Capital Social
Casos: Capital Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: santosethales • 30/3/2014 • 2.462 Palavras (10 Páginas) • 367 Visualizações
Desde a primeira vez em que fora utilizado, o conceito de capital social tem sido
extensivamente aplicado em diversas teorias sociológicas e pesquisas na área das
ciências humanas, não se restringindo apenas ao âmbito da sociologia.
Uma vez que este conceito permeia e transita entre diversas áreas e autores, a
conseqüência tem sido uma grande dificuldade em se estabelecer uma definição única e
concisa para o termo (PORTES, 1998). Para a presente pesquisa foi importante escolher
um conceito de Capital Social que conseguisse abarcar o objetivo da pesquisa de
perceber se jovens e adolescentes inseridos no programa Jovem Aprendiz têm
conseguido recursos a partir das relações que estabeleceram durante o seu período de
trabalho.
Sendo assim, antes de apresentar a definição que se encaixa dentro da proposta
estudada por esta monografia, é importante apresentar um breve histórico sobre como
surgiu esta preocupação em se estudar as vantagens pelas quais os indivíduos podem
aproveitar a partir das relações sociais vivenciadas.
A primeira vez que esse termo Capital Social foi utilizado foi em 1920 em que
L.J. Hanifan publicou seu livro The Comunnity Center descrevendo o sucesso escolar de
alunos em escolas onde havia envolvimento da comunidade. Para ele, capital social era
definido como:
...às coisas intangíveis [que] são importantes para o cotidiano das pessoas: boa vontade,
amizade, solidariedade, interação social entre os indivíduos e as famílias que compõem
uma unidade social .... Uma pessoa apenas existe socialmente, se deixada a si próprio...
Mas se ela entrar em contato com o seu vizinho, e estes com outros vizinhos, haverá
uma acumulação de capital social, que pode imediatamente satisfazer suas necessidades
sociais e que podem ostentar uma potencialidade social suficiente para a melhoria
substancial da comunidade, para as condições de vida de toda a comunidade. A
comunidade como um todo se beneficiará pela cooperação de todas as suas partes,enquanto que o indivíduo vai encontrar nas suas associações as vantagens da ajuda, da
solidariedade... bem como seu vizinho no clube. (HANIFAN, 1920)
Sendo assim, capital social surge a partir do momento em que há interação
social, havendo melhoras nas condições de vida das pessoas envolvidas. A partir de
então, o termo capital social passou a ser exaustivamente utilizado por diversos autores
como uma ferramenta para desenvolvimento social tais como: Hanifan (1916), Jacobs
(1961), Loury (1977), Bourdieu (1985), Coleman (1999) e Putnam (2000).
O conceito de Capital Social passa a fazer parte de objeto de estudo na
sociologia, com esse termo, em meados da década de 70 com o francês Pierre Bourdieu,
que definiu o termo como:
É o conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede
durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de interreconhecimento...
(BOURDIEU, 1980, p.67)
Em outras palavras, Bourdieu (1980) coloca que, a partir de relações
permanentes entre pessoas ou instituições com conhecimento mútuo, pode-se extrair
alguns benefícios. Esses benefícios ou recursos podem tanto se expressar de forma
econômica como através de bens e serviços.
A definição de Bourdieu (1980) deixa claro que o conceito pode ser decomposto
em dois elementos: a relação social por si só, que permite aos indivíduos ter acesso à
recursos fruto dessa relação e a quantidade e qualidade desses recursos. (PORTES,
1998)
Para Bourdieu (1980), o capital social não é redutível ao capital econômico ou
cultural e nem é independente deles, atuando como um multiplicador para as outras duas
formas, enquanto criadas e mantidas pela conversão do capital econômico e cultural no
“esforço incessante de sociabilidade”. O capital econômico é visto com grande
importância: "na raiz de todos os outros tipos de capital... em última análise” (1997:54) .
Mas, apesar da primazia do capital econômico, Bourdieu trabalha fortemente, no
seu trabalho empírico e teórico, sobre o “capital” social (SHULLER, 2000).
Coleman (1999) foi quem, de alguma forma, divulgou amplamente o conceito no
meio acadêmico uma vez que publicou seus trabalhos em inglês. Pode se dizer também
que ele foi quem expandiu o conceito de capital social permitindo assim uma gama
maior de interpretações com relação ao conceito. Portes (1998), por exemplo, identifica
como uma das falhas do trabalho de Coleman sua vaga definição em relação ao termo
permitindo assim um grande numero de diferentes interpretações. (PORTES, 1998).
Coleman (1999) prefere definir capital social através de sua função:
...uma variedade de entidades com dois elementos em comum:
...