Weber metodologia
Por: luder96 • 30/11/2015 • Resenha • 1.904 Palavras (8 Páginas) • 364 Visualizações
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Universidade Federal de Pernambuco
Recife, 12 de novembro de 2015
Alunos: Luana Bezerra, Ramona Raissa, Rodrigo Ludermir
Teoria sociológica I
Professora: Eliane Veras
Conceitos sociológicos fundamentais – Max Weber
Introdução e capítulos 1 a 3
Inicialmente, Weber aponta que a sociologia se comporta como uma ciência na qual busca alcançar a compreensão interpretativa da ação social, de maneira que venha a explicar causalmente seus decursos e efeitos. Assim, é possível entender que a ação é responsável por toda a conduta humana, associada um sentido subjetivo, consistindo num fazer interno ou externo, permitindo ou emitindo. Já a ação social, por sua vez, caracteriza apenas à ação que tem como intenção dos indivíduos envolvidos, referir-se à conduta de outros, orientando-se de acordo com ela.
Em primeiro instante, Weber aponta que é necessário entendermos as duas maneiras na qual a palavra sentido pode ser atribuída. A primeira se dá subjetivamente, acionada de modo efetivo, por um agente num caso historicamente dado ou por uma aproximação grosseira baseada numa quantidade de casos dados, envolvendo vários agentes. Na segunda forma, o sentido é considerado como o “tipo ideal”, subjetivamente, atribuído a um agente hipotético num dado comportamento.
Mas, em contrapartida, afirma que nenhum dos tipos é suficientemente capaz de ser utilizado como um sentido objetivamente “valido” ou “verdadeiro” metafisicamente. Isso caracteriza a distinção entre as ciências empíricas da ação, na qual a intenção é determinar o significado “verdadeiro” e “valido” dos objetos de sua analise.
Seguindo esse raciocínio, as fronteiras entre uma ação significativa e um modo de conduta simplesmente reativo são de todo fluidas. Uma ação significativa, ou seja, compreensível, não se da muito em casos de processos psicofísicos, e em outros, só é de fato reconhecida pelo especialista, assim, as experiências não podem ser compartilhadas e compreendidas por aqueles que não obtiveram a experiência.
Porém, a capacidade de realizar uma ação semelhante não pode vir a ser considerada uma condição prévia para a compreensão, já que não é necessário “Ser César para compreender César”. A fim de obtermos uma compreensão clara, colocamo-nos no lugar do agente, tendo em mente que as partes cabíveis de compreensão e as não compreendidas estão inseparavelmente interligadas.
Assim, toda a interpretação como a ciência em geral, luta pela clareza, aspira à “evidência”. A evidência por sua vez, pode ser entendida de dois modos. O modo racional se dá por meio da lógica ou matemática e o de caráter empaticamente revivente é interligado a emoção.
No domínio da ação, é racionalmente evidente que a conexão significativa acionada, é compreendida intelectualmente de um modo exaustivo e transparente. Enquanto no modo empático da ação, evidenciasse que é plenamente revivida sua conexão emocional, no qual foi objeto de vivência.
Qualquer interpretação de uma ação com o proposito racional de alcançar determinada meta escolhendo os meios apropriados possui o mais alto grau de prova para um entendimento dos meios empregados. Com exatidão suficiente para a maioria dos propósitos da explicação, não com a mesma exatidão, é possível entender erros, aos quais nós próprios somos suscetíveis.
Por outro lado, muitas metas ou valores últimos para os quais a experiência aponta que a ação humana pode ser orientada, não podem ser entendidos como tais, mesmo que seja possível dominá-los intelectualmente. Quanto mais se diferenciam radicalmente nos valores últimos, mais difícil se torna de entendê-los por participação empática.
Até onde for possível, a conduta motivada pelos valores deve ser entendida como cabível de interpretação empática emocional ou intelectual dos diferentes estágios de seu desenvolvimento. Mas, para fins de uma análise científica sistemática, é conveniente representar todas as conexões de sentido irracionais e emocionalmente condicionadas como desvios, de um tipo de ação pura.
Assim, a construção de uma ação rigorosamente racional serve para a sociologia como um “tipo ideal”. Considerando o método da sociologia como “racionalista”. Não como um preconceito racionalista da sociologia, mas só como recurso metódico, não em prol da crença na predominância efetiva do racional sobre a vida.
Capítulos 4 a 8
Aquilo que é dado como desprovido de sentido não é necessariamente algo não-humano ou inanimado, um dado objeto, por exemplo, pode deter sentido desde que se estabeleça uma relação de finalidade com a ação humana; quando tal relação não é firmada o objeto é tido como vazio de sentido, no entanto pode ser enquadrado na categoria de "estímulo" desde de que possa influenciar na execução ou inibição de uma ação.
Elementos biologicamente herdados como a "raça" devem ser observados do mesmo modo que os elementos fisiológicos para a interpretação da conduta humana; caso posteriormente se apreenda alguma relação de causa e efeito entre tais elementos e uma dada ação social, será necessário estabelecer as devidas conexões.
Segundo Weber, a compreensão pode ser de dois tipos: direta e empírica (ou atual) ou explicativa. A primeira se dá pela observação racional e empírica da ação humana, do sentido intentado da ação, enquanto a segunda trata de levar em conta a motivação para que se compreenda racionalmente, ou seja, se atribui à explicação da ação nexos de sentido compreensíveis. Esta segunda é primordial para a sociologia devido o seu objeto de estudo: a ação social, a conduta humana dotada de sentido/significado.
A compreensão interpretativa pode se estabelecer de três formas: pela interpretação da intenção particular, voltada para o curso individual e concreto a partir da perspectiva histórica; pela observância dos casos médios, voltada para as massas em uma análise das motivações; e pela construção de tipos ideais que são abstrações, "exageros" da realidade, as ações são tidas como puramente racionais, sendo as possíveis influências emocionais consideradas como erros, desvios.
Ainda tratando de interpretação, as ações sempre se dão de forma interrelacionada com outras, configurando um processo, portanto, atribuir nexo e contextualização é essencial para a sociologia como ciência na visão de Weber. O limite da interpretação da ação humana está na tênue separação entre aquilo que é e o que não é consciente dentro de uma conduta. Numa interpretação, uma dada hipótese só pode passar a ser uma imputação causal por meio de um exercício mental de relação entre o efeito e as possíveis causas.
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