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AS PRATICAS DE CULTURA EM PIERRE BOURDIEU. in Socialização e cultura- ensaios teóricos

Por:   •  11/8/2016  •  Resenha  •  1.009 Palavras (5 Páginas)  •  740 Visualizações

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O texto nos mostra a importância da sociologia da educação, visto que ela nos permite perceber que os sujeitos sociais são detentores de uma historia, não agem anonimamente, mas sim estão dotados de uma socialização, ou seja, de um processo de humanização e aquisição de uma cultura.

Bourdieu teve ao longo de sua vida, diversas inspirações que influenciaram seus trabalhos, como Émile Drukhein e Max Weber. Tanto para eles quanto para Bourdieu, as práticas de cultura trazem significados e estabelecem as relações e a organização interna dos grupos, construindo então, a partir das articulações de sentido entre os indivíduos, a realidade social. Sendo assim, as práticas de cultura seriam objeto de análise dos processos de socialização.

Definindo, as praticas de cultura são todas as ações que fazem parte da rotina dos indivíduos ou grupos, que tem origem nos processos socializadores e oferecem espaço para diálogo entre indivíduo e sociedade. As escolhas por uma prática ou outra são resultados de condições de socialização. Elas podem aproximar ou distanciar pessoas e grupos, fechando círculos entre os iguais e afastando os diferentes.

Apesar de suas influências, Bourdieu é um autor muito reconhecido pela sua originalidade de pensamento, sua sociologia é uma sociologia das praticas de cultura, e não uma sociologia da reprodução; E o objeto dessa sociologia é justamente o jogo da manutenção e subversão das estruturas sociais de dominação, entre os indivíduos e as forças socializadoras exteriores. Jogo é aqui, a metáfora do social, portanto, conta com dois indivíduos ou grupos sociais, onde cada um tem seu espaço de atuação e é a trajetória deles, ou seja, a opção por uma pratica de cultura ou outra, que irá determinar esse jogo.

Bourdieu vê a sociedade ocidental capitalista, como uma sociedade hierarquizada de poder e privilégio, onde as diferenças entre um individuo/grupo e outro, são gigantes. Esses poderes e privilégios são determinados pelo capital econômico (renda, salário), capital cultural (conjunto de símbolos, disposições de um habitus, promovidos pela família, escola e outras instituições culturais), capital social (relações sociais que podem ser uma moeda com poder na sociedade) e capital simbólico (diploma, certificado). A posição de um grupo no campo social é definido a partir da distribuição de recursos e poderes de cada um, de acordo com o volume e a composição de um ou mais capitais adquiridos e incorporados ao longo das diferentes trajetórias de socialização dos indivíduos/grupos.

A escola e a família são entendidas como subespaços sociais que produzem, reproduzem e transmitem as disposições de cultura. A família é uma primeira instância socializadora que transmite um patrimônio cultural e econômico, cada uma de um modo singular. É nela que ocorre a formação de nosso primeiro habitus. Já a escola, começa a formas nos indivíduos, outros habitus, transmitindo esquemas de pensamentos singulares e também uma disposição geral de esquemas particulares que podem ser aplicados em diversas situações. Esses dois espaços são, portanto, produtores de valores morais e criadores de uma identidade, formam consciência e são matrizes socializadores que proporcionam diversas experiências, disposições e práticas de cultura. São capazes de orientar a escolha entre as diversas praticas de cultura.

O habitus surge então, como conciliador entre as realidades individuais e exteriores. É um conjunto de disposições que se adquire ao longo da vida e que nos orienta a tomarmos decisões e fazer escolhas. É construído continuamente, sujeito sempre a mudanças derivadas de novas experiências.

Bourdieu pesquisou sobre a vida cultural, as praticas de lazer e consumo entre os europeus, principalmente entre os franceses, tentando discutir e explicar a variação do gosto e das praticas de cultura entre as parcelas

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