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Compromisso Social Do Professor

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Por:   •  12/11/2014  •  805 Palavras (4 Páginas)  •  2.260 Visualizações

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EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

Para que se tenha uma história de Pedagogia, torna-se necessário, portanto, considerar tanto as doutrinas pedagógicas quanto os fatos educacionais concretos, que tem sua origem na ação dos governos ou de segmentos da sociedade.

As instituições pedagógicas são antes de tudo são instituições sociais. Cada sociedade é levada a construir o sistema pedagógico mais conveniente às suas necessidades materiais, às suas concepções do homem e a vontade de preservá-las. Quando, pois, o sistema pedagógico muda é porque a própria sociedade mudou, ou porque mudaram as relações de poder entre seus membros.

Muitos dos autores dos principais métodos renovadores da educação não eram pedagogos. Decroly e Claparède eram médicos. Maria Montessori também era médica. John Dewey foi, antes de tudo, um filósofo. Piaget era biólogo. Rogers era psicólogo. Emília Ferreiro também é psicóloga.

Como instituições sociais que são as instituições educacionais refletem as características do sistema social quer as inclui. Mas em seu interior manifestam-se naturalmente as contradições inerentes a esse mesmo sistema social. Daí por que ações originadas do interior das instituições pedagógicas podem gerar mudanças significativas no sistema social.

Importante papel nesse processo de mudança pode ser atribuído às doutrinas pedagógicas. Essas doutrinas, oriundas na maior parte das vezes de dissensões com os sistemas estabelecidos, ou como obra de pensadores à margem do seu meio, “concorrem para afeiçoar os espíritos e para levantar ou degradar os caracteres, exercendo, por consequência, sobre os acontecimentos históricos uma parte de influência e de ação”.

A análise de inúmeras doutrinas pedagógicas mostra como algumas nada mais fazem que refletir os valores sociais dominantes, outras apontam para mudanças que devam ser feitas para ajustar a sociedade a novas realidades e outras envolvem até mesmo propostas de libertação dos oprimidos.

AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS

A PERSPECTIVA CLÁSSICA da educação enfatiza o domínio do professor, o ensino em sala de aula e a ênfase nos tópicos a serem ensinados. Teve origem na Antigüidade Greco-romana. Em muitos países subdesenvolvidos, o modelo clássico aparece como o preponderante e associado à reprodução das relações de poder.

A PERSPECTIVA HUMANISTA constitui uma reação à rigidez da escola clássica. Ela considera que sob as formas tradicionais de educação o potencial dos alunos é aproveitado apenas em parte. Por considerar que cada aluno traz para a escola suas próprias atitudes, valores e objetivos, a visão humanista centraliza-se no aluno. Assim, sua preocupação básica torna-se a de adaptar o currículo ao aluno, segundo.

A PERSPECTIVA MODERNA é uma tendência conciliatória, que procura unir a ênfase do conteúdo sistemático da visão clássica com o caráter libertário da escola humanista. Esta perspectiva tornou-se muito influente a partir da década de 30 e inspirou muitos movimentos em prol das 'escolas novas' e é tida em muitos meios como a mais adequada. Uma das características fundamentais da perspectiva moderna é a ênfase na pesquisa como elemento imprescindível para determinar a necessidade de reforma dos métodos e programas.

O CONTRASTE DAS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS

Cada uma das três perspectivas consideradas fundamenta-se num conjunto de valores, que são contrastados no quadro abaixo:

Perspectiva Clássica Perspectiva Humanista Perspectiva Moderna

• Adaptação dos alunos aos objetivos da escola

• Certeza

• Competição

• Autocracia

• Disciplina

• Reprodução

• Orientação para o

conteúdo

• Ênfase no ensino

• Adaptação da escola às necessidades dos alunos

• Dúvida

• Cooperação

• Laissez-faire

• Liberdade

• Descoberta

• Orientação para o método

• Ênfase na aprendizagem

• Harmonização entre as necessidades dos alunos e os valores sociais

• Probabilidade

• Crescimento

• Participação

• Responsabilidade

• Criatividade

• Orientação para a solução de problemas

• Ênfase no processo ensino-aprendizagem

Convém considerar que a definição de três perspectivas constitui uma simplificação. Dentro de cada uma delas podem ser encontradas posições significativas diferentes.

ENSINO E APRENDIZAGEM

Os conceitos do ensino e aprendizagem encontram-se indissociavelmente ligados. Porém, ao se falar de ensino evocam-se conceitos como: instrução, orientação, comunicação e transmissão de conhecimentos, que indicam o professor como elemento principal do processo. Já, ao tratar da aprendizagem, evidenciam-se conceitos como: descoberta, apreensão, modificação de comportamento e aquisição de conhecimentos, que se referem diretamente ao aluno.

A ênfase colocada no ensino ou na aprendizagem torna-se, pois, importante indicador do modelo de atuação do professor.

A Ênfase no Ensino

Muitos professores colocam todo o seu empenho no ato de ensinar. Vêem-se como fornecedores de informação e como os principais responsáveis pelos resultados obtidos. Acreditam que se o professor ensinou (isto é, se explicou ou demonstrou),o aluno aprendeu.

Este tipo de educação, caracterizada pelo ato de depositar, transferir, transmitir valores e conhecimentos é chamado por Paulo Freire de “bancária”. Nela:

a) O educador é o que educa; Os educandos, os que são educados;

b) O educador é o que sabe; Os educandos, os que não sabem;

c) O educador é o que pensa; Os educandos, os pensados;

d) O educador é o que diz a palavra; Os educandos, os que a escutam docilmente;

e) O educador é o que disciplina; Os educandos, os disciplinados;

f) O educador é o que opta e prescreve a sua opção; Os educandos, os que seguem a prescrição;

g) O educador é o que atua ;Os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador;

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