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A Necessidade Histórica Do Retorno A Marx

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Por:   •  21/3/2014  •  1.507 Palavras (7 Páginas)  •  226 Visualizações

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A necessidade histórica do retorno a Marx

A conjuntura do capitalismo mundial, em especial no Brasil, evidencia uma crise nunca vista antes na história deste modo de produção. Alguns apontamentos da manifestação da crise estrutural do capital podem esclarecer a afirmação do período destrutivo do capitalismo, que resultou no fim das possibilidades civilizatórias do capitalismo. Diante do esgotamento destas possibilidades civilizatórias a humanidade desembocou na barbárie social presente nos dias atuais. Após um longo período de crescimento capitalista, no período pós-segunda guerra mundial, o capitalismo entrou em sua mais série crise, uma crise estrutural, onde as conquistas civilizatórias do capital pouco a pouco vem sendo escamoteadas em virtude das politicas anticíclicas que governos implementam para estancar a hemorragia da crise estrutural, além da produção destrutiva da força de trabalho e da natureza.

A crise que surgiu com o final da onda longa expansiva do final da segunda guerra até o inicio da década de 1970, período onde o capitalismo manteve altas taxas de lucro e índices de crescimento econômico acentuado[1], tem como características o esgotamento de crescimento econômico e das altas taxas de lucro mediante os padrões até então desenvolvidos pelo capitalismo. As manifestações da crise estrutural foram:

1) queda da taxa de lucro, dada, dentre outros elementos causais, pelo aumento do preço da força de trabalho, conquistado durante o período pós-45 e pela intensificação das lutas sociais dos anos 60, que objetivavam o controle social da produção. A conjugação desses elementos levou a uma redução decrescente da taxa de lucro:

2) o esgotamento do padrão de acumulação taylorista-fordista de produção (que em verdade era a expressão mais fenomênica da crise estrutural), dado pela incapacidade de responder à retração do consumo que se acentuava:

3) hipertrofia da esfera financeira, que ganhava relativa autonomia frente aos capitais produtivos, o que também já era expressão da própria crise estrutural do capital e seu sistema de produção, colocando-se o capital financeiro como um campo prioritário para especulação, na nova fase do processo de internacionalização:

4) a maior concentração de capitais graças às fusões entre as empresas monopolistas e oligopolistas:

5) a crise do walfare state ou do “Estado do bem-estar social” e dos seus mecanismos de funcionamento, acarretando a crise fiscal do Estado capitalista e a necessidade de retração dos gastos públicos e sua transferência para o capital privado:

6) incremento acentuado das privatizações, tendência generalizada às desregulamentações e à flexibilidade do processo produtivo, dos mercados e da força de trabalho entre tantos outros elementos contingentes que exprimiam esse novo quadro crítico (CHESNAIS apud ANTUNES[2] 2006 p.33-34).

A crise estrutural do Capital é demonstrada pelo seu Continuum Depressivo: podemos observar suas manifestações onde os ciclos das crises começam a se encurtar, na entrada da década de 1970, em especial com a chamada crise do petróleo, sendo o estopim da crise estrutural do capital. Os ciclos de crise começam a se contrair: no final dos anos de 1978 e 1979, países que se industrializaram à partir das “substituições das importações”, como o Brasil; na entrada dos anos oitenta do século XX os chamados “Tigres Asiáticos”, até então modelo de desenvolvimento capitalista, entraram em uma profunda crise; no final da década de oitenta e inicio da década de noventa do século XX, o Japão com sua estrutura industrial toyotizada, entrou também em crise; a crise da Rússia; a crise do México; no século XXI tivemos a primeira crise da bolsa Nasdaq; a crise da bolha imobiliária em 2008; e recentemente a chamada crise do Euro.

O resultado da resposta do capital para a sua própria crise vem depreciando a força de trabalho, acentuando guerras como alternativa da retomada das taxas de lucros do período anterior à crise. Podemos concluir que essa politica tem como resultado, segundo as observações precisas do professor José Paulo Netto[3]:

Em síntese, nos últimos quarenta anos, o modo de produção capitalista experimentou transformações de monta, que se refratam distintamente nas diversas formações econômico-sociais em que se concretiza e que exigem instrumentos analíticos e heurísticos mais refinados. Ainda que se registrem polêmicas acerca da natureza e das complexas implicações dessas transformações, bem como do ritmo em que levam o modo de produção capitalista a aproximar-se dos seus limites estruturais, duas inferências parecem-me inquestionáveis:

1ª. nenhuma dessas transformações modificou a essência exploradora da relação capital/trabalho; pelo contrário, tal essência, conclusivamente planetarizada e universalizada, exponencia-se a cada dia;

2ª. a ordem do capital esgotou completamente as suas potencialidades progressistas, constituindo-se, contemporaneamente, em vetor de travagem e reversão de todas as conquistas civilizatórias.

A primeira inferência revela-se mediante vários indicadores: as jornadas de trabalho prolongadas para aqueles que conservam seus empregos (extensão que envolve todos os setores de atividades econômicas – para retomar a superficial e conhecida tipologia dos “setores econômicos” de Colin Clark: o “primário”, o “secundário” e o “terciário”), a intensificação do trabalho (também nos três “setores”), a enorme defasagem entre o crescimento das rendas capitalistas e o crescimento da massa salarial etc., resultando na extração articulada de mais-valia absoluta e relativa e na recuperação de formas de trabalho típicas dos primeiros momentos da instauração do capitalismo (trabalho a domicílio) e, mesmo, em formas de trabalho forçado e, em casos extremos, mas não tão excepcionais, escravo. A constatação mais óbvia desse incremento da exploração aparece, em todos os quadrantes do mundo, nos mal chamados fenômenos de “exclusão social”. Mas é a segunda inferência que me interessa aqui, posto que expressão da barbárie tardo-capitalista.

Compreendo que a humanidade não está inexoravelmente condenada a submeter-se à barbárie. A humanidade nunca caminhou bovinamente em direção ao abatedouro, por isso é capaz

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