CULTURA EM ANTROPOLOGIA: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DO ETNOCENTRISMO E DO RELATIVISMO CULTURAL
Por: Sofia Augusta • 11/3/2016 • Trabalho acadêmico • 792 Palavras (4 Páginas) • 1.024 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA
PROFESSOR: FRANCISCO ANTONIO BRAUM NETO
CULTURA EM ANTROPOLOGIA: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DO ETNOCENTRISMO E DO RELATIVISMO CULTURAL
ITAJAÍ
30 DE JUNHO DE 2015
Entre os diversos conceitos apresentados pelo estudo da Antropologia, dois são considerados clássicos: Etnocentrismo e Relativismo. No presente artigo, iremos abordar esses dois conceitos, na concepção de Lévi-Strauss e Franz Boas. Ambos conceitos se referem a cultura, porém, com diferentes definições. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as diferenças de forma apaziguadora. Isso se deve ao fato que os pensadores que utilizam o Etnocentrismo acabam por considerar uma sociedade e seus valores culturais e sociais como superior às demais. O Relativismo Cultural parte para um principio oposto ao Etnocentrismo, e diz que não existe como comparar diferentes culturas entre si, e que os aspectos que são relativos a cada cultura e que só podem ser analisados dentro dos valores da própria sociedade, sem usar nenhum meio ou parâmetro pré-concebido, na maioria das vezes imposta pelo Ocidente.
O Etnocentrismo, como já diz o seu nome, é o modo de enxergar de um grupo étnico ou cultural e instituir-se o centro de tudo, se considerando num plano de mais importância que as outras culturas e sociedades. Assim, essa teoria está diretamente ligada ao evolucionismo, por julgar as sociedades pelo seu nível de progresso. O Etnocentrismo surge nos meados do século XIX, quando a Europa entra em contato com outros povos diferentes aos seus, o que provoca a analise da cultura, tendo inicialmente a Europa como modelo padrão desejável de civilização humana.
Levado ao extremo, o Etnocentrismo dificulta o relacionamento entre diferentes povos.
No livro “Raça e História”, Lévi-Strauss faz uma análise sobre o etnocentrismo, e apresenta seus argumentos para o fim da distinção de raças entre humanos, e para isso foca a sua tese no conceito cultura. Para o autor, por mais que existam diferenças culturais, isso não comprova que uma sociedade é mais desenvolvida que a outra. Na verdade, apenas demonstra o desenvolvimento da humanidade através da contribuição entre as sociedades. Em seu livro, Strauss diz:
Estas formas extremas nunca foram resultado de culturas isoladas, mas sim de culturas que combinam, voluntária ou involuntariamente, os seus jogos respectivos e realizam por meios variados (migrações, empréstimos, trocas comerciais, guerras) estas coligações cujo modelo acabamos de imaginar. E é aqui que atingimos o absurdo que é declarar uma cultura superior à outra[1].
O Relativismo Cultural é uma corrente da Antropologia que tem como objetivo entender as diferenças entre culturas distintas, portanto, defende que os valores, princípios morais, são convenções sociais relativas a cada cultura.
Como diz o seu nome, o Relativismo parte do pressuposto que as culturas não podem ser comparadas entre si. A teoria relativista tem como fundamento a ideia de que os indivíduos são condicionados a um modo de vida específico e particular, por meio de processo de endoculturação[2] para adquirirem seus próprios valores e integridade cultural.
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