Congressos do Serviço social na década de 40

Os Congressos de Serviço Social na década de 1940

O primeiro Congresso Brasileiro de Serviço Social é promovido em 1947 pelo CEAS – Centro de Estudos e Ação Social. O primeiro encontro teve participação das principais entidades particulares e governamentais ligadas ao Serviço Social e à Assistência. Um antecedente importante a esta reunião é o primeiro congresso Pan-americano de Serviço Social, realizado no chile em 1945.Apresentou em seu transcorrer três aspectos centrais: O Serviço Social na Indústria; O Intercâmbio interamericano; A formação para o Serviço Social, sendo o último o tema central do congresso.

O congresso se posiciona por um apoio decidido às entidades e programas pan-americanos e interamericanos relacionados à assistência. Como dito acima, as discussões serão travadas em relação ao tema formação para o Serviço Social. A partir de um padrão mínimo de exigências, procurou-se explicitar um padrão mínimo de exigências para a funcionalidade das escolas especializadas, deixando mais homogêneo estes elementos no âmbito latino-americano. A partir deste debate surgiram duas questões que influenciaram no surgimento da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS) e da Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS), estas foram a regulamentação do ensino e a luta pelo reconhecimento profissional.

Não havia uma temática central, mas na pauta estiveram seis grandes campos de debate, sendo estes o Serviço Social e Família, Serviço Social de Menores, Educação Popular e Lazeres, Serviço Social Médico, Serviço Social na Indústria, Agricultura e Comércio, e os Agentes do Serviço Social, que em si deram um grande número de assuntos. Neste momento em que o Estado e as empresas desenvolvem este aparato assistencial, surge então uma necessidade de atuação do assistente social, tendo em vista controlar a reprodução do proletariado urbano e atuar sobre as sequelas mais aberrantes do aumento de sua miséria relativa. A vastidão deste campo determina a existência para o Serviço Social, de um sem-número de frentes de atuação, cuja sistematização irá exigir um esforço prolongado.

Já o segundo congresso Pan-Americano de Serviço Social realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 2 e 9 de julho de 1949, teve como tema central “O Serviço Social e a Família”. Contando até mesmo com a presença do presidente da República Eurico Gaspar Dutra. Neste processo o Serviço Social é apresentado com funções bem mais amplas: “O Serviço Social é, portanto e ao mesmo tempo, um movimento de ordem econômica, de ordem moral e estrutural. Visa extirpar o pauperismo, visa trabalhar pela purificação dos costumes e visa dar a sociedade uma estrutura que melhor corresponde às exigências da natureza humana”.

Nas discussões travadas pelo meio profissional, duas assumiram a forma de confrontação, delimitando posições. A primeira se refere a tese defendida pela escola técnica de serviço social quanto a contribuição do serviço social para a solução dos problemas econômicos da família, e a outra ocorre nas discussões sobre formação para o serviço social que também neste congresso acabou por se tornar no tema central das discussões.

Através destes três congressos que se realizaram na década de 40, podemos ver os problemas recorrentes abordados, como a necessidade de se esclarecer o discurso sobre a profissão e o profissional, das áreas de atuação e de métodos e técnicas. Aparecem também muitas estratégias coerentes, mas que são esmagadas pela realidade, além de se notar também, a grande participação de pessoas que não são assistentes sociais. Podemos ver também uma grande presença do Estado, uma vez que começa a englobar a profissão.