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ARTIGO - AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO COTIDIANO ESCOLAR- RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO ATRAVÉS DAS MÍDIAS - Dionatan Carlos A P Barroso

Por:   •  20/4/2020  •  Artigo  •  4.851 Palavras (20 Páginas)  •  317 Visualizações

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AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO COTIDIANO ESCOLAR: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO ATRAVÉS DAS MÍDIAS

BARROSO, Dionatan Carlos Alvarenga Pereira [1]

DIEGUES, Geraldo César [2]

RESUMO

A utilização das tecnologias digitais no dia-a-dia da escola como meio de criar um ambiente educacional mais desafiador tem sido amplamente discutido em nossos dias e tem por objetivo tornar o aluno protagonista de sua própria educação. Para isso, torna-se imprescindível questionar a escola com a qual estamos habituados, preocupada com uma demanda social pelo trabalho e cuja metodologia mantém sua base na unilateralidade do ensino. Nesta perspectiva, foi realizada uma experiência do uso das tecnologias digitais como ferramentas educativas no contexto escolar com alunos do Curso Técnico de Contabilidade do PRONATEC (Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego) numa escola pública do leste mineiro. Por meio da construção de um Portfólio Criativo,através dasTICs, foi possível retratar e analisar aspectos da reflexão dos alunos com relação ao seu processo de amadurecimento intelectual e social, permitindo que eles experimentassem o “caminhar com as próprias pernas" e ao professor-mediador refletir sobre a potencialidade do uso das tecnologias digitais em sala de aula.

Palavras-chave:TICs; Portfólio Criativo; Professor-mediador; Fenomenologia; Educomunicação.

THEDIGITAL TECHNOLOGIESINSCHOOLROUTINE: REPORTOF ATEACHINGEXPERIENCETHROUGH THEMEDIA

ABSTRACT

Scholars suggest the use of digital technologies in the school day to day as a means of creating a more challenging educational environment, aiming the learner as the protagonist of their own education. For this, it is essential to question the school with which we are familiar, concerned about a social demand for the work and whose methodology retains its basis in the one-sidedness of teaching. In this perspective, an experience of the use of digital technologies as educational tools in the school context with students Course PRONATEC Accounting Technician (National Program for Technical Education and Employment) was performed in a public school Miner east. Through the construction of a creative portfolio, through ICT, it was possible to portray and analyze aspects of the reflection of the students regarding their intellectual and social maturation process, allowing them to experience the "walk on their own feet" and teacher-mediator reflect on the potential use of digital technologies in the classroom.

Keywords: ICT; Creative Portfolio; teacher-mediator; Phenomenology; Educomunication.

INTRODUÇÃO

Educar com Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) tem sido tema de inúmeras discussões em nosso cotidiano. Estudiosos como Vieira (2002), Soares (2006), Silva (2013), Santana & Vital (2014) ensinam que refletir sobre a maneira como essas tecnologias devem ser inseridas na sala de aula tornaram-se o foco dessas discussões, propondo um ambiente educacional que favoreça um modelo de ensino-aprendizagem mais desafiador, construtivo, sugerindo que o aprendiz seja o protagonista de sua própria educação (FREIRE, 2000).

No entanto, a escola a qual estamos habituados é fruto de um tempo em que se preparam pessoas para o desempenho funcional. Preocupada com uma demanda social pelo trabalho. Por isso, após as constantes transformações tecnológicas, a escola é instigada a rever a sua forma de trabalho e lhe é exigido voltar seu olhar para o aluno e não apenas para si própria (FREIRE, 2000; SILVA, 2011). A escola deve valorizar seus conhecimentos prévios, trabalhar a partir deles, estimular as potencialidades no sentido de que esse aluno desenvolva suas habilidades e ir além da mera repetição de conteúdos (VYGOTSKY, 2000; SERAFIM e SOUZA, 2011; COELHO &PISONI, 2012).  

Por isso, pensar na utilização das mídias como fomentadoras de ensino é uma necessidade urgente da escola contemporânea. Não se trata de substituir o professor pela máquina, mas, torná-lo um mediador do conhecimento (FREIRE, 2000; VIEIRA, 2002; SILVA, 2013).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Contextualizando Mídias na Educação

Desde as décadas de 50/60, por causa da crescente importância das mídias no cotidiano das pessoas, preocupava-se em inseri-las como ferramentas de ensino-aprendizagem com o intuito de proporcionar a crianças e jovens a oportunidade de desenvolverem o pensamento crítico[3] e construtivo a respeito dos meios tecnológicos de comunicação e interação de massa (BÉVORT & BELLONI, 2009).

As abordagens mais influentes focalizavam os efeitos da “exposição” às mídias de massa da época: efeitos ideológicos, político-eleitorais, éticos e sobre comportamentos infantis e adolescentes (violência, sexualidade...). Pesquisadores de diferentes horizontes, educadores, jornalistas e grupos religiosos buscavam minimizar a importância dos efeitos das mídias ou, ao contrário, demonstrar seus perigos. Ao mesmo tempo, à medida que os processos de comunicação evoluíam divididos entre dois modelos concorrentes – de um lado, a indústria cultural, com tendências à mundialização, e de outro, o monopólio estatal limitado aos territórios nacionais –, a publicidade comercial e o avanço tecnológico iam construindo o modelo do futuro, o de hoje: a produção industrializada e mundializada da cultura e da comunicação, inclusive do setor que parecia mais impróprio à globalização: o da informação (BÉVORT & BELLONI, 2009, pág. 1085).

Naquele contexto, educar os indivíduos através dessas ferramentas de comunicação e permiti-los conhecer, questionar e dominar a máquina de forma crítica era o meio de minimizar os danos do sistema capitalista-econômico da época.

O dualismo mídia/educação permaneceu subjugado às necessidades esporádicas dos educadores e do sistema educacional. Apesar dos grandes investimentos de recursos públicos, tanto nas décadas de 70 e 80 como em meados da década de 90, as taxas de analfabetismo, de evasão, de repetência continuavam sempre altas; apresentando também baixa qualidade do ensino (MORAES, 1997). De acordo com Moraes (1997, pág. 5), o paradigma tradicional da educação baseava-se no conhecimento objetivo (estático) obtido pela experimentação (sensação) e na observação controlada buscando a lógica matemática (razão), assim, a relação ensino-aprendizagem não permitiria dialética, questionamento ou reformulação. No entanto, ao sistematizar sua análise, Moraes (1997) propõe uma discussão sobre um novo paradigma educacional em que “o conhecimento deixa de ser visto numa perspectiva estática e passa a ser enfocado como estando em processo de ‘vir a ser’ (conhecimento-processo)”, possibilitando uma compreensão sistêmica dos indivíduos. Assim, a aquisição do conhecimento depende do que ocorre dentro do sujeito, cada indivíduo é quem organizará sua própria experiência e descobrirá o próximo passo a ser dado em seu futuro, “na passagem de um conhecimento menor para outro estágio de conhecimento maior e mais complexo” (MORAES, 1997).

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