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Alcoolismo e suas principais características

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Por:   •  4/10/2014  •  Tese  •  1.553 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

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CAPÍTULO II

2.1. Alcoolismo e Suas Principais Características.

Quando refletimos sobre drogas, logo pensamos em cocaína, heroína, maconha, craque dentre outros. Não nos reportamos ao álcool em momento algum, como sendo uma das drogas mais utilizadas e mais nocivas ao ser humano na nossa atualidade, pois o álcool é consumido desde os tempos mais primitivos da nossa sociedade e é visto como complemento dos momentos de alegria e de festa, onde as pessoas se reúnem para comemorar e celebrar a vida (GIGLIOTI, 2004).

De acordo com Lino (2002), existem diversas definições para o que é alcoolismo. Uma das primeiras foi feita por Magnus Huss, que definiu o alcoolismo como sendo “o conjunto de manifestações patológicas do sistema nervoso, nas suas esferas psíquica, sensitiva e motora, observando nos sujeitos que consumiram bebidas alcóolicas de forma contínua e excessiva e durante longo tempo”. Com o passar do tempo e dos anos existiram várias reestruturações sobre as definições do que é alcoolismo, definindo-o assim como doença. Atualmente a Organização Mundial da Saúde classificou o alcoolismo na Revisão da Classificação Internacional de Doença (CID – 10.0). Onde são observados critérios de classificação segundo seu grau de periculosidade. Com base nesses critérios, as drogas são classificadas como: grupo 1: ópio e derivados (por exemplo morfina e heroína); grupo 2: barbitúricos e álcool; grupo3: cocaína e anfetaminas; grupo 4: LSD, canabinóides, tabaco dentre outros (BRASIL,2009).

É muito interessante verificar que o álcool é classificado no segundo grupo, devido aos seus efeitos na saúde e a grande dependência física e psíquica que provoca quando consumido em excesso.

Já para Araújo (2007), o alcoolismo é uma doença que afeta a saúde física e o bem estar emocional e o comportamento do indivíduo. O álcool é um dos principais agravantes do desajuste que ocorre no contexto intrafamiliar, prejudicando o desenvolvimento psicossocial de todas as pessoas que convivem com essa doença.

Podemos identificar o alcoolismo a partir de algumas caraterísticas que são facilmente detectáveis, tais como:

 Rubor e edema moderado da face, olhos túmidos, edemas nas pálpebras, olhos lacrimejantes;

 Hálito com odor alcoolizado;

 Descoordenações psicomotoras, vertigens e desequilíbrio;

 Suores;

 Tremor fino nas extremidades;

 Hematomas que podem indicar traumatismos durante a intoxicação ou alterações da coagulação induzidas por insuficiência hepatonuclear.

Segundo Faccio (2008), também existem outros inúmeros sinais do alcoolismo, que só se apresentam quando o consumo do álcool está totalmente crônico, exemplos são câimbras musculares, vômitos matinais, dores abdominais, taquicardia e tosse crônica. Esses indivíduos apresentam também uma série de sintomas que podem ser físicos ou psicológicos. Onde se apresentam com sendo pequenos sinais de abstinência, caracterizados por tremores, câimbras ou parestesias, hipotensão ortostática, ansiedade, humor depressivo, irritabilidade, insônias ou pesadelos.

Os sintomas psicológicos apresentam a partir de três principais características: alterações do comportamento frente ao álcool; perda do controle sobre seu estado de embriaguez, onde o individuo não consegui controlar a bebida depois de poucos copos, gerando assim a dependência; e o desejo obsessivo de álcool, pois o sujeito nunca esta satisfeito com a quantidade consumida. Um dos grandes fatores que contribuem para o consumo é o “remorso matinal”, onde o individuo acorda pela manhã com um grande sentimento de culpa por ter bebido no dia anterior e isso o leva a beber cedo da manhã.

A todo esse conjunto de sinais e sintomas dar-se o nome de Síndroma de Hiperestesica Hipermotiva. Que causam grande angustia para o individuo, que continua a consumir álcool para tentar reduzir todo o mal-estar e as perturbações advindas do álcool gerando assim um grande ciclo vicioso.

Segundo alguns autores como exemplo GIGLIOTI (2010), existem classificações para o alcoolismo. Cloninger foi um dos tantos que fizeram as classificações, e este classificou o alcoolismo de tipo I como sendo o “alcoolismo do meio” a forma mais frequente, com equivalente frequência em ambos os sexos. Inicio apos os 20 anos de idade, tem progressão lenta e com fatores ligados ao meio e a genética. De tipo II o alcoolismo de uma “forma exclusivamente masculina”, isto é, unicamente ou quase no homem, com inicio antes dos 20 anos de idade, progressão rápida para dependência, e tem menor frequência dos fatores de risco genéticos e do meio.

2.2. Consequências do álcool na vida do indivíduo.

A ingestão excessiva do álcool, que leva o indivíduo ao alcoolismo, causa segundo Lino (2002), diversas consequências à vida do indivíduo, que podem ser físicas ou mentais. E poderão conduzir na maioria das vezes a acidentes de trabalho, a desorganização do meio familiar, comportamentos agressivos e homicídios. Dentre outras consequências podemos citar a intoxicação por álcool, que consiste na presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas, clinicamente significativas, como por exemplo, comportamento sexual ou agressivo desadequado, labilidade do humor, perturbações da capacidade de discernimento, défices na atenção ou na memória, coma e até a morte.

No indivíduo alcoolista também pode haver a abstinência do álcool, que é característica que se desenvolve após a paralização ou redução da utilização prolongada de álcool. Os sintomas da abstinência são geralmente aliviados pela administração de álcool. Esses sintomas podem persistir por três a seis meses embora menos intensos.

Existem as patologias físicas, que podem ser de origens gastrointestinais como cancro esofágico, varizes esofágicas, gastrites, úlceras e cirrose. Já as consequências mentais mais conhecidas são delirium tremens, perturbações mnésicas, psicótica do humor dentre outras.

Já para nascimento (2000), o impacto do alcoolismo não incide somente no contexto da saúde física ou mental, mas principalmente no contexto social. Onde estar associado a desentendimentos familiares e afetivos, separação de casais, homicídios, suicídios, espancamento de mulheres e crianças. Os dependentes do álcool e suas famílias estão sujeitos a vivenciar algumas das expressões da questão social, em

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