciário independente, proteção à propriedade privada(também a intelectual), governança empresarial, transparente e orientada ao mercado, instituições financeiras(BC independente)
  • Pergunta: Será que essas políticas e instituições foram adotadas pelos desenvolvidos quando estavam em desenvolvimento?
  • Chang tem inspiração na análise histórica de Friedrich List sobre Inglaterra, EUA e outros países
  • Metodologia de Lst: abordagem “concreta e indutiva”, busca de modelos históricos e construção de teorias que os expliquem e a aplicação delas a problemas contemporâneos → Escola histórica alemã
  • Nas últimas décadas, os campos intelectuais que dão relevância à abordagem histórica foram marginalizados pela predomminância do raciocínio dedutivo da escola neoclássica → Tor nou as discussões aistóricas

2 – As políticas de desenvolvimento econômico: Políticas industrial, comercial e tecnológica

  • A lenda: Sucesso industrial do livre mercado britânico no século 18 compovou superioridade desse modelo em relação a outros. O sucesso da Grã-Bretanha teria levado outros países a adotarem o modelo no século XIX. O sistema desandou com Primeira Guerra Mundial. Depois da Segunda, fizeram-se alguns progressos com liberalização do comércio, mas só se venceu o dirigismo a partir das décadas de 1970 e 1980.
  • Fundamentos teóricos: Adam Smith e David Ricardo
  • A análise histórica:

 Fim do século XIX foi de fato quando prevaleceram regimes liberais de comérico

  • → Exceção: EUA, que conservaram elevadíssima barreira tarifária
  • → Extensão do intervencionismo era restrita para os padrões modernos, baixo alcance da tributação e doutrina hegemônica de equilíbrio orçamentário. Poucos Bancos Centrais e fraca regulamentação financeira, ausência de nacionalização e planejamento. Proteção tarifária tornava-se assim um instrummento mais importante.
  • → Além da proteção tarifária: subsídios e reembolsos, financiamento para aquisição de tecnologia, apoio à PeD, educação e treinamento, medidas para aumentaar conhecimento de tecnologia, mecanismos institucionais de parceria público-privada
  • → Atingida a fronteira tecnológica, PADs buscam evitar competidores

  • O exame dos países:Grã Bretanha, EUA, Alemanha, França, Suécia, Bélgica, Holanda, Suíça, Japão, Coreia e Taiwan

→ Grã- Bretanha: Apoio à indústria de lã já no século XVI, tarifas elevadas sobre manufaturados até década de 1820

→ EUA: Forte proteção tarifária durante século XIX até década de 1920(país mais protecionista em quase todo o período). Pesquisas agrícolas, investimentos em educação pública, papel do Estado na infraestrutura de transporte. PeD continuou forte no pós-guerra.

  • → Alemanha: Proteção tarifária teve papel menor que nos EUA e Inglaterra.Intervenção direta do Estado em indústrias-chave
  • → França: Queda de Napoleão e regime de laissez-faire até Segunda Guerra. Após isso transformação estrutural.

  • Como a Grã-Bretanha tentou “impedir a concorrência”: Colônias: Incentivo à produção primária e proibição de atividades manufatureiras nas colônias, bem como de produtos concorrentes, além da proibição do uso de tarifas pelas autoridades coloniais; Semi-independentes: “Tratados desiguais” de livre-comércio; Nações concorrentes: Buscou impedir difusão de tecnologia, por meio de proibição de emigração de trabalhadores qualificados, controle da exportação de máquinas, proteção da propriedade intelectual

  • “Lições históricas”:

- Quase todos os países protegeram indústria nascente e usaram políticas de incentivo à ciência e tecnologia

  • - Grã-Bretanha foi usuária agressiva de proteção tarifária e políticas ICT até meados do século XIX
  • - EUA, pátria-mãe e baluarte do protecionismo moderno
  • - França teve regiime mais laissez-faire que Grã-Bretanha e EUA depois da Revolução Francesa.
  • - Uso limitado de proteção tarifária na Alemanha. Porém Estado interviu por outros meios
  • - Suécia usou proteção tarifária em setores estratégicos e desenvolveu parcerias público-privadas
  • Japão promoveu indústrias no século XIX com abertura de fábricas-modelo, subsídios e investimentos em infraestrutura e educação. Só no início do século XX que pôde usar proteção tarifária
  • A raposa vira guardiã do galinheiro
  • Há diversos modelos de proteção da indústria, não só tarifas
  • Dada a divergência de produtividade atual, justifica-se porque PemD usam tarifas maiores em relação às usadas pelos PADs no passado

3- As instituições em perspectiva histórica

  • 1820: O começo da industrialização: Não havia sufrágio para todos os homens, fragilidade burocrática, direitos de propriedade violados para dar lugar a outros novos, pouca transpaência e auditorias, leis de falência deficientes, poucos bancos, nenhum banco central adequado, mercado de títulos pouco e inadequadamente regulamentado
  • 1875: a industrialização a todo vapor: Avanço considerável, porém muito abaixo do que se cobra dos PemD hoje.Alguns poucos tinham sufrágio para todos os homens, nenhum com sufrágio universal. Qualidade ruim das leis de patente. Países não tinham regulamentações de auditoria, lei de falênciaa muito recente no Reino Unido, ausência de leis de concorrência. Bancos eram instituições novas e alguns dos PADs não possuíam bancos centrais, sem monopólio da emissão monetária. Nenhum contava com esquema moderno de previdência social(exceto Alemanha), funcionamento precário de regulamentação sobre trabalho infantil, poucas leis restringindo jornada de trabalho adulta
  • 1913: Começo da maturidade industrial: Instituções ainda de má-qualidade para os padrões mundiais exigidos aos Pem D

        - Caminho longo do desenvolvimento institucional, com frequentes retrocessos

        - Conclusão: PADs tinham níveis relativamente baixos de progresso institucional em comparação com os países atualmente em níveis equivalentes de desenvolvimento.

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