Um Objetivo para os Movimentos Sociais?
Por: Shayane Alicia • 16/10/2023 • Resenha • 1.006 Palavras (5 Páginas) • 48 Visualizações
Um objetivo para os novos movimentos sociais? Escrito por Alberto Melucci é um trabalho que aborda o tema dos “novos movimentos sociais” de maneira a refletir um elemento específico que é o proletariado, olhando para uma teoria da mudança cultural. Esse artigo exerce seu objetivo de dar ênfase aos movimentos sociais de forma a recorrer essa teoria que foge da ideia marxista, adquirindo uma nova concepção.
Dividido em seis subtítulos, o artigo explicita a nova teoria dos movimentos sociais, que acontece nos anos 1980, elucidando o conceito de movimento social, sempre voltando à atenção para a apresentação. Melucci foi professor de sociologia dos processos culturais na Universidade de Milão, proporcionando vários estudos teóricos para o embasamento dos aprendizados dos movimentos sociais e as perspectivas na narrativa dos movimentos sociais, que discorre muito temas da sociologia.
Pensando nesta teoria dos novos movimentos sociais, Melucci discursa muito a ideia de ação coletiva, que é a chave para compreensão da teoria. Além de que resgata olhares de outros autores como Tarrow, Tilly e Habermas, que estudam movimentos sociais, o que complementa sua interpretação.
No primeiro subtítulo, “Após os nos 70: uma reavaliação teórica” dedica-se ao conceito de ação coletiva, em como tinha outro significado. O marxismo atuava muito forte, onde a ação coletiva predominava dentro do chamado proletariado, na qual as teorias olhavam para essa classe. Os novos movimentos sociais trouxeram um novo fator, operando em outras bases, que é o cultural, reivindicando a questão da identidade coletiva. Assim, não olha somente para o trabalhador homem, mas sim para as mulheres e todas as outras camadas da sociedade.
No segundo subtítulo, “Sobrecarga política”, ressalta a respeito do protesto, em que as pessoas, na ação coletiva, têm muitos objetivos e geralmente não estão preocupados somente com a questão financeira, mas também com a solidariedade e identidade (1989, p.54). Nesta perspectiva, Melucci faz uma observação em relação ao sistema político, em que os movimentos não têm instruções políticas, devido criticarem o mesmo, o que de fato tem muito sentido, na qual as reivindicações fazem com que fuja realmente deste contexto político.
No terceiro subtítulo, “O que é um movimento”, abre caminhos para entender o real sentido de movimento social, numa definição não muito ampla, mas que torna possível ter uma essência do conceito. Seguindo as definições de Tilly (1978), conforme citado por Melucci (1980, p.55) “um movimento social é um fenômeno de opinião de massa lesada, mobilizada em contato com as autoridades.” No entanto, o autor coloca em contraponto o conceito, no instante em que se deve tomar cuidado com o sentido da palavra “movimento”, pois geralmente a interpreta como tudo que muda na sociedade e não é nesta acepção seu significado.
A Teoria dos Novos Movimentos sociais diz que o Estado não é o principal alvo das reivindicações dos movimentos sociais. Melucci diz que temos que parar de entender movimento social como um confronto com autoridades, na qual o Estado não é o único alvo das reivindicações dos movimentos. Entretanto, os movimentos têm outras demandas que não passam pelo Estado, logo, essa teoria pensa exatamente em como tirar o estado do alvo principal.
Melucci define movimento social como uma forma de ação coletiva, que se baseia em solidariedade, que acontece por meio de recursos. È a maneira que se desenvolve na esfera de um conflito, de modo que a ação coletiva rompe os limites do sistema onde ele ocorre (p.57). O autor chama de solidariedade o partilhamento de um tipo de identidade coletiva, no sentido de reconhecer e ser reconhecido em um determinado grupo.
No quarto subtítulo “A esfera de ação dos movimentos contemporâneos”, apresenta algumas características importantes nos movimentos sociais, na maneira em como os atores passam as informações
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