A Participação feminina no mercado de trabalho
Por: PedroMuglia • 19/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.726 Palavras (7 Páginas) • 283 Visualizações
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TRABALHO EM GRUPO – TG
Título: Participação feminina no mercado de trabalho.
PEDRO MUGLIA
RA 1713371
BELO HORIZONTE, MAIO 2017
POLO BH-CENTRO
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. DESENVOLVIMENTO 5
2.1. FATORES QUE LEVARAM O AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO 5
2.2. DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO 6
3. CONCLUSÃO 8
BIBLIOGRAFIA 9
INTRODUÇÃO
A princípio cabe destacar que desde a antiguidade a participação feminina no trabalho já era significativa. Até em sociedades pré-cristã já existiam relatos do trabalho feminino no cuidado com o lar, bem como na agricultura e pecuária familiar. No Brasil, por exemplo, Mourão (2005, apud MOREIRA E CIRINO, 2017) destaca que desde o século XVI, perpassando os séculos XVII e XVIII, as índias cuidavam da agricultura e preparavam o alimento, as negras realizavam o trabalho doméstico nas residências cristãs e nas fazendas de açúcar ou de gado e as brancas, por sua vez, além do trabalho de dar à luz e de educar sucessivas gerações de crianças, tinham também a responsabilidade de governarem as casas, os arranjos domésticos e de criar condições para que os homens progredissem em suas profissões, além de realizarem obras nas igrejas, nos conventos, nas escolas e onde lhes fosse permitido colaborar. Por fim, quando necessitavam aumentar o rendimento da família, muitas faziam doces por encomenda, bordados, lavavam roupas e davam aulas de piano.
Apesar do descrito acima, foi a partir do século XIX, devido principalmente ao processo de industrialização, que ocorreu a extensão do trabalho feminino assalariado. Para um número crescente de mulheres, trabalhar tornou-se sinônimo de ganhar salário (MOURÃO, 2006, pág. 22).
Este período foi marcado pelo declínio do sistema feudal e o início do sistema capitalista, e teve como fator determinante a alteração da produção artesanal para a produção em grande escala. Sendo assim, surge uma nova estrutura social, em que trabalhadores antes detentores de seu próprio trabalho agora passam a vender sua força de trabalho. (NICOLAZZI JUNIOR, 2012, apud CIRIBELI ET. AL., 2017)
Foi neste cenário, que intensificou, nas fábricas, a procura por mão de obra de mulheres e crianças, pois o baixo custo compensava, tendo em vista que as mulheres ganhavam muito menos que os homens, e as crianças ganhavam muito menos que as mulheres. (NICOLAZZI JUNIOR, 2012, apud CIRIBELI ET. AL., 2017)
Seguindo essa tendência, a participação feminina na atividade econômica continuou crescendo durante todo o século XX (MOREIRA E CIRINO, 2017). Tal processo, foi ainda acentuado devido as duas grandes guerras mundiais, que levaram grande parte da força de trabalho masculina para os campos de batalha.
Apesar disso, até o começo da década de 1980, observava-se no trabalho feminino a característica predominante de complementaridade em relação ao trabalho masculino no sustento da família. Nesse sentido, o trabalho das mulheres caracterizava-se predominantemente pela intermitência, baixa escolaridade e reduzida remuneração. (MOREIRA E CIRINO, 2017)
Segundo Moreira e Cirino (2017) foi apenas nas décadas de 1980 e 1990 que essa posição complementar começou a mudar no Brasil, devido principalmente ao fraco desempenho da economia nacional. Conforme destacaram Barrio e Soares (2006), citado em Moreira e Cirino (2017) a elevação do desemprego e o cenário inflacionário da época fizeram com que houvesse uma queda na qualidade de vida das famílias, levando as mulheres a procurarem emprego como forma de suplementar ou garantir a renda familiar.
DESENVOLVIMENTO
FATORES QUE LEVARAM O AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO
Além dos aspectos econômicos citados na introdução deste trabalho, Cirino e Lima (2017) citando diversos outros autores, elenca diversos outros fatores que contribuíram para o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, conforme lista a seguir:
- À industrialização e o crescimento de serviços que antes eram tipicamente domésticos – que vão desde gêneros alimentícios até a função de cuidadora de crianças, velhos e doentes –, juntamente com a difusão de eletrodomésticos, que passaram a facilitar a ausência das mulheres em casa.
- Às mudanças de valores em relação ao papel social da mulher, que motivadas a partir de movimentos feministas, provocaram alteração comportamental das mulheres no sentido de compatibilizar suas atividades domésticas com o trabalho. Da mesma forma que o fator anterior, a crescente urbanização permitiu às mulheres maior acesso a novas ideias e oportunidades.
- O crescimento, na década de 1980, do setor terciário tanto formal – destacando-se comércio, bancos e atividades ligadas ao setor público – quanto informal - como comércio ambulante e representação de vendas de produtos cosméticos e alimentícios. Waljnman e Perpétuo (1997), citado por Cirino e Lima (2017) explicam que este setor da economia abre espaço para um perfil de emprego mais favorável às pessoas do sexo feminino, devido às suas características de maior flexibilidade e intermitência, marcado por jornadas mais curtas e claramente mais terceirizado.
- O aumento da escolaridade feminina que passou de 3,9 anos médios de estudo em 1977, para 7 anos em 2006, o que afeta positivamente as expectativas não só de salários, mas também de oportunidades de emprego.
- A queda da taxa de fecundidade no país nas últimas décadas que passou da média de 5,8 filhos por mulher em 1970, para apenas 2 filhos em 2006. O que acaba por ser um fator retroalimentado. Uma vez que mulheres mais instruídas, com maior nível socioeconômico e voltadas para o mercado de trabalho acabam por optar a ter um menor número de filhos, ficando desta forma mais livres para a execução de atividade econômica remunerada.
Por último, Cirino e Lima (2017) ressalta dois aspectos sobre os argumentos que procuram explicar o fenômeno da elevação do número de mulheres no mercado de trabalho. O primeiro aspecto é que tais fatores não são antagônicos, mas sim complementares entre si, conforme destacam Souza et al. (2006, apud CIRINO E LIMA, 2017). Em segundo lugar, os fatores não-econômicos, que independem crescimento país, demonstram uma mudança de valores em relação ao trabalho feminino, conferindo um caráter de irreversibilidade ao fenômeno de crescimento de participação e importância do trabalho feminino na economia nacional.
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