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AGRICULTURA

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Por:   •  5/4/2014  •  9.402 Palavras (38 Páginas)  •  527 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos tem-se verificado uma crescente pressão no setor agrícola em busca do aumento da eficiência. Este fato está em parte associado ao processo de globalização, que têm promovido um amplo processo de transformação, induzido pelo crescente nível de exigência dos consumidores com relação à qualidade dos produtos, às políticas de conservação do meio ambiente e aos preços competitivos internacionalmente.

Neste contexto, a agricultura de precisão apresenta-se como uma moderna ferramenta para auxiliar o produtor na definição das melhores estratégias de manejo a serem adotadas visando aumentar a eficiência da atividade agrícola. Especificamente no manejo do solo, a agricultura de precisão tem como principal conceito aplicar no local correto no momento adequado, as quantidades de insumos necessários à produção agrícola, para áreas cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos o permitam. Tradicionalmente, a agricultura convencional utiliza no processo de tomada de decisão poucas informações e, muitas vezes, com base empírica. Este fato conduz a simplificações como o tratamento por médias de produções, da aplicação de insumos e mesmo, do retorno econômico desconsiderando o grau de variabilidade existente na área.

O resultado desta estratégia de manejo é que, por exemplo, na aplicação de insumos pode-se ter excesso em determinados locais e deficiência em outros. Com isto, verifica-se um aumento do risco de impacto ambiental da atividade e um comprometimento do retorno econômico. A fertilização a taxa uniforme da área necessariamente não conduz a uniformidade de características químicas do solo. Através da amostragem intensiva do solo sob área a agricultura de precisão é possível identificar a variabilidade existente na área e a partir disto propor doses de aplicação diferenciadas de acordo com a necessidade de cada área zona de manejo.

No decorrer deste projeto, será feito uma analise detalhada da implantação da agricultura de precisão na Fazenda Porangaba, a sua real importância para o planejamento estratégico nas tomadas de decisões da propriedade, a maximização da produtividade, diminuição de custos e dos impactos ambientais.

Primeiramente serão apresentados os objetivos, gerais e específicos, determinando o que se pretende realizar nesta pesquisa. Após, apresentar-se-á a justificativa do projeto, onde será embasada a sua real importância e as razões para a sua execução junto a sociedade agrícola brasileira.

Posteriormente será feito um embasamento teórico sobre a Agricultura de Precisão, levando em consideração os seus pontos fracos e fortes, suas vantagens e desvantagens. Em relação à empresa, será apresentado as suas formas de gestão e também os equipamentos implantados na propriedade.

Conseqüentemente, para se definir a trajetória a ser percorrida durante a pesquisa, será descrito a metodologia, explicando os instrumentos e procedimentos que serão adotados para desenvolver o projeto.

Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar quais mudanças que a agricultura de precisão proporcionou para a propriedade, sejam mudanças para o processo decisório e também mudanças econômicas.

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1 Tema

Análise da implantação da agricultura de precisão na Fazenda Porangaba localizada na cidade de Sete Quedas - MS

1.2 Empresa

Fazenda Porangaba

Estrada Santa Rosa, Sete Quedas – MS

CEP: 79.935-000

1.3 Acadêmicos

Edson Luís Maltauro

Vila Ipiranga, Zona Rural, Toledo – PR

Telefones: (45) 9971-5467 / (45) 9936-8693

Email: edsonmal@hotmail.com

Jean Michael Weber

Rua Aldir Pedrón, nº1413, apto. 01, Palotina – PR

Telefones: (45) 3253-1354 / (44) 9976-3632

Email: jeanmweber@hotmail.com

Marcos Roberth Penafiel de Oliveira

Rua São Paulo, nº 1701, Novo Sarandi, Toledo – PR

Telefones: (45) 3273-1623 / (45) 9914-6511

Email: marcos.toledo@fipal.com.br

1.4 Orientação do trabalho

Profº: Fabio Trevisan Alberti

1.5 Coordenação do curso

Profª.: Ms Gisela Adriana Siqueira de Quadros Xavier

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a implantação da agricultura de precisão na Fazenda Porangaba localizada na cidade de Sete Quedas - MS.

2.2 Objetivos específicos

• Relatar o ciclo da agricultura de precisão;

• Certificar-se que os mapas gerados pelo sistema são úteis para tomada de decisão dos gestores;

• Analisar a viabilidade da automação nos processos de manejo;

• Conferir utilização dos recursos deste sistema por outras propriedades rurais.

3 JUSTIFICATIVA

Com a globalização da economia e a competitividade de preço dos produtos agrícolas, surgiu a necessidade de se obter níveis de competitividade internacionais. Além disto, a busca pela conservação dos recursos naturais impõe à atividade agrícola novos métodos e técnicas de produção, aliados à eficiência e maior controle dos resultados obtidos no campo, em relação ao que se pratica atualmente. Além disso, a agricultura moderna está relacionada ao plantio de extensas áreas de monocultura, e um dos principais problemas que reflete diretamente na produtividade agrícola de extensas áreas é a distribuição inadequada de calcário, sementes, fertilizantes, herbicidas e inseticidas no solo. Este fato tem acarretado zonas de baixa produção de cereais dentro das áreas cultivadas.

Como uma resposta para minimizar estes problemas e com o avanço da tecnologia, atualmente é possível que satélites, computadores, softwares e sensores auxiliem na agricultura, com o sistema chamado no Brasil de agricultura de precisão. Este sistema resgata a capacidade de conhecer cada metro quadrado da lavoura, que vem se perdendo à medida que as áreas cultivadas aumentaram.

A opção do estudo relacionada com a agricultura de precisão, foi pelo fato de ser uma inovação tecnológica dentro de uma propriedade rural, uma vez que poucos produtores a utilizam, a nível nacional, e em especial, suprir as necessidades encontradas na Fazenda Porangaba, ou seja, alto custo de produção, baixa produtividade e alta variabilidade na produtividade.

O estudo vem a contribuir com a propriedade no intuito de aumentar a disponibilidade de informações para que os gestores não tomem decisões equivocadas. Também é de suma importância citar a agricultura de precisão como fonte de redução de custos de produção, aumento de produtividade e redução dos impactos ambientais. Em relação à sociedade, o estudo poderá contribuir para os demais produtores rurais da região, que tem as mesmas dificuldades encontradas na Fazenda Porangaba.

A agricultura de precisão é uma inovação tecnológica, uma vez que faz-se o uso de tecnologias avançadas para a coleta de dados, obtenção de informações e capacidade de processamento que torne possível a determinação das ações baseadas nos dados coletados. Portanto, ela é uma questão de gestão, ou seja, está apoiada no planejamento e acompanhamento contínuo do processo produtivo, por meio da disponibilidade de informação para a tomada de decisão.

4 PROBLEMA

As técnicas de agricultura de precisão possibilitam um melhor conhecimento do campo de produção, permitindo, desta forma, tomada de decisões melhor embasadas. Com isto tem-se uma maior capacidade e flexibilidade para a distribuição dos insumos naqueles locais e no tempo em que são mais necessários, minimizando os custos de produção. A uniformidade na produtividade é alcançada pela correção dos fatores que contribuem para sua variabilidade obtendo-se, com isto, um aumento global da produtividade. A aplicação localizada dos insumos necessários para sustentar uma alta produtividade contribuem com a preservação do meio ambiente, já que estes insumos são aplicados somente nos locais, quantidades e no tempo necessário.

