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Etnocentrismo e Relativismo Cultural – Uma breve definição

Por:   •  20/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  446 Palavras (2 Páginas)  •  620 Visualizações

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Etnocentrismo e Relativismo Cultural – Uma breve definição

Sabemos que nós, seres humanos somos constituintes de uma sociedade, organizada e subdividida em culturas, identificadas por hábitos , costumes e regras. O conceito de cultura pode abranger muitas definições, mas vamos nos deter em ressaltar o senso comum que persiste e muitas vezes nos cega perante outras culturas, abrindo assim, espaço para o etnocentrismo.

Etnocentrismo seria a visão onde nosso próprio grupo (cultura) é tomado como certo, centro de tudo, e assim, os outros são pesados e sentidos através de nossos próprios valores. Um exemplo muito claro de etnocentrismo, seria nossa própria colonização, onde catequizaram os índios, ou também quando nós ocidentais julgamos a posição de mulheres muçulmanas, assunto polêmico que gira em torno da possível submissão do gênero feminino em relação ao masculino nessa cultura. Ou seja, o etnocentrismo acaba deslegitimando a luta e costumes alheios, ao impor nossas vivências como parâmetros normativos.

Uma das principais causas dessa inflexibilidade ao observar outras culturas que pode ser apontada seria o dogmatismo. Assim, tem-se a ideia de que os valores existem pura e simplesmente com caráter absoluto, passando por cima do sujeito e todos os seus determinantes da sociedade, nesse caso, que não pertençam à sua cultura. Contrapondo esse radicalismo, surge o que chamamos de relativismo cultural.

O relativismo, na linha do subjetivismo, consegue se fazer compreender partindo do princípio de que “o homem é a medida de todas as coisas “. Ou seja, qualquer comportamento deve ser primeiro julgado em relação ao seu lugar, às motivações internas e vivencias experenciadas pelo sujeito. Logo, pode-se falar em termos psicológicos, o reflexos desses padrões impostos, que para Asch:

"(...)o fato de que variam as idéias do que é certo ou errado representa um agudo problema para uma teoria da natureza humana. Podemos discernir na história do pensamento duas soluções opostas. O pensamento tradicional adota uma posição absolutista. Afirma que somos capazes de aprender certas ações como incondicionalmente certas e outros atos como intrinsecamente errados(...)" (ASCH,1960)

O relativismo cultural, então, vem questionando essas posições absolutistas, e defendendo a ideia de que não seria prudente julgar uma cultura pela ótica de outra. Nas ciências da saúde, o relativismo cultural contribuiu para algumas quebras de paradigmas, como por exemplo, a de que doença era um descontentamento de Deus com o indivíduo. Sendo assim, ainda uma área

importante a ser explorada pela Psicologia.

Referências bibliográficas:

ASCH, S. E. — Psicologia social. São Paulo, Ed. Nacional, 1960.

BASTIAN, Erna. O relativismo cultural é válido nas ciências da saúde? Exame de suas bases filosóficas. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 5, n. 1, junho ,1971. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101971000100010&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 10 Abr. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101971000100010.

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