Concepções Epistemológicas Da Alfabetização: A Perspectiva Sociointeracionista
Trabalho Universitário: Concepções Epistemológicas Da Alfabetização: A Perspectiva Sociointeracionista. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jonasemanuel • 21/3/2015 • 537 Palavras (3 Páginas) • 346 Visualizações
Concepções epistemológicas da alfabetização: A perspectiva Sociointeracionista
Na perspectiva Mecanicista, a pergunta de “Quem escreve o quê, para quem?” não revelará nenhuma preocupação com o uso social da língua escrita. A criança escreve ou copia para fazer dever. Já para a segunda situação – sociointeracionista – é preciso trazer um exemplo no qual as crianças estejam em interação: as crianças montam um jornal, escrevem uma poesia coletivamente, criam uma história, etc.
- aquisição da língua escrita na perspectiva de Vygotsky: a perspectiva interacionista ressalta o papel do sujeito na elaboração do seu conhecimento. Reflexões teóricas elaboradas por Vygotsky a respeito do processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita revelam que ensina-se a criança a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita. Segundo o pesquisador, a escrita não pode continuar a ser ensinada às crianças como uma complicada habilidade motora por se constituir “um sistema particular de símbolos e signos... que designam os sons e as palavras da linguagem falada os quais, por sua vez, são signos das relações e entidades reais.
- conflito social x conflito cognitivo: A diferença de linguagem evidenciada revela que há uma gramática própria do pensamento que tem origem nas formas sociais de interação verbal. O conflito vivido pelas crianças das classes populares no processo de alfabetização é de natureza social, e não apenas de natureza cognitiva. Na perspectiva histórico-social a construção do conhecimento sobre a escrita não envolve apenas o aspecto cognitivo, mas está inserida no jogo das representações sociais, das trocas simbólicas, dos interesses circunstanciais e políticos. Reconhecida como uma atividade discursiva, a escrita implica uma elaboração conceitual pela palavra e não apenas uma atividade cognitiva.
- Relação desenvolvimento/aprendizagem: A zona de desenvolvimento proximal, elaborada por Vygotsky, confirma o caráter interativo e social da construção de conhecimento ao apontar que as conquistas dos sujeitos aprendentes, possibilitadas pela cooperação num momento anterior, são indicativas das realizações posteriores, no plano individual. Em outras palavras, a criança fará sozinha amanhã o que hoje realiza em cooperação com o outro. O papel da professora, nessa perspectiva, não se limitar a constatar em que fase do desenvolvimento a criança se encontra, mas em atuar como mediadora para que as crianças, a partir da troca e da interação, possam superar seus próprios limites, construindo novos conhecimentos, ao mesmo tempo em que se desenvolve. A alfabetização é um processo discursivo: a criança aprende a ouvir, a entender o outro pela leitura, aprende a falar, a dizer o que quer pela escrita. Enquanto escreve, a criança aprende a escrever e sobre a escrita. Enquanto lê, a criança aprende a ler e aprende sobre a leitura.
- Conclusão: A criança é um sujeito interativo que avança na construção e apropriação de novos conhecimentos a partir da troca, da relação e da interação com os outros, no espaço da intersubjetividade. A criança constrói conhecimentos num movimento que vai do coletivo (interação com o outro) para o individual (suas conquistas pessoais são fruto das experiências construídas coletivamente).
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