Partindo deste princípio a exatidão nas informações é de primordial importância, bem como a credibilidade e segurança delas em um software, pois as decisões são embasadas em seus relatórios.

Como a Fazenda Porangaba tem um tamanho de área cultivável considerável, o sistema de agricultura de precisão proporcionará diversos relatórios e mapas para que as decisões a serem tomadas no momento das aplicações dos insumos sejam de forma precisa, acarretando em uma redução de custos, aumento de produtividade e preservação do meio ambiente.

Antes da implantação da agricultura de precisão na Fazenda Porangaba, a tomada de decisão era estabelecida pela média, ou seja, todo o controle de entradas e saídas na propriedade ou no máximo em cada talhão, é feito com base em valores médios. Faz-se amostragem de solo e o resultado, em muitos casos vale para a propriedade inteira. Com base nesse resultado, o produto deverá ser aplicado com tantos quilos por hectare e na colheita a produção foi de tantos sacos por hectare. A agricultura praticada pela média esconde muitos detalhes importantes, como manchas na lavoura, assumindo que tudo é uniforme. Não se tinha nenhum conhecimento da variabilidade na produção, apenas se sabia que ela existia, pois em áreas inférteis a produtividade era baixa e a visibilidade das manchas muito grande.

Assim sendo, o problema levantado para a presente pesquisa tange na apresentação dos relatórios e processos que este sistema pretende apresentar.

A questão a ser respondida resume-se em a agricultura de precisão resolveu os problemas acima descritos?

5 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capitulo será abordado teorias consideradas relevantes para o estudo deste trabalho. A pesquisa teórica foi realizada através de bibliografias, artigos de revistas e outras fontes consideradas de suma importância dentro dos temas abordados.

5.1 O agronegócio brasileiro

Os avanços tecnológicos e a evolução da economia mudaram totalmente a fisionomia das propriedades rurais, sobretudo nos últimos 50 anos. A população começou a sair do meio rural dirigindo se para as cidades passando nesse período de 20 para 70% a taxa de pessoas residentes no meio urbano, isso no caso do Brasil. Esse fator acarretou no aumento das áreas e cultiváveis e na produção, passando a depender de muitos serviços, máquinas, e insumos que vem de fora, dependendo também, do que ocorre depois da produção, como armazéns e infra-estrutura diversas (estradas, portos e outras), agroindústrias, mercados atacadistas e varejistas, exportação.

Foi analisando esse processo complexo que dois autores (John Davis e Ray Goldberg), professores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos da América, em 1957, lançaram um conceito para entender o termo agribusiness, e definindo-o como:

(...) o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, ate o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários “in natura” ou industrializados. (apud RUFINO, 1999).

O termo agribusiness espalhou-se e foi adotado pelos diversos países. No Brasil, essa nova visão de agricultura levou algum tempo para chegar. Só a partir da década de 1980 começa a haver uma difusão do termo, ainda em inglês. Somente a partir da metade da década de 1990, foi traduzido o termo agribusiness para agronegócios culminando com a criação dos cursos superiores de agronegócio, em nível de graduação universitário.

Por isso, houve a necessidade de uma concepção diferente de “agricultura”, já não se trata de propriedades auto-suficientes, mas de todo um complexo de bens, serviços e infra-estrutura que envolvem agentes diversos e interdependentes, como analisa NEVES, ZYLBERSZTAJN e NEVES (2006, p.4) “... hoje uma fazenda apresenta uma arquitetura diferente. É um conjunto de contratos e agente articulado, com insumos, revendas, prestadores de serviços, técnicos, comercializadores e outros. A fazenda fica cada vez mais enxuta, eficiente e empresarial. Mudam o perfil e a imagem do fazendeiro, para muito melhor e para um moderno empresário. ”

O agronegócio brasileiro, segundo CONTINI (2007), compreende atividades econômicas ligadas, basicamente, a insumos para a agricultura, como fertilizantes, defensivos, corretivos; produção agrícola, compreendendo lavouras, pecuária, florestas e extrativismo; agro industrialização dos produtos primários; transporte e comercialização de produtos primários e processados.

Atualmente o setor agrícola tem fundamental importância no desenvolvimento da economia brasileira. Segundo informações do próprio Ministério da Agricultura (MAPA, 2004), o setor representa, em média, 33% do PIB brasileiro, 42 % de toda a exportação nacional e 37% dos empregos brasileiros. Os crescentes índices de exportação e produtividade, que podem ser observados neste setor, vêm sendo influenciados pelos investimentos dos empresários rurais que buscam desenvolver sua empresa “dentro da porteira”, com investimentos no que há de mais moderno em técnicas de produção e no parque de máquinas. A atual conjuntura impõe aos empresários rurais excelência na gestão dos negócios antes, dentro, e depois da porteira. Dentro da fazenda, o produtor rural começa a dar espaço ao empresário rural, que planeja, busca conhecimento, dá atenção aos riscos e busca conhecer o funcionamento dos mecanismos de comercialização, para que a empresa possa crescer com sustentabilidade.

Para o MAPA (2004), o agronegócio é atualmente o principal impulsionador da economia brasileira, respondendo por um em cada três reais gerados no país. Isto é possível devido a seu clima diversificado, às chuvas regulares, à abundância em energia solar e à disponibilidade de aproximadamente 13% de toda água doce do planeta. Associado a estas condições, o Brasil tem uma área de 388 milhões de hectares de terras agricultáveis, férteis e de alta produtividade, restando ainda 90 milhões inexplorados. Tudo isso torna o pais um lugar com vocação para a agropecuária e seus negócios associados.

Conforme CONTINI (2007), a segurança no abastecimento, principalmente de alimentos in natura e processados, depende do atual agronegócio e do seu desempenho. De acordo com o autor, a Europa, mais de meio século depois, não esquece a tragédia da fome, durante e logo após a segunda grande guerra mundial. Assim, até hoje subsidia seus produtores na ordem de US$ 250 bilhões, caracterizando uma agricultura ineficiente do ponto de vista econômico. As crises de abastecimento interno de produtos básicos, verificados no Brasil, embora não freqüentes, têm trazido dificuldades de alimentação, principalmente, para as camadas mais pobres, como conseqüência disso, a garantia de suprimento adequado de alimentos é uma questão básica de equidade e justiça social.

5.2 Definição de sistema de informação gerencial

Todas as funções da administração – planejamento, organização, liderança, e controle são necessárias para o bom desempenho da organização. Para apoiar essas funções, especialmente o planejamento e o controle, são de suma importância os sistemas que fornecem informações aos administradores. Esses sistemas de informações estão ligados ao sistema físico – operacional e surgem da necessidade de desenvolver as operações fundamentais da empresa. Pode-se dizer até que esses sistemas são criados automaticamente pelas necessidades de administração operacional. Como exemplo: Os sistemas de informações de controle de estoque, de banco de dados de estrutura de produtos de processo de produção, de planejamento e controle da produção.

