Anotações de Leitura Cultura e Democracia
Por: moonlight_29 • 2/5/2018 • Trabalho acadêmico • 853 Palavras (4 Páginas) • 289 Visualizações
Síntese do artigo "Cultura e democracia" de Marilena Chaui
CHAUI, Marilena. Cultura e democracia. Crítica y Emancipación, (1): 53-76, junio 2008.
O artigo de Marilena Chaui traz consigo as diversas mudanças no conceito de cultura e também uma grande reflexão em relação ao poder que o eurocentrismo exerceu nas nações e as consequências visíveis até hoje. Outrossim, a professora também aborda sobre como a cultura é vista a partir da democracia e, além disso, através dos conceitos da democracia ela consegue indicar as falhas desse sistema. Por final, ela aborda sobre a luta de classes, privilégios e os maiores problemas encontrados no século vigente.
A palavra cultura se tornou sinônimo de civilização no século XVIII, com a Filosofia da Ilustração, e esse fato tornou possível o sobressaimento da Europa sobre as demais nações.
"Avalia-se o progresso de uma civilização pela sua cultura e avalia-se a cultura pelo progresso que traz a uma civilização."
No século XIX, a Europa capitalista segregou a cultura e, portanto, sociedades. Deduzindo a partir de elementos, o que é cultura não-primitiva e o que é cultura primitiva.
"todas as sociedades que desenvolvessem formas de troca, comunicação e poder diferentes do mercado, da escrita e do Estado europeu, foram definidas como culturas “primitivas”. Em outras palavras, foi introduzido um conceito de valor para distinguir as formas culturais."
Além disso, como forma de "igualar os níveis culturais", a Europa, ao tomar uma posição etnocêntrica, serviu de exemplo e usou da colonização e do imperialismo para impor sua cultura como evoluida e modelo a ser seguido.
Até os dias vigentes é possível visualizar a divisão cultural entre a cultura formal, ou seja, a cultura letrada, e a cultura popular, essa divisão que antes era proporcionada pela Europa, hoje é proporcionada pela indústria cultural.
"Em primeiro lugar, separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa. Assim, em vez de garantir o mesmo direito de todos à totalidade da produção cultural, a indústria cultural sobre-determina a divisão social acrescentando-lhe a divisão entre elite “culta” e massa “inculta”."
Outro ponto importante do artigo é quando a professora relaciona cultura e democracia, refletindo sobre como a cultura é vista a partir da democracia e como é a relação entre cultura e Estado.
Primeiro o Estado foi apresentado como produtor da cultura, logo depois o Estado passa a ser visto como integrante da cultura e, em seguida, o Estado deixa de ser produtor e produto da cultura, e então surge o questionamento:
"Se o Estado não é produtor de cultura nem instrumento para seu consumo, que relação pode ele ter com ela? Pode concebê-la como um direito do cidadão e, portanto, assegurar o direito de acesso às obras culturais produzidas, particularmente o direito de fruí-las, o direito de criar as obras, isto é, produzi-las, e o direito de participar das decisões sobre políticas culturais."
"Afirmar a cultura como um direito é opor-se à política neoliberal, que abandona a garantia dos direitos, transformando-os em serviços vendidos e comprados no mercado e, portanto, em privilégios de classe."
Logo adiante, a professora amplia a discussão sobre a democracia, ultrapassando a simples idéia de um regime político identificado à forma do governo, tomando-a como forma geral de uma sociedade, e expõe a necessidade de uma nova concepção da democracia, visto que os príncipios fundamentais, sendo eles o da isonomia e da isegoria não são assegurados e se perdem na realidade da sociedade. Após expor as ideias sobre democracia, a professora afirma:
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