Resenha do texto “Classes sociais, lutas de classes e movimentos sociais” Sebastião Rodrigues Gonçalves.
Por: Ana Júlia Dias • 13/7/2017 • Resenha • 961 Palavras (4 Páginas) • 585 Visualizações
O presente trabalho trata de dissertar acerca do texto Classes sociais, lutas de classes e movimentos sociais, de Sebastião Rodrigues Gonçalves. O artigo tem como objetivo principal refletir sobre os movimentos sociais e as estruturas políticas e econômicas do país. Pautando-se no modo de produção capitalista e como isso vai se expressar na divisão da sociedade em classes, onde de um lado tem-se os donos dos meios de produção (que se sustentam pela lógica da propriedade privada) e de outro os vendedores da sua força de trabalho. Apontando a educação como um instrumento que pode se colocar tanto a favor da reprodução da lógica colocada pelo capital, como para a emancipação humana.
O autor trata movimentos sociais como a manifestação da luta de classes, própria da estrutura capitalista. Esses movimentos, por sua vez, tem as expressões da questão social como pautas imediatas para suas reivindicações, o que expressa uma contradição, uma vez que, a classe dominante se nega a fazer concessões que coloquem em risco a propriedade privada e apontem para a emancipação da classe. Dentro desse bojo temos uma educação que não se coloca como emancipatória dentro do campo da institucionalidade, uma vez que, não há espaço para uma educação emancipadora dentro da estrutura capitalista, que age de modo a defender os interesses da burguesia. Considerando a lógica da mercantilização nesse modo de produção, isso se extende para o campo da educação com a defesa de uma formação tecnológica que visa sanar as demandas da acumulação capitalista, as custas da intensificação da exploração do trabalho, utilizando-se do campo da reprodução para se sustentar.
Historicamente autores como Aristóteles elaboraram argumentos para justificar e naturalizar a exploração na sociedade de classes. Entretanto, o direito a exploração acaba por ser imposto a partir do momento que somente uma parcela mínima da sociedade detém os meios de produção e se vê no direito de explorar aqueles que não possuem nada além da sua força de trabalho, essa relação por si só já torna-se desigual. Inicialmente buscava-se atribuir essa condição subalterna como algo natural e impossível de ser superado, diante disso foi criado uma superestrutura que impusesse por meio da autoridade essa condição inalienável de explorado, o que garantia, por sua vez, o estado de passividade.
Aqui temos o surgimento do Estado, uma vez que a condição de subalternos colocada como algo natural se torna obsoleta, faz-se necessário a institucionalização da exploração, por meio das leis, da força física e da educação que passa a ser utilizada como instrumento do Estado somente quando há risco de desestabilização do “bem comum”, porém, isso é feito de uma forma mistificada, pois não passava de uma estratégia para garantia da manutenção do poder.
Compreendendo a lógica de que a nova sociedade se faz das ruínas da antiga, tem-se a implantação do feudalismo, que vincula a questão da propriedade de terras e do poder à teologia e o poderio da Igreja Católica, para propor uma nova forma de dominação que pressupõe o surgimento de novas classes, visto a insustentabilidade do sistema escravagista o que definiria a posse ou não da terra agora era o direito divino. A Igreja manteve-se como auxiliar do poder político até o Renascimento que colocou em cheque seu lugar de dominação, nesse contexto em que as grandes navegações se ampliam acarretando a expansão comercial, surge uma nova classe, formada pelos comerciantes. Aliada aos enfrentamentos travados pelos renascentistas, surge uma nova corrente filosófica que colocou em cheque, para além da disputa pelo comércio, os dogmas da Igreja católica e sua dominação
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