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As Relações Entre A Educação E As Diversidades: Étnico-Racial, De Gênero E Sexualidade

Por:   •  27/10/2023  •  Resenha  •  2.364 Palavras (10 Páginas)  •  87 Visualizações

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AS RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO E AS DIVERSIDADES: ÉTNICO-RACIAL, DE GÊNERO E SEXUALIDADE

Lucas Matheus Santana Medeiros

Resumo

O presente resumo expandido tem como objetivo dissertar acerca das relações entre educação e as diversidades: étnico-racial, de gênero e sexualidade, respondendo a questão: Como as diversidades: étnico-racial, de gênero e sexualidade são inseridas na educação escolar? Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica, considerando as contribuições de autores estudados na disciplina: Educação e Diversidade Étnico-Racial, de Gênero e Sexualidade.

Palavras-chave: Gênero; Sexualidade; Raça; Etnia; Educação.

Introdução

A temática diversidade está sendo debatida no contexto educacional, onde se faz necessário a revisão de valores e atitudes que colaborem para superar as injustiças, preconceitos e estereótipos existentes no contexto escolar e também social. É preciso compreender que a diversidade se constitui um cenário em constante transformação, marcado por lutas e reivindicações, tanto do ponto de vista teórico quanto da prática social, e precisa que o professor esteja preparado para lidar com a diferença, respeitando a pluralidade de ideias, a história e cultura de vida do educando, sua concepção de mundo, criando ações onde a tolerância e o respeito ao outro possa ser construído.

São muitos os questionamentos que perpassam as polêmicas que envolvem a diversidade e que, de uma forma ou de outra, afeta os sujeitos envolvidos no processo de escolarização. As recentes mudanças na legislação brasileira, os programas do governo, a mídia e principalmente a presença dos sujeitos considerados diversos, ao serem incluídos na educação básica, fazem com que os educadores enfrentem a eclosão da diversidade na sociedade.

Negros, índios, pobres, ribeirinhos, camponeses, LGBTQIA+, entre outros sujeitos, são exemplos de grupos diversos ou coletivos concretos que até hoje estão lutando por reconhecimento e espaço na sociedade. Nesse sentido, dentre suas principais reivindicações destaca-se a luta pela escola pública e, mais do que isso, a necessidade de uma educação escolar capaz de perceber os educandos como sujeitos sociais que possuem cultura e são possuidores de saberes construídos em suas vivências, lutas e conquistas. Por meio deste resumo expandido, temos como objetivo discutir as relações entre educação e as diversidades: étnico-racial, de gênero e sexualidade e como que as diversidades citadas são inseridas na educação escolar.

Desenvolvimento

As inúmeras possibilidades de construção identitárias colocam a educação em um

território incerto e muitas vezes hostil quando elas são ignoradas e/ou omitidas. Diariamente, as escolas e universidades se deparam com uma gama de diversidade cultural, sexual, étnico-racial, religiosa, identitária, entre outras que adentram seus portões e, muitas vezes, não estão preparadas para acolher e incluir essa multiplicidade, excluindo-a.

Normalmente, essa exclusão é realizada por práticas, costumes, linguagens e mecanismos que segregam os sujeitos tidos como diferentes. Quando as instituições ignoram essa diversidade existente, elas não cumprem seu papel de formar integralmente os indivíduos para uma educação cidadã e libertária.

Diariamente, alunos (as) e professores (as) vivenciam situações de constrangimentos

e violências identitárias e de gênero, que, por serem invisibilizadas, demonstram aceitabilidade social.

Em um estudo elaborado pelo “Observatório de Violências nas Escolas”, vinculado

à cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) de Juventude, Educação e Sociedade, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) foram realizadas entrevistas individuais com alunos (as), professores (as) e pais/mães/responsáveis para observar em que medida os direitos fundamentais eram garantidos e/ou violados, e como resultado foi verificado que o principal direito a ser considerado como um direito fundamental a todo ser humano era o respeito.

        Foucault sinaliza que as instituições escolares se tornam um lugar de disputa de poder

e de produção de hegemonias, que reproduzem aquilo que é imposto socialmente. As inúmeras práticas e discursos assumidos por elas tornam as subjetividades em objetos de classificação e exclusão. As instituições devem ser o lócus da discussão sobre gênero e sexualidade, todavia, agressões físicas, psicológicas e de linguagem que permeiam essas relações estão presentes nas escolas, que não combatem esses tipos de violências.

        Os discursos assumidos pelas instituições escolares demarcam a posição hegemônica

que eles reproduzem e informa aos circunscritos desse sistema seu devido lugar. Não sem sentido que a divisão é a parte estruturante das instituições escolares. Divisões em turmas, séries, etapas, créditos, disciplinas escolares, lugares de meninos e de meninas, espaços permitidos e proibidos. E aqueles que não se adaptam à performance signatária das instituições são postos às margens do sistema e lentamente expurgados. Quando são levianamente “tolerados”, o são na perspectiva das relações de poder.

Observa-se que as relações entre os gêneros continuam sem dúvida, objeto de atenção, uma vez que distintas estratégias procuram intervir nos agrupamentos humanos, buscando regular e controlar taxas de nascimento e mortalidade, condições de saúde, expectativas de vida, deslocamentos geográficos, etc.

Homens e mulheres certamente não são construídos apenas através de mecanismos de repressão ou censura, eles e elas se fazem, também, através de práticas e relações que instituem gestos, modos de ser e de estar no mundo, formas de falar e agir, condutas e posturas apropriadas (são, usualmente, diversas).Os gêneros se produzem, portanto, nas e pelas relações de poder.

O conceito foucaultiano de “biopoder”, ou seja, o poder de controlar as populações, de controlar o corpo-espécie, também parece ser útil para que se pense no conjunto de disposições e práticas, que foram historicamente criadas e acionadas para controlar homens e mulheres.

A concepção fortemente polarizada dos gêneros esconde a pluralidade existente em cada um dos polos. Assim homens e mulheres que se afastam da forma de masculinidade e feminilidade homogenia são considerados diferentes, são representados como outro e, usualmente experimentam práticas de discriminação ou subordinação.

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