A Formação Econômica Do Brasil

A pouca importância dada ao desenvolvimento do Brasil desde a época do descobrimento, fez com que se tornasse comum a falta de planejamento político e econômico nas relações brasileiras internas e externas. Esse desinteresse português porém, fez com que o Brasil mergulhasse em grandes dificuldades econômicas e por conseguinte solicitasse empréstimos internacionais. No período do Brasil Império o país que mantinha esse domínio econômico sobre o Brasil era a Inglaterra.

Em vários momentos a história do Brasil foi fortemente influenciada pelos interesses e relações da (e com a) Inglaterra. Um desses momentos que só ocorreu devido à grande influência inglesa foi a transferência da família real portuguesa para o Brasil. Em grande concorrência com a França, na Europa, era de extremo interesse inglês que os portugueses, já dependentes da manufatura inglesa, ampliassem o comercio no Brasil a fim de aumentar o mercado consumidor de produtos ingleses; além disso, a proximidade do governo português em terras brasileiras facilitaria e baratearia ainda mais a obtenção de matéria prima para a sua produção de manufaturados, visto que agora seus navios sairiam direto dos portos brasileiros, conforme previa a Carta Régia assinada pelo Reino Português.

Logo após a chegada do governo português, a corte assina com a Inglaterra o Tratado de Comércio e Navegação, que garante aos ingleses a menor taxa de importação pelos brasileiros, menor inclusive que a taxa aplicada aos produtos portugueses. Esse tratado representa o início da presença e dependência econômica pela Inglaterra, diretamente em terras brasileiras, ou seja, presença direta no solo e mercado brasileiro. Isso porque, com taxas tão baixas não se podia concorrer com os produtos ingleses, nem através da importação de outros países nem através da manufatura no próprio pais.

Além disso tudo, é importante ressaltar, também, que o Brasil fez sua primeira dívida externa com a Inglaterra, logo na época da sua Independência, visto que a Inglaterra convenceu o governo brasileiro de que com uma indenização o governo português reconheceria a independência (o que realmente ocorreu); acontece que o Brasil não tinha essa quantia para pagar à Portugal, e portanto solicitou seu primeiro empréstimo (autônomo) a Inglaterra.

O que podemos verificar nesses fatos é que a economia e política atual é em boa parte vestígio do sistema político-econômico aplicado no Brasil desde o início da sua história.