Segundo REZENDE e ABREU (2003), informação é todo dado trabalhado, que será útil, e tratado. Geralmente este dado é composto de números que se forem organizados acabem se transformando em relatórios claros. Fazendo este tratamento dos dados teremos o conhecimento.

Segundo LAUDON e LAUDON (1997), sistema de informação é “um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletas, recuperações, processos, armazena e distribui informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle e coordenação, a analise e o processo decisório em empresa e outras organizações”.

A atividade agropecuária, devido à característica do negócio e da operação, requer um sistema de informações próprio, que deve considerar suas peculiaridades, como descentralização geográfica das operações numa mesma propriedade; distancias entre a propriedade, o escritório regional de controle e o escritório central; nível cultural dos trabalhadores etc. (SANTOS et all., 2008)

Ainda para SANTOS et all., (2008), o sistema de informação deve demonstrar o desempenho de todas as operações à administração, trazendo as fazendas à mesa do administrador. Por meio de relatórios periódicos, com os devidos comentários, o sistema deve mostrar o desempenho econômico-financeiro de cada atividade, bem côo a tendência dos resultados.

5.3 Sistema de informação geográfica (SIG ou GIS)

Uma vez que as amostras tenham sido coletadas e enviadas ao laboratório, ou então as informações dos sensores tenham sido coletadas e filtradas, o próximo passo é a produção dos mapas dessas propriedades. Para tanto, utiliza-se técnicas de geoestatística associadas a programas computacionais denominados de sistema de informação geográfica – SIG ou ´´ geographic information system – GIS``, para a organização e análise dos dados, bem como a produção dos mapas e análise espacial dos fatos evidenciados. (MOLIN, 2001)

Os Sistemas de Informação Geográfica consistem na aplicação de softwares que analisam os dados espaciais obtidos no campo, sendo uma ferramenta de manipulação de dados espaciais, ou num modo de digitalização de mapas, possibilitando a organização, a análise estatística e a apresentação de diversos tipos de dados espaciais num sistema comum de coordenadas geográficas. Cada conjunto de dados é agrupado em mapas, como por exemplo, o mapa de produtividade, etc. com estes sistemas podem ser feitas comparações entre vários mapas, possibilitando desta maneira o melhor entendimento do sistema de produção agrícola, sendo possível a criação de modelos agronômicos e sistemas à tomada de decisão (MAROIS, 2000).

No momento da colheita, são coletados em torno de 500 a 1300 pontos por hectare, ou mais, somando aos dados de fertilidade e física do solo, considerando que esta informação é relativa ao tamanho de cada talhão, e considerando que em uma propriedade possa existir vários talhões. Com o advento do computador ficou mais fácil armazenar informações em forma digital, através de um simples programa com base de dados em planilhas ou formulários. No entanto, a agricultura de precisão utiliza um componente mais complexo que é o georeferenciamento dos dados. Para isso a necessidade de um programa específico para lidar com esse tipo de informação.

Assim surgiram os sistemas de informação geográfica que MOLIN (2001, p. 64) define como sendo “ uma família de programas que permitem armazenar, manipular e mostrar espacialmente os resultados colhidos em campo. Também podem interagir com outros programas para produção de mapas e permitem analisar diversas camadas de dados referentes a um mesmo talhão.”

Pode-se perceber, que o sistema de informação geográfica é atualmente a principal ferramenta utilizada para o entendimento dos dados de distribuição espacial com grande número de informações, elaborando mapas de cada atributo, analisando e correlacionando-os.

5.4 Sistema de localização

Há mais de 2.000 anos o homem vem desenvolvendo a arte de se guiar e se localizar, começando pelos chineses que inventaram a bússola, o que permitiu avanços nas navegações marítimas. Hoje não se tem idéia da quantidade de satélites de comunicação e de localização que foram lançados no espaço.

A partir dos anos 50, o desenvolvimento de sistemas de localização mais precisos, foi induzido pelo pós guerra, pois a meta era descobrir a localização exata de alvos inimigos, os mísseis teleguiados e a localização precisa de tropas e até mesmo indivíduos aliados para protegê-los à distância.

Assim surgiram os sistemas de localização por satélite. O NAVSTAR (Navegation Satellite Time And Ranging) ou GPS (Global Positioning Global) é um sistema de propriedade e operação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Foi concebido a partir da década de 70 para substituir um outro sistema de posicionamento chamado de TRANSIT, composto por 7 satélites a 1.100 km de altitude. Este sistema apresentava alguns problemas como descontinuidade de posicionamento e baixa acurácia (MOLIN, 2001).

O sistema cresceu após extensas pesquisas que contemplaram os fins militares mas também foram acrescidos dispositivos para uso na navegação civil, sendo possível utilizá-lo em qualquer lugar na Terra ou próximo de sua superfície, independente das condições do clima e durante as 24 horas do dia, para um número ilimitado de usuários.

De acordo com MOLIN (2001) o funcionamento do GPS é composto basicamente por três segmentos: espacial, de controle e do usuário, os quais serão descritos a seguir.

O segmento espacial é formado por uma constelação de 24 satélites, sendo que 21 são suficientes para cobrir toda a terra, 24 horas por dia. Eles estão distribuídos em seis órbitas espaçadas de 60º. Essas órbitas estão localizadas a 20.200 km acima da superfície da terra e o tempo para cada um dar uma volta na terra é de 12 horas, proporcionando uma visibilidade de no mínimo 6 satélites ao usuário em qualquer lugar do mundo. Cada satélite é equipado com emissores e receptores para enviar e receber ondas de rádio. (BORÉM et al., 2000)

O segmento de controle consiste da estação mestre de controle, situada nos EUA/Colorado, na cidade de Colorado Springs, com 5 estações de monitoramento e 3 antenas de solo. As estações de monitoramento captam todos os sinais de GPS visíveis, coletam informações sobre a órbita exata das transmissões de rádio feitas pelo satélite, envia as informações coletadas de cada um dos satélites de volta para a estação de controle mestre que calcula com extrema precisão, a órbita dos satélites. As informações são formatadas e enviadas, como mensagem de navegação atualizada, para cada um dos satélites. As mensagens de navegação atualizadas são enviadas para cada satélite por antenas de solo, que ainda transmitem e recebem o controle do satélite e sinais de monitoramento.

O segmento do usuário nos receptores, processadores e antenas que permitem receber as transmissões de rádio a partir dos satélites e, assim, calcular com precisão sua posição, velocidade e horário.

5.4.1 Funcionamento do GPS

O receptor do GPS calcula sua posição através da medida da distância entre ele e os satélites em vista. Cada satélite de GPS envia continuamente sinais contendo sua posição e também uma medida de tempo. O receptor do usuário mede tempo para que o sinal percorra a distância entre o satélite e a antena desse receptor. Esse tempo é utilizado para calcular a distância da antena a cada satélite.

