A Discursiva - Fichamento
Por: gabriellagala • 17/9/2021 • Abstract • 1.718 Palavras (7 Páginas) • 108 Visualizações
Fichamento Detalhado
Gabriella Rocha Galante
Política I
nº USP: 11909696
Texto: “Discursi sobre a primeira década de Tito Lívio”, Nicolau Maquiavel. (Capítulos 1 ao 7).
1ª parte: “Princípios das Cidades.” (Cap. 1 §§ 1 - 6)
- Neste trecho o autor define duas formas de edificação de cidades.
a1) O autor afirma que as muitas cidades foram fundadas por homens naturais daquela região que por algum motivo tiveram de reunir suas moradias em lugares estratégicos. Usa como exemplo Atena e Veneza, a primeira que foi edificada exclusivamente por habitantes dispersos que buscavam segurança e a segunda também edificada por habitantes dispersos mas que neste caso se reuniram para fugir de guerras na Itália e que após o declínio do império Romano passaram a viver sob leis estabelecidas por eles para mantê-los. (§§ 1-2)
a2) O autor cita outro tipo de formação de cidades sendo estas formadas por forasteiros. Estes podendo ser homens livres, homens que dependem de outro ( formando colônias), homens que pretendem defender terras recém conquistadas ou príncipes que usam a nova terra como aparato de solenidade e poder (como Alexandria, edificada por Alexandre. (§ 3)
- Neste trecho Maquiavel define que edificadores livres são aqueles que são obrigados a abandonar sua terra natal e a buscar novas quando motivados de doenças, fome ou guerra e, neste último caso, estes ou habitam as cidades que encontram nas terras que conquistam, ou edificam novas. (§§ 4-6)
b1) A virtú do edificador se evidencia pela escolha do local da nova cidade a ser edificada e pela ordenação das leis. O local deve apresentar terras férteis para que a população amplie-se graças a uberdade do solo e os homens consigam se defender. As leis devem obrigar os habitantes a romperem o ócio oferecido pelo lugar. Além disso, exemplifica a importância da comodidade dos habitantes e não só da comodidade do edificador.
2ª parte:“As repúblicas” (Cap. 2 §§ 1- )
- O autor cita três formas de governo: monárquico (principado), aristocrático (optimates) e popular (populista) e diz que a escolha de governo está relacionada com os objetivos da cidade. Estas três formas podem ser alteradas de forma negativa e se tornarem em despotismo, oligarquia e permissividade respectivamente, destacando que as variações de governo surgiram ao acaso. (§§ 1-3)
- Aqui[a] o autor mapeia o caminho de uma cidade recém edificada até se tornar uma república. (§ 4)
- Por fim o autor defende um formato misto de república onde o príncipe deve escolher um governo em que os aristocratas, o povo e ele mesmo governem juntos, podendo assim controlar todas as partes. (§§ 5-6[b])
3ª parte: “Roma, a república perfeita.” (Cap. 2 § 7 / Cap. 3 §§ 1-2 / Cap. 4 §§ 1-3)[c]
- A nobreza romana e a plebe entraram em conflito e para não perder tudo, a nobreza cedeu a plebe, instaurando um caráter de governo popular na república. Os cônsules se mantiveram. Assim o autor retoma as três formas de governo, afirmando que todas tinham sua parte e deixando a república mais perfeita (Cap. 2 §7)
- Neste trecho [d]o autor afirma que todo homem é mau e justifica a criação dos tribunos romanos com a opressão do povo causada pelos nobres após a morte dos Tarquínios, que continham a nobreza. (Cap. 3 §1)
- Maquiavel ressalta a necessidade dos tribunos para conterem a maldade da nobreza e protegerem a plebe da opressão.(Cap. 3 § 2)
- Por fim destaca que [e]os tribunos e leis surgiram desse conflito de interesses, que dão ao povo a chance de protegerem sua liberdade e de canalizar as ambições tanto da nobreza quanto da plebe. (Cap. 4 §§1-2)
4ª parte: “Quem merece a liberdade?” (Cap. 5)[f]
- Aqui[g] o autor justifica a quem é mais seguro destinar a defesa da liberdade, entre a nobreza e a plebe. A guarda da liberdade depende do objetivo da república. Se a república pretende se expandir, a plebe deve possuir a guarda da liberdade, se pretende se manter, a nobreza deve ter a liberdade.
