A Ciência Como Vocação - Resenha
Por: Valquiria Soares • 26/6/2016 • Resenha • 887 Palavras (4 Páginas) • 766 Visualizações
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Sociais
Departamento de Sociologia
Disciplina: Teorias Sociológicas I
Professora: Christiane Machado Coelho
Estudante: Valquíria Soares Barbosa / 140066357
Resenha – A Ciência como vocação
WEBER, Max. A Ciência como vocação. Trad. Artur Morão. Disponível em
http://www.lusosofia.net/textos/weber_a_ciencia_como_vocacao.pdf. Acesso em 09 out. 2014.
No texto “A Ciência como Vocação”, Weber tratou de diversos aspectos necessários para que a vocação na ciência apareça, além de esboçar uma crítica à profissionalização na ciência. Ele iniciou comparando dois quadros distintos, a profissão de cientista na Alemanha e nos Estados Unidos.
Na Alemanha, o jovem redigia uma tese e fazia alguns exames, porém não era remunerado, contava apenas com uma pequena quantia retirada da matrícula dos estudantes. Portanto, sua carreira era construída em pressupostos plutocráticos, pois somente aqueles que sua família poderia custear seu sustento durante os estudos, poderiam seguir na vida acadêmica. Mas o jovem cientista não conseguia dar as aulas que gostaria, e os cursos maiores eram ministrados por professores titulares.
Nos EUA, o jovem se via carregado de trabalho nos primeiros anos, pois era remunerado. Podia ser, ainda, demitido a qualquer hora, o que o forçava a ter “salas cheias” para garantir seu cargo. Segundo Weber, “O jovem americano não tem respeito a nada nem a ninguém, a nenhuma tradição, a nenhum cargo, exceto ao êxito pessoal de quem o ocupa: é a isto que o americano chama “democracia”.” (WEBER, p. 26)
Em sua crítica à “democracia” estadunidense e ao sistema de ensino dos Estados Unidos, Weber chamou a atenção para a americanização das universidades alemãs, que estavam se tornando empresas capitalistas, apresentando situações como um grande abismo entre os diretores e professores universitários, dificultando o desenvolvimento da ciência. Além disso, alertava a sociedade que parecia estar escolhendo o modo norte-americano de fazer ciência.
Apresentou em seu texto os requisitos para a escolha da vocação à ciência, como a paixão: dedicação total aos estudos científicos. Discorreu sobre as dificuldades que apareciam na vida científica e a junção do trabalho e a paixão, a fim de se inspirar e conseguir realizar novas descobertas científicas.
Porém, por mais que haja tal paixão, o bom resultado não era garantido. Weber apontou para isso como a falta de inspiração que vários cientistas tinham, por isso era necessário ter vocação científica.
Para Weber, a Ciência não é imutável e toda descoberta realizada “deseja ser” ultrapassada para que haja progresso, em contraste com ciência feita na arte que dificilmente será considerada ultrapassada. Assim para se conseguir bons resultados, se deveria fazer ciência com paixão, com beleza e não como algo frio e calculado.
A ciência exigia devoção por parte do cientista. Apenas aqueles que se colocavam a serviço da ciência possuíam personalidade. Aquele que se dedicasse de coração a sua obra conseguiria elevar-se à dignidade da causa que desejava servir. Para o cientista, seria a experimentação que conduziria à verdade. Ele teria a missão de provar que não existia nenhum poder misterioso interferindo no mundo.
Weber apresentou qual era significado da ciência no contexto da vida humana. Para ele, a ciência não possuía explicações completas e nem ultrapassáveis, mas se ocupava em mostrar o sentido concreto das coisas e seu funcionamento, sempre mudando para que houvesse sua evolução. Indicou a Ciência como a maneira de moldar o cidadão correto, estabelecendo métodos para as tarefas do dia-a-dia.
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