O aparelho de GPS nos dá informações de latitude, longitude e altitude usando sinais de quatro satélites. O receptor mede o tempo que o sinal leva para sair do satélite e chegar a ele. Ao mesmo tempo ele procura pela posição de cada satélite, informada pelo almanaque ( seqüência de informações de posição ao longo do tempo para cada satélite da constelação) e enviada juntamente com o sinal de radio. Se a distancia do satélite ao receptor é conhecida e a localização do satélite também o é, então o receptor esta em algum lugar numa esfera cujo centro é o satélite. O procedimento é repetido para cada um dos satélites que o receptor capta. Finalmente, o receptor determina o local em que as esferas se cruzam no espaço. O encontro de duas esferas determina um circulo; três esferas determinam dois pontos e quatro determinam apenas um ponto e o receptor tem então sua posição geográfica determinada (MOLIN, 2001).

5.5 Agricultura de precisão

A agricultura de precisão é um termo que vem sendo utilizado no meio agrícola há poucos anos pelos americanos. Mais recentemente ainda, agricultores brasileiros estão se adequando a essa tecnologia inovadora, utilizando GPS para gerar informações de suas propriedades.

A propriedade sendo de pequeno porte, fica extremamente fácil detectar problemas, pois o proprietário tem registrado em sua memória toda mudança que ocorreu no decorrer da safra, podendo assim associar causa e efeito. O cenário muda a partir do momento em que a propriedade aumenta, sendo impossível arquivar na memória todos os acontecimentos com a localização exata e a conexão dos fatos de ano para ano, tornando difícil e impraticável subdividir essas áreas e conhecer os fenômenos que estão ocorrendo ponto a ponto e ao longo dos anos e associá-los uns com os outros.

STRAUCH (2002) definiu a agricultura de precisão como um conjunto de tecnologias capaz de auxiliar o produtor rural a identificar as estratégias a serem adotadas para aumentar a eficiência no gerenciamento da agricultura, maximizando a rentabilidade das colheitas, tornando o agronegócio mais competitivo, possibilitando a otimização do uso dos recursos edafoclimáticos e minimizando assim, os insumos utilizados no sistema de produção de um local.

Para MOLIN (2001, p.2) “a agricultura de precisão é uma proposta para permitir que se faça aquilo que o pequeno agricultor sempre fez, porém em larga escala e associando todo o conhecimento acumulado pelas ciências agrárias até hoje. A idéia básica é de que o agricultor possa inicialmente identificar as manchas de altos e baixos de cada talhão e depois vir a administrar essas diferenças.” Ainda para MOLIN (2001), a Agricultura de Precisão é um conjunto de ações do sistema de produção que considera a variabilidade espacial das lavouras. A partir da premissa de que a produção nessas áreas não é uniforme no espaço e no tempo e de que o substrato da produção apresentado pelo solo também tem elevada variabilidade espacial, é de se considerar como fundamental o gerenciamento que incorpore esses fatores, buscando a otimização do sistema.

Segundo OLIVEIRA (2000), com o aumento da competitividade na agricultura e a diminuição das intervenções por parte dos governos, o custo de produção torna-se um importante instrumento de planejamento e gerenciamento dos negócios agropecuários, induzindo à necessidade de redução dos custos e à aplicação de métodos de controle dos mesmos.

Ainda GUIMARÃES e VIEIRA (apud FEIDEN, 2001) inferem que a análise da atividade econômica, através do custo de produção, é um forte subsídio para a tomada de decisões na empresa agrícola. Segundo os autores, na economia clássica, os custos de produção são entendidos como a soma dos valores de todos os recursos e operações, utilizadas no processo produtivo de uma atividade, determinar os custos de produção é uma prática necessária e indispensável do bom administrador, apesar dos muitos problemas com relação ao processo de apuração de dados.

De acordo com QUEIROZ e MANTOVANI (2000), a agricultura de precisão é uma técnica cujo fundamento é o aumento da eficiência, pelo uso do manejo diferenciado das áreas trabalhadas, com um menor impacto ambiental. Essa técnica engloba o uso de computadores, sensores e elevados níveis de controle. A agricultura de precisão não consiste só na habilidade de aplicação do método, mas também na capacidade de monitorar e acessar a atividade em área específica.

Esse processo não busca pela máxima produtividade, mas sim, a busca pela otimização dos recursos gastos para um melhor retorno financeiro.

MOLIN (2004) relata que o termo agricultura de precisão, no Brasil, é muito recente e tem causado muitas dúvidas. O desenvolvimento da técnica faz com que alguns produtores que todo esse mecanismo não passa de um simples processo eletrônico capaz de detectar e apresentar soluções mágicas. Entretanto, essa técnica exige conhecimentos prévios e capacitação mais específica para que possa, assim, extrair o máximo dos dados provenientes dos aparelhos utilizados.

Para a implementação da agricultura de precisão normalmente requer um bom grau de automatização e grande parte dessa automatização é fruto do aproveitamento de tecnologias desenvolvidas por outras áreas, às vezes bastante distintas da agricultura, ou até mesmo foram adaptadas ao meio agrícola, como exemplo disso são o GPS, a informática e muitos sensores e controladores utilizados nas máquinas agrícolas.

5.6 O ciclo da agricultura de precisão

A adoção da agricultura de precisão deve ser feita com algum critério, sendo muito importante em primeiro lugar efetuar um levantamento da variabilidade existente nas parcelas agrícolas, que geralmente se reflete na variabilidade espacial da produtividade. Por este motivo é que a elaboração de mapas de produtividade é o primeiro passo a dar quando se pensa adotar este tipo de tecnologia.

Com a variabilidade produtiva expressa nos mapas de produtividade é possível começar a identificar qual ou quais os fatores responsáveis pelas diferenças de rendimento observadas nas parcelas agrícolas, tal identificação geralmente é feita através de visitas ao campo e através de amostragens aos fatores “suspeitos”.

Poderemos ter então como próximo passo a realização de amostragens do solo de forma a identificar se os problemas da variabilidade da produção são de ordem física ou de ordem química ou ainda de ambas. Nesta fase serão analisados problemas de nutrientes, drenagem, compactação, infestantes, etc.

Segundo SILVA e GARCIA (2002) o cruzamento de informação efetuado através dos mapas de produtividade e dos mapas obtidos a partir das amostragens realizadas, permitem a interpretação e a realização de correlações entre os fatores e a produtividade de forma a verificar qual a importância de cada um deles.

Uma vez identificados os fatores responsáveis pela variabilidade da produtividade pode-se partir para a fase da correção, jogando mão de todas as alternativas tecnicamente possíveis e economicamente viáveis, por exemplo, a seleção do material genético (híbridos para zonas mais produtivas, variedades mais rústicas para zonas mais pobres), densidade de plantas por hectare e época de sementeira, o nível de fertilização utilizado, etc.

De acordo com SILVA e GARCIA (2002) o próximo passo após a correção é denominado acompanhamento da cultura, é aqui que serão georeferenciados possíveis ocorrências que podem prejudicar pontualmente ou de uma forma mais generalizada a cultura, são elas as falhas na sementeira, uma infestação elevada de infestantes, um ataque localizado de pragas ou doenças, etc. Fechando-se assim o ciclo que terá novo inicio na próxima colheita.

