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Consequências a Curto e Longo Prazo do Abuso Sexual

Por:   •  17/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  870 Palavras (4 Páginas)  •  1.217 Visualizações

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Consequências curto e longo prazo as vítimas abuso sexual infantil.

Segundo Ferrari e Vecina (2002), a violência intrafamiliar implica em uma compreensão histórico-psicossocial do indivíduo e da família, ou seja, como ocorrem as relações pai/mãe/filhos (as) e a forma de relacionamento entre esses membros. Dessa forma se a violência intrafamiliar é construída histórica, psicológica e socialmente, é impossível apontar uma única causa. É necessário observar características pessoais e circunstanciais dos membros envolvidos. Os reflexos do abuso podem ser notados tanto no presente como no futuro.

Segundo Ferrari e Vecina (2002), as consequências da violência são diversas e dependem: da idade da pessoa agredida e da que agride; do tipo de relação entre eles; da personalidade da vítima; da duração e da frequência da agressão; do tipo e da gravidade do ato e; da reação do ambiente. Consequências a curto prazo: problemas físicos; problemas no desenvolvimento das relações de apego e afeto; desenvolve reações de evitação e resistência ao apego; depressão e diminuição da auto- estima; distúrbios de conduta; alterações no desenvolvimento cognitivo; má percepção de si próprio; dificuldades na compreensão e aceitação das emoções do outro. Consequências a longo prazo: sequelas físicas; chances de serem pais abusadores no futuro; conduta delinquencial e comportamentos suicidas na adolescência; pode gerar conduta criminal violenta.

Segundo Silva (1998), a criança que sofreu ou sofre abuso apresenta alguns sinais, tais como: comportamento submisso, agressividade, pouco sociáveis, comportamento pseudomaduro, insinuação de atividade sexual, brincadeiras sexuais persistentes, chegam cedo a escola e saem tarde da mesma, incapacidade de concentração na escola e queda do rendimento, medo de pessoas do mesmo sexo do agressor, comportamento aparentemente sedutor com pessoas do mesmo sexo do agressor, fuga de casa, alterações no sono, automutilação, alterações na personalidade, transtorno de estresse pós traumático.

Segundo Gabel (1997), a criança percebe o seu corpo como profanado; há perda de integridade física; sensações novas foram despertadas, mas não integradas. A criança exprime a angústia de que algo se quebrou no interior de seu corpo. Queixas somáticas como mal-estar difuso, impressão de alteração física, persistência das sensações que lhe foram impingidas e dores nos ossos são frequentes. Podem ocorrer crises de falta de ar, desmaios, problemas relacionados à alimentação, como náuseas, vômitos, anorexia ou bulimia, que poderão assumir, posteriormente, o significado de recusa da feminilidade e a destruição do corpo (mutilação). À repugnância de si mesma pode se acrescentar rituais de “se lavar”, dermatoses provocadas por lesões consequentes do ato de se coçar, que podem levar até ao sangramento, sendo uma forma de pertencimento do corpo pela excitação, pelo prazer e sofrimento.

A violência sexual pode deixar sequelas orgânicas futuras que dificultam ou impedem a concretização do ato sexual. Por outro lado, há ainda as consequências psicológicas, que podem seguir aquela pessoa o resto da vida, podendo determinar um comportamento antissocial ou diferente. Possivelmente apresentará dificuldades de adaptação afetiva, como sentimento de culpa, “Se dá porque a criança participa de um “complô” de silêncio e costuma ser pressionada para nada revelar, sofrendo ameaças e porque teme o descrédito do adulto, comum nas relações adulto-criança” (BRAUN, 2002, p. 32).

Azevedo (2000) divide tais consequências em curto e longo prazo, onde os possíveis efeitos do abuso sexual a curto prazo na infância seriam problemas de ajustamento sexual, como a homossexualidade, preocupação com assuntos sexuais, masturbação excessiva, gravidez, promiscuidade, abuso sexual de crianças menores, entre outros. Problemas interpessoais, entre eles: pavor em relação a contato com adultos; busca crescente de afeição por parte dos adultos; interações dependentes e hostis com mulheres mais velhas; choque decorrente a reação dos pais à descoberta do abuso; entre outros. Há também os problemas educacionais, que são: dificuldade de aprendizagem; retardo mental e vadiagem, e outros sintomas psicológicos, como a culpa ou vergonha, perda da autoestima, atitude pessimista ou desumana, comportamento impulsivo e autodestrutivo, sintomas de nervosismo, tais como roer as unhas, entre outros.

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