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A CONCEPÇÃO DE ESTADO PARA MAX WEBER

Por:   •  1/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.382 Palavras (6 Páginas)  •  6.190 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

ARTHUR DE LIMA JAIME

A CONCEPÇÃO DE ESTADO PARA MAX WEBER

CURITIBA

2016

INTRODUÇÃO

Este artigo pretende abordar o Estado apresentado por Max Weber em seu texto “A Política como Vocação”. Segundo o autor, o Estado é o único que tem a legitimidade para o uso da violência física e da coerção, monopolizando assim, a própria violência.

        O tema Estado para Weber ainda é muito discutido e várias de suas conclusões e elaborações sobre Estado, Poder e Dominação podem ser aplicadas e evidenciadas nos atuais governos e relações sociais. É de grande importância então, discutir e entender o que o autor quis nos dizer em seus textos.

        Primeiramente falaremos sobre Max Weber e o Estado Moderno propriamente dito com suas particularidades, depois vamos discutir a questão da poder e da dominação. Por fim, concluiremos com uma análise geral e uma relação entre o Estado em Weber e o Estado contemporâneo.  

        

1 – WEBER E O ESTADO

Karl Emil Maximilian Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, jurista e economista alemão que dedicou a vida ao estudo da sociologia da religião, sociologia política, administração pública, economia e filosofia. Weber é considerado um dos fundadores da sociologia moderna.

        Uma de suas obras mais discutidas é “A Política como Vocação” na qual ele começa o texto definindo Estado. Weber diz que Estado é o detentor do monopólio da violênca. Dentre outras diversas atribuíções que lhe cabe, essa é a principal e mais importante. Nas palavras de Weber (2003, p.10): “O Estado é uma relação de homens dominando homens, relação mantida por meio da violência legítima (isto é, considerada como legítima). Ele é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território.”

        O Estado tem o poder de coerção sobre o povo, logo, tem o poder de formular leis que regem a conduta da sociedade. O Estado só existe se os dominados obedecerem à autoridade dos detentores. O poder do Estado é dividido entre uma grande quantidade de instituições de administração pública. Tais como parlamento, militares, etc.

Weber também afirma que o Estado deveria possuir representantes soberanos que governassem. A maneira como se deveria escolher o governante é pela votação. Uma vez eleito o governante, esse deveria formar um gabinete composto de funcionários a sua escolha. O governante conseguiu seu poder atráves da política, que para Weber, é uma das principais maneiras de consegui-lo. Outra maneira seria o poder pela riqueza.  Weber ressalta que todo homem que entra na política, aspira ao poder, que normalmente está ligado a fins ideais ou egoístas, ou ainda ligado ao poder pelo poder, simplesmente pelo prestígio que o traz. Antes de o representante ser eleito, ele excerce uma Dominação Carismática e depois de ser eleito uma Dominação Legal, que será discutido adiante.

2 – PODER

Weber define poder como toda a chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância e qualquer que sejam os fundamentos. Para ele, precisa-se de recursos necessários para a legitimação desse poder. Basicamente: ter algo a mais em relação aos outros para conseguir exercer poder sobre eles.

Em toda relação social existe poder, que pode fundamentar recursos. Como um professor que tem gradução em tal matéria, logo, ele tem o recurso pra dar aula sobre essa determinada matéria. Ou numa conversa, quando o recurso fundamentado é o poder de fala e varia conforme muda o intelocutor, quando um fala o outro ouve. Os recursos podem variar e formar diferentes tipos de poder.

3 - DOMINAÇÃO

Para entender a definição de Estado, se faz necessário o conhecimento sobre a noção de dominação para o autor. Vale lembrar que, embora os significados sejam parecidos, dominação se diferencia de poder. Dominação é um tipo particular de poder. Para Weber, para que um Estado exista, é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder. Para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores possuam uma autoridade reconhecida como legítima. A dominação é sempre resultado de uma relação social de poder desigual, na qual existe um lado que comanda e outro que obedeçe. Logo a dominação é qualquer situação onde indivíduos são subordinados ao poder de outros. As relações de dominação em uma sociedade precisam buscar uma forma de legitimação, como um reconhecimento de que são necessárias para a ordem e o bem estar da comunidade.

3.1 – OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA

Weber em sua obra “Economia e Sociedade” dedica um capítulo a definição de dominação e separa ela em três tipos puros e fundamentais.

“Nas relações entre dominantes e dominados, por outro lado, a dominação costuma apoiar-se internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a sua ‘legitimidade’, e o abalo dessa crença na legitimidade costuma acarretar consequências de grande alcance. Em forma totalmente pura, as ‘bases de legitimidade’ da dominação são somente três, cada uma das quais se acha entrelaçada – no tipo puro – com uma estrutura sociológica fundalmentamente diversa do quadro e dos meios administrativos.” WEBER (1981, p. 128)

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