FIGURA 1: ciclo da agricultura de precisão

Fonte: ARVUS (2007)

5.6.1 Mapa de produtividade

Um bom ponto de partida para a agricultura de precisão é a geração do mapa de produtividade que revela informações que surpreendem pela riqueza de detalhamento, pelo fato das lavouras apresentarem manchas de produtividade extremamente variadas. Com a informação da variabilidade da produtividade da lavoura é necessário ir em busca dos culpados por essa variabilidade.

Segundo MOLIN (2001), a informação da variabilidade da produtividade é um fator necessário para dar inicio à técnica para, com isso, realizar uma investigação dos reais motivos da variabilidade de produção encontrada nas lavouras.

Os mapas de produtividade da cultura podem ser utilizados como ponto de partida, a fim de avaliar as causas da variabilidade de produtividade, bem como verificar as causas possíveis de modificação e as respostas econômicas e de impacto ambiental que o sistema de manejo em locais específicos que pode trazer (BORÉM et all., 2000).

De acordo com ARVUS (2007), os sistemas de mapeamento da colheita são capazes de armazenar as informações relativas à produtividade, durante o processo da colheita, georeferenciando os dados e adicionando as características da safra colhida. Os mapas resultantes mostram explicitamente as áreas, com variação da produtividade. Como este fator é o determinante nas decisões de gerenciamento, estes mapas são desejados para ratificar as decisões de gerenciamento e manejo do campo.

O mapa de produtividade, ou de colheita, mostra o rendimento em cada ponto da lavoura. É uma imagem que representa a variabilidade espacial da produção. Para se gerar o mapa de colheita em culturas de grãos é necessário a instalação de alguns dispositivos e sensores especiais na colheitadeira, como o GPS, sensores para medição de fluxo de massa e teor de umidade dos grãos.

É sabido que esses dados apresentam suas limitações e erros, tais erros são intrínsecos, do processo de geração dos dados e as limitações dos sistemas. No entanto não devem ser motivo para descrédito, apenas uma preocupação a mais (BALASTREIRE et all., 1999).

A interpretação do mapa de produtividade é imprescindível para a correção dos fatores de produção que persistem ao longo do tempo, tais como, variação do tipo de solo na área plantada, acidez do solo em locais específicos, deficiência de fertilizantes, ou mesmo, formulação inadequada de N – P – K (Nitrogênio – Fósforo – Potássio), locais com falta ou excesso de água, etc. Portanto o mapa de produtividade é importante para determinar as regiões de baixa produtividade, para posteriormente estudá-las mais a fundo, sendo necessária a coleta de amostras de solo em tais regiões.

FIGURA 2: Mapa de produtividade Fazenda Porangaba

Fonte: Fazenda Porangaba, 2008.

5.6.2 Amostragem do solo e recomendações de adubação

Após ter em mãos o mapa de produtividade, parte-se para a investigação da fertilidade do solo através de amostragem programada e criteriosa, buscando possíveis explicações para cada mancha, tanto de alto como de baixa produtividade. Tais mapas representam a necessidade de determinado insumo para cada local da área, e são utilizados pelas máquinas e equipamentos de aplicação localizada para efetuar uma aplicação mais eficiente desses insumos.

Com base no mapa de produtividade é possível realizar uma amostragem de solo diferenciada e detalhada de cada gleba, a fim de conhecer as reais necessidades nutricionais de cada ponto de talhão, e então fazer uma recomendação diferenciada de corretivos e fertilizantes para cada ponto da propriedade em função da variabilidade da fertilidade do solo (CORDEIRO e IORA, 2003).

Para FRAISSE e FAORO (1998 apud UMEZU, 2003), atualmente, a maneira mais comum para amostragem do solo é o estabelecimento de uma rede de pontos, conhecida como “grid”, espaçados regularmente no campo. O espaçamento utilizado nas áreas experimentais varia entre 20 e 30 metros. No caso de áreas comerciais, o número de amostras coletadas cai para 1 a 2,5 por hectare, devido ao custo envolvido no processo de amostragem e análise do solo.

Para a SBCS – Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (2004), com base num mapa geo- referenciado da área, é feita uma subdivisão em grade de células que podem variar de um a vários hectares. Os pontos amostrais podem ser localizados no centro da célula. A sociedade recomenda coletar de 5 a 8 sub amostras num raio máximo de 3 metros, ao redor do ponto geo- referenciado. Já COELHO et all. (2006), informa que a amostragem pode ser ao acaso, coletando-se várias sub amostras, ou pontual, na qual elas são coletadas num raio de 3 a 6 metros, de um ponto central. Os autores informam que o espaçamento das grades para amostragem de solos varia de 60 metros x 60 metros a 135 metros x 135 metros, em função da precisão desejada, associada aos custos. Em seus trabalhos, o tempo interferiu nas amostragens, numa área de 40 hectares, aumentou de 2 horas para 36 horas, passando de 20 para 436 amostras, e também os custos aumentaram de R$ 4,00/hectare para R$ 72,00/hectare, na mesma área, mas como a diminuição da grade de 140 metros x 140 metros para 30 metros x 30 metros.

5.6.3 Aplicação de fertilizantes a taxa variável

Estabelecida a forma de aplicação desejada com base nas análises dos dados, é a vez das operações em campo serem feitas, como a aplicação de insumos ou manejo localizado do solo.

A parte final do processo está na aplicação localizada e precisa dos insumos, mas isso a partir do momento que se tem segurança de quem está causando tantas diferenças na produtividade.

Os mapas de recomendação nutricional serão transferidos para as máquinas que irão realizar a aplicação localizada dos insumos. Para isso é necessário dispor-se de maquinas agrícolas com capacidade de realizar a aplicação de insumos em taxa variável ao longo do talhão. Isto é, as maquinas devem ser controladas de forma que para cada ponto no talhão a taxa aplicada seja ajustada de forma automática, com base nos mapas da etapa anterior (BORÉM et all., 2000).

De acordo com MOLIN (2001, p. 72), considerando a localização do equipamento no campo e o mapa de intervenção preestabelecido, “...os atuadores das máquinas que irão aplicar, devem ser acionados e responder com relativa rapidez. Os aplicadores devem ser equipados com sistemas de controle que comandam os atuadores para ajustar os dosadores às quantidades desejadas de um dado insumo”. Atuadores hidráulicos ou mecânicos podem ser controlados eletronicamente.

As aplicações realizadas na Fazenda Porangaba de fertilizantes e corretivos, são feitas através de uma calcariadora a lanço. Este equipamento é composto por um reservatório com esteira transportadora no fundo. A solução adotada para controlar a vazão do produto para realizar a aplicação em taxa variável, é feita por um motor hidráulico e controlado por um microcomputador que lê o mapa de aplicação, relacionado com os sinais de GPS.

5.7 Vantagens da agricultura de precisão

A principal vantagem da adoção de ferramentas que levem ao conceito de agricultura de precisão é, obviamente, a econômica. As técnicas de agricultura de precisão possibilitam um melhor conhecimento do campo de produção, permitindo, dessa forma, tomar-se decisões melhores embasadas. Com isto tem-se uma maior capacidade e flexibilidade para a distribuição dos insumos naqueles locais e no tempo em que são mais necessários, minimizando os custos de produção. A uniformidade da produtividade é alcançada pela correção dos fatores que contribuem para sua variabilidade obtendo-se, com isto, um aumento global da produtividade.

