A ARTE E A RELIGIÃO COMO FORMAS DE TRABALHO: UMA ABORDAGEM SÓCIO-ANTROPOLÓGICA
Por: Gheographus001 • 9/2/2022 • Monografia • 6.163 Palavras (25 Páginas) • 212 Visualizações
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FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
ESPECIALIZAÇÃO EM SOCIOLOGIA
NIVALDO APARECIDO DIAS MUNIZ
A ARTE E A RELIGIÃO COMO FORMAS DE TRABALHO: UMA ABORDAGEM SÓCIO-ANTROPOLÓGICA
BOTUCATU
2021
FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
ESPECIALIZAÇÃO EM SOCIOLOGIA
NIVALDO APARECIDO DIAS MUNIZ
A ARTE E A RELIGIÃO COMO FORMAS DE TRABALHO: UMA ABORDAGEM SÓCIO-ANTROPOLÓGICA
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BOTUCATU
2021
A ARTE E A RELIGIÃO COMO FORMAS DE TRABALHO: UMA ABORDAGEM SÓCIO-ANTROPOLÓGICA
Nivaldo Aparecido Dias Muniz[1]
Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO- O presente artigo procurou estabelecer em seu cerne a reconstituição das relações originárias que são percebidas entre as diferentes manifestações artísticas e as diversas praticas religiosas, isso dentro de um ambiente sócio comportamental fundamentalmente formado pelas relações de trabalho humano, para tanto, o mesmo propôs uma análise bibliográfica voltada para três frentes de interesse: uma histórica, que buscou remontar as origens temporais da religião e da arte, outra filosófica, que buscou sistematicamente comparar as diferentes definições para as mesmas e outra sociológica, propriamente dita, esta buscou demonstrar as dinâmicas sociais envolvidas nas duas frentes anteriormente dispostas. Os resultados obtidos a partir dos métodos utilizados apontam para a construção e estabelecimento do pensamento conceitual, enquanto ferramenta para se compreender abstratamente a realidade, como o principal agente responsável pela “crise funcional” do pensamento místico, pelo menos em seu papel de orientar e conjugar as relações do homem com o seu ambiente, apesar desse quadro, pelo menos na bibliografia consultada praticamente inexiste uma preocupação com essas mudanças, o foco dos autores analisados se prende em grande medida a fatores como o acesso as obras de arte, ou os choques entre os valores morais e as práticas religiosas.
PALAVRAS-CHAVE: Manifestações artísticas. Práticas religiosas. Relações de trabalho.
INTRODUÇÃO
O conhecido desenvolvimento histórico da nossa sociedade, vem implicando em severas mudanças nos padrões de comportamento dos indivíduos que são processadas em um intervalo cada vez mais curto de tempo, os últimos 250 anos de “história ocidental”, viram surgir grandes movimentos de ruptura nos modos de ser e pensar das pessoas que sucessivamente passaram a compor o seio das chamadas “sociedades modernas”, uma das principais rupturas que estes testemunharam foi aquela perpetrada no campo da produção cultural, pois além do avanço exponencial das técnicas, e do surgimento de uma nova e revolucionária modalidade de conhecimento, a ciência, houve também toda uma reconfiguração nos papéis e funções da religião e da arte enquanto objetos de cultura, de modo que ambas passaram a ser alvo de crescente autocrítica, nesse contexto, surgiram questionamentos inéditos sobre as mesmas, tais como: O que é arte? Para que serve a religião? Em que circunstâncias a arte surgiu na história do homem? Um dia a religião deixará de existir? As respostas para as mesmas nunca formaram um consenso entre os diferentes pesquisadores, e apesar de possuírem um cunho essencialmente filosófico estas também são dotadas de um profundo interesse sociológico, pois dizem muito mais a respeito do perfil dos inquerentes do que sobre a natureza dos objetos inquiridos.
Em resumo, temos na vivência do momento atual toda uma sensação de que a arte e a religião não são mais dotadas de uma conexão genuína para com a realidade, tratando-se apenas de pura abstração, pura arbitrariedade, e que nada tem a ver com os fazeres concretos do homem, ou com as diferentes modalidades de relações que estes são capazes de constituir entre si, e é justamente no intuito de perscrutar as assumidas relações originárias entre arte e religião, e destas com as organizações e fazeres humanos que este artigo foi escrito, além do mais o mesmo busca escrutinar as estruturas de relação que historicamente as permearam, inferindo para as mesmas as causas de sua aparente cisão com o “real”, para tanto, recorreu-se a análise uma ampla e sólida bibliografia de apoio, crítica e convenientemente alicerçada em três pilares fundamentais, o da história, o da sociedade e o da filosofia.
DESENVOLVIMENTO
A análise bibliográfica que fundamenta a nossa metodologia de pesquisa partirá das definições sociológicas de arte e se desdobrará sobre os aspectos da religião enquanto instituição social, as relações tomadas entre o pensamento mágico e o desenvolvimento das manifestações artísticas como um ato coletivo e a forma como arte e religião se influem dentro de um mesmo todo “sócio-comportamental”, cujos reflexos e implicações são amplamente experimentados na atualidade.
2.1 Uma definição sociológica da arte.
O aspecto mais marcante do atual estado de coisas, quando se fala em arte enquanto objeto epistemológico é a dificuldade de sua definição, sobre esse aspecto Coli (1981; p.8), citando o pensamento do filósofo e esteta francês Étienne Gilson, comenta:
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