- Exemplifica Esparta e Veneza, onde a defesa da liberdade é nas mãos da nobreza e em Roma a defesa da liberdade é nas mãos da plebe, e conclui que a defesa da liberdade nas mãos da nobreza é mais conflituosa que nas mãos da plebe.[h]
5ª parte: “Inimizades entre o povo e o senado” (Cap. 6)
- Neste trecho o autor discorre sobre a possibilidade de instalar em Roma um governo que extinguisse a inimizade entre o povo e o senado. Maquiavel aponta Veneza; com habitantes expulsos de regiões vizinhas onde originalmente todos os habitantes da cidade foram chamados ao poder e aponta Esparta; com população pouco numerosa que se recusa a receber estrangeiros de submissão às leis de Licurgo.
- Por fim diz que Roma empregou a plebe na guerra, ao contrário dos venezianos e abriu caminho para os forasteiros, como os espartanos. Assim a plebe ganhou força número e infinitas ocasiões para criar tumultos.[i]
6ª parte: “A liberdade numa república.” (Cap. 7)
- Neste trecho o autor diz que os cidadãos não ousam investir contra o Estado. As leis da república devem conceder um meio legítimo para a manifestação dos cidadãos. Se um cidadão é punido por meios legais causa pouca desordem na república. E por fim afirma que se as leis da pátria fizessem o justo não seria necessário o uso de forças ilegais.
- Maquiavel retoma a ideia de canalizar as ambições e afirma que as leis permitem que os grupos se manifestem e ajudam a tutelar possíveis conflitos. Em Roma, esses conflitos não são um problema graças às leis. [j]
[a]Esse “aqui” pode ser usado quando você indica algum trecho ou ideia do texto, deixando de forma clara o que está sendo indicado. Não está claro para mim ao que se refere o “aqui” que você usou. Imagino que seja ao parágrafo 4. Ainda assim, pode parecer ao leitor que você se refere à parte, ou ao capítulo, ou à ideia de formas de governo, etc. E o item funciona sem problemas cortando o “aqui”.
[b]Está bom o detalhamento. A única coisa que falta é mesmo o resumo incial.
[c]Achei ótimo o recorte que você fez para construir a parte! Também gostei do título que você deu. Nenhum colega seu fez esse recorte. E eu acho que ele faz muito sentido, de fato há uma unidade entre esses parágrafos todos que compõem a parte. A pena é que você não fez o resumo expresso da parte. Nele deveriam estar as ideias principais de Maquiavel que indicariam a unidade existente no recorte escolhido. Um desafio e tanto, mas que renderia belo aprendizado!
[d]Aqui, neste trecho, ocorre novamente o que ocorreu com o uso do “aqui” que você fez acima. Não fica claro ao que você se refere, apesar de provavlemnte se referir ao parágrafo 1. Veja que eu abro esse meu comentário com os mesmos termos que você usa, “aqui” e “neste trecho”. Faz sentido usar essas expressões, mas devemos sempre ter cuidado de que está claro ao que elas se referem.
[e]Bom uso dos verbos que indicam as tarefas ilocutórias do autor no texto. Grifei em amarelo os verbos que você empregou muito bem.
[f]A partir daqui você deixou de indicar os parágrafos. Nos nossos exercícios é importante que eles sejam indicados.
[g]Novamente, o “aqui” refere-se ao capítulo? A algum parágrafo? Ao trecho? A alguma ideia? A alguma frase?
[h]Você deixou muito concisa essa parte. E é uma parte em que há várias nuances na argumentação do Maquiavel. Valeria ter detalhado mais. Veja que o detalhamento que fazemos no fichamento detalhando funciona como um aprofundamento analítico nos argumentos do autor. É como se mergulhássemos no interior da parte selecionada para entender o que tem lá dentro. E, claro, para isso fazer sentido, é necessário ter algo antes, que é o resumo expresso, a exposição do principal argumento de forma reduzida. Diria que esse seu trecho poderia quase que funcionar como o resumo expresso. Ficaria faltando então trazer os detalhes da argumentação de Maquiavel sobre a guarda da liberdade.
[i]Eu sinto que falta nessa parte algum argumentos importantes. Fiz abaixo um esboço mais detalhado da parte e com um resumo inicial apenas para que você compare com o que fez:
5ª parte: “Inimizades entre o povo e o senado” (Cap. 6, §§ w-z)
RESUMO: Maquiavel se propõe a discutir se Roma poderia ter alcançado a grandeza que alcançou sem os tumultos comparando-a com outras repúblicas. Um legislador que quisesse que Roma fosse tranquila, deveria ter agido à maneira de Esparta e Veneza e um legislador que quisesse construir um Império deveria ter agido à maneira romana. Ambas possuem fraquezas e a melhor decisão é a que gerar menos inconvenientes
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