FRAISSE e FAORO (1998) defendem que o fator mais importante, na adoção de novas tecnologias, pelo produtor, é o econômico. Eles ressaltam, porém que os benefícios econômicos da aplicação de novas tecnologias variam em função da cultura, da heterogeinidade da área plantada e ainda em relação a outros fatores, como, por exemplo, o clima. Neste sentido a agricultura de precisão requer o uso intensivo de tecnologias de ponta, sendo necessário o estabelecimento de um programa de treinamento adequado de mão-de-obra e de disponibilidade de assistência técnica eficiente.

Segundo LOWENBER e DEBOER (2000), a maioria dos estudos econômicos em agricultura de precisão, utilizando aplicações em taxas variáveis, mostram que existe uma clara relação entre o valor das culturas e a viabilidade prática do sistema. O mesmo autor infere que a referida tecnologia pode ser analisada como outra nova tecnologia qualquer. Informação é um insumo de produção como semente, fertilizante, agroquímicos, combustíveis. Informação tem valor quando leva as melhores decisões. Caso seja utilizada por múltiplos anos, deve ser tratado como insumo durável. Na maioria dos casos, é mais difícil estimar os benefícios da agricultura de precisão do que seus custos. Para o autor, os benefícios econômicos dela são localizados. É provável que a rentabilidade varie de fazenda para fazenda, devido aos diferentes solos, aos históricos de manejo, ao clima da região, além de outros fatores.

A questão da preocupação com o meio ambiente é também um motivo para se caminhar na direção da agricultura de precisão. A aplicação localizada ou em taxa variável dos insumos necessários para sustentar uma alta produtividade contribui com a preservação do meio ambiente, já que estes insumos são aplicados somente nos locais, quantidades e no tempo necessário. Provou-se ao longo da história que o descaso com a natureza e a falta de atenção com o uso adequado do solo levaram a perdas econômicas muito maiores.

De acordo com MOHAMED et all. (1996), o excesso de fertilizantes pode gerar impactos negativos na qualidade das águas subterrâneas e reduzir as margens de lucro, enquanto que a sua falta pode restringir a produtividade e a qualidade da cultura. Desta forma, é importante que seja destacado o papel do Brasil na manutenção da qualidade da água, visto que, é um país que detém um grande percentual da água potável do mundo.

Outros benefícios da agricultura de precisão são citados por MOHAMED et all. (1996):

• Melhor controle da área de cultivo mediante o conhecimento da variação do rendimento de grãos de local para local;

• Uso racional de insumos, para maior retorno;

• Menor impacto ambiental e melhoria da qualidade do solo ao longo do tempo;

• Priorização dos investimentos em insumos nas áreas em que o potencial de rendimento de grãos é maior, garantindo maior possibilidade de retorno econômico com menor investimento (salienta-se que o retorno econômico obtido dependerá da variabilidade da área trabalhada e da importância econômica da cultura);

• Maior fluxo de informações para direcionar a tomada de decisões de manejo;

• Valorização da propriedade rural.

5.8 Limitações da agricultura de precisão

A maior limitação, e de certa forma uma desvantagem, são os elevados custos para a implantação da agricultura de precisão nas propriedades rurais, muitas vezes impedindo o agricultor de adquiri-los pelo fato do sistema ser lucrativo em determinadas situações, mas podendo não ser em todas.

Outras limitações da agricultura de precisão:

• Poucas tecnologias nacionalizadas;

• Desinformação de potenciais usuários;

• Falta de resultados concretos para apresentação;

• Para atingir o máximo potencial, será necessário saber manejar e integrar todos os dados obtidos, porém isso ainda está indefinido;

• A adoção das técnicas estará sujeita aos altos e baixos da atividade agrícola;

• Custo fixo elevado;

• Dificuldade operacional (a maioria das ferramentas está dimensionada para grandes áreas);

• Falta de instrução do produtor;

• A adoção implica mudanças profundas nos processos de manejo de determinadas operações, o que requer nova formação e reciclagem por parte dos envolvidos no processo;

• Equipamentos disponíveis ainda não estão perfeitamente adequados ao trabalho em campo e seu custo é muito elevado;

• Carência de treinamento formal: Os cursos formais são poucos e faltam opções para treinamento de produtores;

• Dificuldade no entendimento dos fatores relacionados com a variabilidade.

Existem ainda limitações tecnológicas que devem ser superadas para crescimento mais rápido da agricultura de precisão. TORRE e NETO (1997) citam problemas como falta de compatibilidade dos aplicativos computacionais usados e necessidade de calibração freqüente de sensores, que podem ser afetados por mudanças na topografia, no fluxo de grãos e no tipo de cultura e pela presença de impurezas na colheita, deve ser minimizado. A oferta reduzida de oficinas dotadas de equipamentos específicos e de mecânicos especializados também deve ser considerada.

Ainda para o TORRE e NETO (1997), a maior dificuldade, entretanto, reside em trabalhar grande volume de informações sobre variabilidade espacial e temporal e interpretá-las para tomada de decisão em campo. O sistema água – solo – planta – atmosfera e os processos físicos – químicos – biológicos presentes são complexos, e não são mensuráveis em larga escala (bacia hidrográfica). O clima é um fator de grande peso, e as incertezas nas modelagens devem ser minimizadas para tomada de decisão

Assim, acredita-se que iniciativas recentes associadas à criação de grupos, envolvendo universidades, instituições de pesquisa, empresas privadas e produtores, podem brevemente trazer soluções práticas para os problemas verificados atualmente. Entretanto, o elevado custo de tal tecnologia, falta de pessoas preparadas para trabalhar com estas ferramentas no sentido de tornar esta técnica lucrativa, geram barreiras à implantação, deste processo, pela maioria dos agricultores, proporcionando na atual conjuntura que a mesma somente encontre-se acessível aos grandes produtores.

5.9 Agricultura de precisão na tomada de decisão

A geração do mapa individual para os componentes de fertilidade e textura do solo está se tornando bastante popular devido às somas de informações contidos nos mesmos. Os produtores do setor do agronegócio, aptos, informados e competentes irão acabar absorvendo os estagnados, pois esses não terão condições básicas de competir em um mercado cada vez mais profissional e exigente onde é indispensável a gestão profissional, técnica e operacional, que depende de informações confiáveis, constantes e de qualidade.

Diversas informações como localização de focos de infestação de doenças, pragas, invasoras ou qualquer outra anormalidade que ajude a explicar a variabilidade da colheita devem ser registradas e armazenadas através de recursos da informática, como um computador e um bom software. Através deste, as informações serão cruzadas em busca de correlações para a identificação dos “maiores culpados”. (MOLIN, 2001)

De acordo com MOLIN (2001), ainda existem muitas perguntas em termos de o que fazer com as informações coletadas. De qualquer maneira, a recomendação tem sido de se coletar o máximo possível de dados de campo, pois o acúmulo de mais do que um mapa de produtividade é um bom indicador da tendência temporal da variabilidade. São necessários vários níveis de informação para uma análise mais ampla do que ocorre em um determinado pedaço da lavoura, além de bagagem de conhecimento indispensável do agricultor, gerente, operador e outros.

