ANÁLISE DO TEMPO QUANDO cíclica apareceu KEYNES
Projeto de pesquisa: ANÁLISE DO TEMPO QUANDO cíclica apareceu KEYNES. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: etbbgg • 14/11/2013 • Projeto de pesquisa • 9.679 Palavras (39 Páginas) • 307 Visualizações
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como finalidades precípuas a análise do pensamento keynesiano, assim em suas teorias, como em sua economia política; além de, e principalmente, contrapor as idéias de Keynes com o contexto sócio-cultural e econômico da atualidade. Faremos isto a fim de constatar, em linhas gerais, — diante da modesta pretensão deste artigo — a permanência, ou não, dos preceitos de Keynes na atualidade. E uma análise contextualizada das idéias de Keynes pressupõe uma exposição sistemática destas mesmas idéias, explicitando suas contribuições, conseqüências e método; sem pôr de lado suas eventuais "falhas", choques e aproximações com as correntes em voga.
Principiaremos, portanto, com a contraposição entre as teorias de John Maynard Keynes e o mundo atual e, na colocação, nem sempre tão minuciosa (pelos motivos já de sobejo explicitados), destas mesmas teorias e de sua economia política, eis os seus objetivos mais gerais. Seu objetivo específico centra-se na constatação, ou não, da atualidade do pensamento keynesiano, o que resumiria a finalidade última desta perquirição, enquanto os objetivos gerais representariam os meios (instrumentos) de que nos valemos para concretizar os específicos. Valemo-nos, para tanto, de métodos de estudos teóricos (fenomenológico-hermenêutico) com análises de livros, textos e ensaios sobre os preceitos Keynesianos, sejam estes documentos de autoria do próprio Keynes ou não; e métodos voltados para a realidade prática, para a aplicação de suas idéias (métodos crítico-dialético e comparativo).
O estudo ora exposto pretende ater-se ao caráter essencialmente social da ciência econômica. Nestes termos, tem-se na "pretensa" precisão matemática aplicada aos saberes sociais uma utopia. Os interesses que movem o homem econômico são subjetivos, ainda que, muitas vezes, direcionados pela razão. Como se verá no decorrer da explanação, a eficácia marginal do capital (expectativa quanto aos lucros futuros) e o próprio método propugnados por Keynes atestam isso. Uma simples expectativa, mesmo que baseada em inverdades, pode mudar os rumos das ações econômicas de um investidor. E conforme lhe pareça favorável, ele pode optar por investir ou adiar o investimento (poupar). Tamanha subjetividade não prescinde a possibilidade de que se obtenha resultados concretos em Ciências de cunho social e humano, antes lhes dá a compleição mesma de ciências que analisam pessoas e não frios números.
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Capítulo I
ANÁLISE CONJUNTURAL DA ÉPOCA EM QUE DESPONTOU KEYNES
Revela-se de suma importância uma visão do contexto sócio-econômico da época em que Keynes e suas idéias surgiram. Faremos isso, com apreciações rápidas e propedêuticas sobre suas teorias e obras (e somente naquilo que se revelar útil à presente e inicial explanação), as quais serão melhores explicitadas posteriormente, em capítulo e tópicos próprios. Não pretendemos, de modo algum, menosprezar o gênio keynesiano, mas demonstrar que o meio em que vivia contribuiu em alguma monta não só para a construção como também para o sucesso de sua teoria é antes elevá-lo como homem que mudou a maneira de pensar de uma época. Como já dito, pisado e repisado em nosso intróito, resumo e apresentação, primamos, antes de mais nada, por fomentar aqui a simples discussão em torno do tema ora proposto, qual seja, a averiguação da aplicabilidade atual (e em que grau) das idéias propostas por Keynes. Esta a razão da pouca delimitação dada ao universo temático que ora abordamos, a qual, se de um lado faz minguar a exigência dos "cânones científicos" vigentes que uma análise acadêmica pede e requer, de outro oferece um maior leque àquele que pretenda lidar com a matéria em ulterior momento — como é nosso intento — e/ou dar uma visão ampla a quem pretenda ter um primeiro, mais amplo e superficial contato com o tema sub oculi. Por uma tal virtude da análise, a faremos em tópicos amplos, donde poderemos, futuramente, extrair as linhas gerais do desenvolvimento do tema em pesquisa posterior e mais aprofundada.
1.1 Considerações Gerais:
À época em que Keynes expôs suas idéias, predominava a ortodoxia neoclássica com todos os seus pressupostos de equilíbrio natural da economia e de aceitação de que a oferta gera sua própria demanda (Lei de Say); e, por conseqüência, do mais rígido e completo laissez-faire, firmado na inverossímil idéia da concorrência perfeita. Foi tal política econômica que, resumindo-se exatamente em não se ter política econômica alguma, deixou o mercado (lei da oferta e da procura) ser guiado por uma (pretensa e suposta) mão invisível que o guindasse a um (pretenso e suposto) equilíbrio ideal, o que levou ao caos da crise de 1929, com a quebra da bolsa econômica de Nova York e contribuiu para agravar a situação que já advinha e se assomava desde o fim da Primeira Guerra Mundial.
Para os adeptos dessa teoria econômica (a chamada teoria clássica), seria impossível, com fundamento nos pressupostos já citados, a existência de desemprego. O livre agir dos agentes econômicos sempre culminaria com o bem-estar geral. [01] O desemprego só poderia ocorrer temporária e voluntariamente, entretanto, não era o que se via acontecer. O pleno emprego de mão-de-obra e de fatores produtivos não se verificava na prática, antes o desemprego em massa grassava mais e mais espaço e a ociosidade dos fatores produtivos eram visíveis — uma crise (talvez a maior já suportada pelas conseqüências que trouxe) espreitava o horizonte econômico mundial sem que ninguém a pudesse antever.
A teoria neoclássica e a realidade entravam em choque. Os marginalistas — como eram cognominados os adeptos deste pensamento — tão-somente justificavam a discrepância entre sua teoria e a prática, e não propunham nenhum meio eficaz de solucionar ou, pelo menos, atenuar a crise. Alegavam eles que a lei da oferta e da procura havia sido rompida pelo monopólio e oligopólio das empresas, e pelo movimento sindical dos trabalhadores [02]. Faziam isso na tentativa de afastar da beleza estética e intocável de sua teoria o problema que poderia, como se verificará mais adiante, abalar suas estruturas. É exatamente o que bem nos revela Joan Robinson, ao dizer:
Marshall costumava astutamente salvar sua consciência através da menção de exceções; fazia-o, contudo, de tal forma que os alunos continuavam acreditando na regra. Afirmava que a Lei de Say — a
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