CULTURA CORRUPÇÃO e CONTABILIDADE: A contribuição contábil na identificação da corrupção no Brasil.

CULTURA CORRUPÇÃO e CONTABILIDADE:

A contribuição contábil na identificação da corrupção no Brasil.

Vilma Santos Pereira de Faria

Belo Horizonte

2017

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CULTURA CORRUPÇÃO e CONTABILIDADE:

A contribuição contábil na identificação da corrupção no Brasil.

Pré Projeto apresentado ao Programa de Mestrado Acadêmico em Administração do Centro Universitário Unihorizontes.

Belo Horizonte

2017

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1 INTRODUÇÃO

Os escândalos no mundo político a despeito da corrupção têm se tonando comum na sociedade contemporânea. A máquina administrativa é usada indevidamente, e os casos de mau uso dos recursos públicos têm virado noticias diárias nas redes de telecomunicações, e mídias em geral. No Brasil, a sociedade está cética, quando o assunto é política e ou administração pública. Diante desta instabilidade que rodeia o país, e a prevalência da tolerada corrupção, fica a sensação de impotência por parte da sociedade (FILGUEIRAS, 2009).

O tema central em 2016 no cenário público foi corrupção. Houve mais um afastamento de governo do Estado, e a velha corrupção, prevalece como problema de interesse público. O assunto mais explorado nos grandes centros urbano é justamente o que essa população mais tem presenciado no seu cotidiano, os escândalos da corrupção (BEZERRA, 2017).

Nesse sentido, segundo Silva e Câmara (2016), a disseminação da corrupção em nosso cotidiano espalhou de tal forma, que já é possível identificá-la como instituição cultural. A sociedade brasileira já adquiriu a prática de conviver com essa anormalidade, embora prevaleça, por parte dos mais esclarecidos, a sua revolta e a sua tensão. Pois, compreende-se perfeitamente, que os problemas econômicos, a escassez de recursos e os atrasos que a sociedade vive nada mais são, que consequências da corrupção desenfreada que assola a sociedade contemporânea.

Afirmar que a corrupção é uma questão cultural na sociedade, para alguns pode parecer um absurdo, pois a quem trate a corrupção primeiramente como desvio de caráter. O que para o autor, o caráter nada mais é do que uma questão variável, pois a ambição do ganho fácil é prática humana e há aqueles, que têm uma educação mais frouxa, os quais, não deixarão de usufruir dessa ilicitude em seu favor (SILVA e CÂMARA, 2016).

Segundo Hoog (2014) diante de uma nação generalizada corruptiva, a ajuda dos contadores torna-se uma opção do Estado, os quais, frente à tamanha responsabilidade devem observa-la com a mais profunda equidade.

 

Desta forma, muitos programas que previnem e combatem à corrupção têm sido implantados nos últimos anos. Ressalta-se aqui, que em um país dimensional como o Brasil, para o combate da corrupção é imprescindível a ação conjunta dos serviços de contabilidade, assim como a participação efetiva de toda a sociedade (MENDES, OLEIRO e QUINTANA, 2008).

Neste contexto essa pesquisa questiona: Como a contabilidade pode contribuir na identificação da corrupção empresarial no Brasil? As justificativas para o presente estudo já estão bem apresentadas nesta introdução. Trata-se do contexto que a sociedade está inserida atualmente, e a maneira que tem se comportado frente a este tema, corrupção.

Dessa forma, o objetivo geral que conduz este trabalho é pesquisar quais são os mecanismos contábeis utilizados pelo contador na identificação e prevenção da corrupção empresarial. Como objetivos específicos pretendem-se: a) pesquisar a corrupção como cultura brasileira; b) descrever os principais instrumentos contábeis utilizados na apresentação dos relatórios; c) analisar a percepção dos contadores quanto à eficácia dos instrumentos contábeis e; d) analisar a função do contador como auxiliar no combate a corrupção empresarial.

Este trabalho subdivide em 5 partes. Na primeira parte apresenta-se a introdução, com informações que contextualizam o desenvolvimento da pesquisa, como os objetivos, a justificativa e o problema a ser investigado. Na segunda parte aborda-se o referencial teórico que consiste em uma síntese sobre o que os autores pesquisados dizem sobre o tema proposto. A parte 3 aborda a metodologia, a forma como será conduzida esta pesquisa, evidenciando os métodos e os procedimentos utilizados no processo de busca e análise dos dados. A quarta parte será apresentada a análise dos dados obtidos na pesquisa e a última parte às considerações finais, seguida pelas referências.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nos dias atuais, o tema em evidencia é a corrupção. Na verdade, trata-se de um tema recorrente, e mesmo assim, ainda não foram tomadas providências eficazes para barrar aqueles que decidem agir de maneira corruptiva. Não existem até o momento, penas que responsabilizem de maneira exemplar os corruptores. Os próprios governantes são surpreendidos com as situações relativas à corrupção, em que o Brasil está passando. Inúmeras denúncias vêm à tona diariamente, fazendo com que fiquem paralisados diante da situação. O Brasil tem vivido a maior investigação de corrupção dos últimos tempos, a chamada, operação Lava Jato (JESUS, 2016).

Silva e Câmara (2016) defendem que as práticas de irregularidades sempre existirão, porém quando se tem uma sociedade bem administrada, eficientemente fiscalizada e supervisionada, com uma legislação apropriada, a cultura da corrupção tende a redução e este problema em sua maioria é sanado.

2.1 A questão da cultura

Segundo Laraia (2004), o comportamento de cada um, está associado ao seu aprendizado, e isso depende de um segmento que chamamos de endoculturação. Assim Edward Tylor (1832-1917), quando pela primeira vez trouxe a definição do termo cultura, como é utilizado atualmente, apenas formalizou uma ideia que já estava arraigada na mente humana.