A fase principal de todo o processo, posterior ao diagnóstico, é a aplicação dos insumos e dos tratamentos na dose certa em cada local. Existem vários sistemas para aplicação, e os mais sofisticados são capazes de aplicar até nove produtos separados para a composição da aplicação localizada de cada mistura, porém, um fator limitante é o custo para a aquisição deste equipamento.

5.10 Resultados econômicos da agricultura de precisão

Alguns trabalhos publicados na bibliografia são encontrados apresentando resultados na agricultura de precisão. Em trabalhos na região de Sorriso – MT, MARASCHIN et al. (2002) realizaram aplicações de calagem em faixas, determinadas a partir de mapas de necessidade de calagem, e fosfato em taxas variáveis. A análise de custo de manejo localizado da calagem, utilizando um equipamento tradicional, apresentou um custo superior à faixa média e à aplicação pelo método tradicional em R$ 1,80/ hectare e R$ 4,27/ hectare, respectivamente. Segundo os autores, o método tradicional se mostrou mais econômico que a taxa variável, porque o valor médio de Ca + Mg foi baixo e mais de 90% das amostras apresentaram valores abaixo do nível critico. No custo comparativo de fosfatagem, utilizando a recomendação média, os autores obtiveram um custo da aplicação de fósforo em agricultura de precisão de R$ 233,72/ hectare, superior em R$ 23,43/ hectare quando comparado à agricultura convencional. Neste caso, o valor de fósforo foi baixo, com cerca de 78,6% das amostras, inferior ao nível crítico. Em ambos os casos, os autores justificam a utilização da aplicação em taxa variável, apesar de apresentar uma quantidade ligeiramente superior ao método tradicional, na expectativa de aumento na produção da safra seguinte. Eles concluem que a pesquisa mostrou uma acentuada variabilidade espacial dos atributos analisados, sendo muito importante conhecê-la para evitar a recomendação ´´ cega `` pelas médias. Defendem ainda a existência da necessidade de acompanhar a variabilidade de todos os atributos possíveis de serem determinados para obter um gerenciamento mais efetivo da produtividade.

Algumas avaliações econômicas, realizadas em duas propriedades da região de Não – me – Toque – RS, mostram a economia obtida por dois produtores de soja utilizando aplicações em taxas variáveis. De acordo com AMADO et all. (2006), em um dos casos houve redução de 53% da quantidade de insumos aplicada a taxas variáveis se comparada à aplicação normalmente utilizada pelo produtor. Este manejo proporcionou diminuição de R$ 7.979,00 em fertilizantes numa área de 45,2 hectares. Ao considerar os custos operacionais com amostragens, análises laboratoriais, geração de mapas e aplicação de fósforo e potássio, elevou-se o custo operacional em R$ 2.442,00, resultando numa economia de R$ 5.537,00 para esta propriedade. Neste exemplo, os autores informam que a propriedade obteve este resultado econômico porque, nos anos anteriores, já vinha com um histórico de adubações de construção de fertilidade. No segundo exemplo, numa área de 52,49 hectares, foi obtido uma economia de 25% na agricultura de precisão, totalizando R$ 2.400,00. Por outro lado, o custo operacional calculado foi superior ao tradicional em R$ 2.835,00, resultando ainda numa economia para aquela de R$ 435,00. Os autores destacam, neste caso, que o custo operacional da agricultura de precisão está superestimado devido à densidade de amostragem ser maior que a comercialmente praticada. Além disso, nessa propriedade foi proposta a correção das áreas com baixa fertilidade, que poderá resultar em maiores rendimentos futuros. Nos dois exemplos apresentados pelos autores, fica evidenciado que, nem sempre os resultados econômicos alcançados no sistema de agricultura de precisão, são obtidos imediatamente, podendo ser necessário um tempo de investimento na construção da fertilidade.

6 METODOLOGIA

Neste trabalho será utilizado o método de pesquisa qualitativa, tendo como função avaliar a análise da implantação da agricultura de precisão na Fazenda Porangaba localizada na cidade de Sete Quedas – Ms. Esta será realizada através de um roteiro pré-estruturado com o proprietário Sr. Paulo Heitor Weber. Torna-se imprescindível também, fundamentá-lo teoricamente, elaborando um projeto científico de qualidade visando sempre a verdade, colaborando para resolução do problema dentro da Fazenda Porangaba.

Segundo LAKATOS e MARCONI (1992), toda pesquisa implica no levantamento de dados de diversas fontes, qualquer que sejam os métodos aplicados.

Dentro da metodologia utilizada neste trabalho acadêmico, devemos procurar descrever tanto a característica quanto a forma de aplicação, como diz LAKATOS e MARCONI (1992).

Conforme CERVO e BERVIAN (2002), método é a ordem ou forma que iremos utilizar para atingir os resultados ou objetivos almejados para a pesquisa científica. Sempre buscando a verdade dos dados pesquisados.

6.1 Técnicas e métodos de coleta de dados

É usual classificar as pesquisas com base nos objetivos gerais e específicos, no levantamento de dados no próprio local onde os fatos ocorrem utilizando-se de métodos caracterizados por uma abordagem mais ampla dos fenômenos da natureza e da sociedade.

Segundo CERVO e BERVIAN (2002), a coleta de dados é uma tarefa de suma importância dentro da pesquisa realizada, pois é onde determinaremos a população a ser estudada, os métodos empregados, para a coleta ser realizada com sucesso.

Uma técnica de coleta de dados utilizada para conseguir informações e dar sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade é a observação.

De acordo com SANCHES (2007), a observação não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou ferramentas que se deseja estudar. A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não tem consciência, mas que orientam seu comportamento.

Neste trabalho reunir-se-á em relação aos objetivos gerais as pesquisas exploratórias e descritivas para criar uma familiaridade com o problema encontrado na propriedade e também descrever as características encontradas na relação entre variáveis.

Para MARCONI e LAKATOS (2003, p.188) pesquisa exploratória “...são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.”

Conforme GIL (1996, p.45) “a pesquisa exploratória têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.”

Os fundamentos da pesquisa descritiva, abordada neste trabalho científico, serão dados reais, sem manipulação como diz CERVO e BERVIAN (2002), que a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e dados sem manipulá-los.

Segundo GIL (1996, p.46) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma de suas características mais significativas esta na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.”

A pesquisa é classificada quanto os seus procedimentos de coleta de dados como um estudo de caso, possibilitando uma aproximação do assunto à pesquisa.

YIN (2001) defende estudo de caso como sendo uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Conforme GIL (1996, p.58) “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.”

Segundo GODOY (1995, p.25) o objeto de estudo de caso visa ao exame detalhado de um ambiente, de um sujeito ou de uma situação em particular. “Amplamente usado em estudos de administração, tem se tornado a modalidade preferida daqueles que procuram saber como e por que certos fenômenos acontecem ou dos que se dedicam a analisar eventos sobre as quais a possibilidade de controle é reduzida ou quando os fenômenos analisados são atuais e só fazem sentido dentro de um contexto específico.”

Em relação às fontes de informações utilizadas na pesquisa, a mesma pode ser classificada como bibliográfica, pois o seu desenvolvimento ocorreu através de livros e artigos científicos.

Segundo CERVO e BERVIAN (2002), a pesquisa bibliográfica busca como função principal explicar um problema, com conhecimentos teóricos, problemas já estudados e documentados.

Ainda utilizando a fonte dos autores CERVO e BERVIAN (2002), a pesquisa bibliográfica é de uso de todas as pessoas que buscam elaborar um estudo cientifico.

Segundo LAKATOS e MARCONI (1992), pesquisa bibliográfica é todo aquele problema ou assunto já estudado e documentado em forma de livros e revistas, e que auxiliaram na resolução de problemas que estão sendo estudados no momento através de trabalhos científicos.

A pesquisa também pode ser classificada como documental, pelos procedimentos ou meios, visto que envolvem investigação com base em documentos ou relatórios presentes dentro da propriedade.

Para GIL (1996) a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza nas fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objetos da pesquisa.

A análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema.

De acordo com SANCHES(2007), são considerados documentos, regulamentos, normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, roteiros de programas de rádio e televisão, estatísticas, arquivos escolares.

A pesquisa qualitativa compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. (MAANEM, 1979)

Ainda conforme MAANEM (1979) os estudos qualitativos são feitos no local de origem dos dados, não impedem o pesquisador de empregar a lógica do empirismo científico, mas partem da suposição que seja mais apropriado empregar a perspectiva da análise fenomenológica, quando se trata de fenômenos singulares, e dotados de certo grau de ambigüidade.

GODOY (1995) defende o emprego da pesquisa qualitativa como uma proposta sem rigores estruturais, prezando pela flexibilidade e servindo bem à exploração de novos enfoques pelas mãos da criatividade e imaginação.

Devido a este contexto, a revisão da literatura sobre o fenômeno estudado abrange diversos níveis e perspectivas de análise para a compreensão do tema. Para isto, o pesquisador baseado na experiência adquirida na interação com o objeto de estudo busca suporte teórico, muitas vezes multilíngüe, em periódicos, anais, artigos e textos também em meios eletrônicos, já que a atualidade é uma forte característica da internet. Para fazer uma síntese e reflexão de forma mais assertiva sobre o tema em foco, resultante das ligações entre as partes sondadas e decompostas na análise, muitas vezes o estudo é dividido em etapas distintas, procurando determinar relações existentes entre elas, que no final são reconstituídas, não perdendo a lógica estrutural do pensamento base.

6.1.1 Tipos de dados

A revisão bibliográfica foi feita a partir de dados teóricos contidos em livros, revistas, artigos e páginas eletrônicas a fim de colher dados secundários que para KOTLER (2000), são dados encontrados em algum lugar, coletados para outra finalidade, serão auxiliares que darão sustentação à pesquisa descritiva, que de acordo com BARROS e LEHFELD (2004, p. 70), “... é a que se efetua tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego dominante de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado .”

Os dados primários segundo KOTLER (2000, p. 128), “ são aqueles que foram reunidos para uma finalidade específica ou para um projeto específico de pesquisa,” portanto foi extremamente importante a coleta de dados primários nesta pesquisa através do roteiro semi-estruturado.

Para a obtenção de informações foram aplicados roteiros pré-estruturados ao Sr. Paulo Heitor Weber, identificando a real necessidade e desejo. Por ser um estudo de caso, não apresentar-se-á fórmula de cálculos.

Os dados primários foram coletados junto ao proprietário da Fazenda Porangaba, o Sr. Paulo Heitor Weber. Os dados secundários, por sua vez, foram coletados em revistas, livros, artigos e em páginas eletrônicas pela característica de atualidade.

6.2 Coleta de dados

6.2.1 Instrumentos de coleta

Para a coleta de dados nos levantamentos são utilizados roteiros semi-estruturados em forma de questionário. Por questionário entende-se um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado. Roteiro semi-estruturado, por sua vez, pode ser entendida como a técnica que envolve duas pessoas numa situação “ face a face” em que uma delas formula questões e outra responde. Formulário, por fim, pode ser definido como a técnica de coleta de dados em que o pesquisador formula questões previamente elaboradas e anota as respostas. (GIL, 1996)

Para SAMARA e BARROS (2004), um roteiro semi-estruturado é quando possui uma seqüência lógica de perguntas é não podem ser modificadas e nem podem ser inseridas novas perguntas, para a coleta de dados as perguntas devem obedecer ao roteiro.

6.2.2 Período de realização da pesquisa

A pesquisa foi realizada nos dias 10 de junho de 2008 a 15 de novembro de 2008.

6.2.3 Local de realização da pesquisa

A realização da pesquisa foi na Fazenda Porangaba, localizada na cidade de Sete Quedas, no estado do Mato Grosso do Sul, onde pode-se observar a necessidade do proprietário.

6.2.4 Tabulação e análise dos dados

Os dados coletados na pesquisa serão apresentados por meio de uma análise descritiva tendo como instrumentos de coleta de dados a entrevista em forma de questionário que será apresentado no Apêndice I, que vem possibilitar a análise conclusiva do projeto.

7 ANÁLISE DA FAZENDA PORANGABA

A Fazenda Porangaba está localizada no município de Sete Quedas – MS, e foi adquirida pelo proprietário Paulo Heitor Weber em agosto de 2001. Quando adquirida, a propriedade era totalmente coberta por pastagens para criação de gado de corte. Conseqüentemente, foi sendo modificado o padrão da propriedade para tornar-se uma área agricultável. Atualmente a Fazenda Porangaba tem como principais atividades a cultura da soja, em safra de verão, ocupando uma área de 630 hectares, e a cultura do milho na safra de inverno ocupando em média 550 hectares. Outra cultura de inverno produzida na propriedade como componente de rotação de cultura fundamental para a sustentabilidade da produção é a aveia, o qual a mesma tem sua área definida no momento do plantio, devido à fatores como intempéries climáticas, épocas de plantio das demais culturas, e necessidade de manejo e rotação de cultura dentro da propriedade.

7.1 Gestão da propriedade

7.1.1 Organograma

De acordo com LACOMBE (2003, p. 103) organograma “... é uma representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos , seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles. É o instrumento mais usado para representar a formalização da estrutura.”

FIGURA 3: Organograma da Fazenda Porangaba

Fonte: Elaborado pelos próprios autores, 2008.

A subordinação da Fazenda Porangaba é direcionada única e exclusivamente ao proprietário, desconsiderando a assessoria externa como contábil e jurídica que é prestada por terceiros. É o proprietário que tem autonomia para fazer a comercialização de insumos, venda de produto, contratar e demitir funcionários, ou seja, todas as tomadas de decisões é feita pelo mesmo.

7.1.2 Funcionograma

Segundo LACOMBE (2003, p. 133) funcionograma “... é um tipo de organograma no qual se incluem as principais responsabilidades de cada órgão dentro do retângulo que o representa. Alem das características do organograma clássico, do qual é variante, ele descreve as principais atividades ou funções do órgão.”

FIGURA 4: Funcionograma da Fazenda Porangaba

Fonte: Elaborado pelos

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