Crítica Sobre o Livro O Príncipe de Maquiavel
Por: Henrique Brito • 19/11/2018 • Resenha • 1.371 Palavras (6 Páginas) • 238 Visualizações
Aluno: Henrique Brito Moura
Professora: Cristiane Almeida Marques Costa
Curso: MBA em Gestão Estratégica de Negócios
Matéria: Sustentabilidade e Ética nas Organizações
Data: 14/11/2018
A busca do poder político no Brasil:
A semelhança da política brasileira com a obra “O Príncipe”.
A política, tema que passou a ser tratado como uma ciência por Maquiavel, caminha sobre uma linha tênue no que diz respeito à ética. Desde os tempos mais antigos, principalmente no Brasil, o cidadão tem uma péssima visão a respeito do tema, por conta dos grandes escândalos em que a classe política sempre está presente.
No livro “O Príncipe” de Maquiavel, o autor tem como objetivo avaliar as formas de governo do período renascentista, não com utopias ou modelos ideais, e sim de forma comparativa com o que já foi ou estava sendo feito por governantes da época. O autor descreve desde os métodos de tomada do poder até as melhores formas de mantê-lo. Durante toda a leitura, dadas às proporções temporais, percebe-se que boa parte dos acontecimentos e ensinamentos contidos no livro ainda são percebidos na atual política brasileira.
Em praticamente todo o livro, o autor se posiciona de forma totalmente antiética para focar apenas no objetivo da manutenção de poder do governante, independente dos meios utilizados. Da maneira como Maquiavel expôs sua visão, percebe-se que o objetivo de um governante nunca era de proporcionar o melhor para a população, e sim, proporcionar apenas o necessário para que a mesma não ameace o seu governo.
Nos tempos atuais, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores exemplifica boa parte das ações propostas no livro, bem como, serve de parâmetro para as espécies de principados durante a sua estadia no poder máximo do país, a presidência da república.
Na chegada do PT ao poder em 2002, através de Luís Inácio Lula da Silva, pode-se comparar a república, naquele momento, como um Principado Misto. O país saiu das mãos de representantes tradicionais, para algo completamente novo, na época. De forma semelhante aos conselhos de Maquiavel, Lula chegou ao poder com a promessa de defender os menos fortes, e centralizou o governo em sua figura.
Com um governo novo em um país tão desigual na época, Lula conquistou a grande maioria pobre do Brasil, com ações que resultaram em empregos e geração de renda para essa parcela do povo. Também conseguiu a façanha de agradar os empresários, e enfraquecer os políticos poderosos.
Era um governo com todo o potencial de se tornar um exemplo de política em prol do povo, mas com o tempo, a percepção que o partido teve de que seria possível se perpetuar no poder, fez com que Lula passasse a governar para o projeto político do PT. A partir deste momento, o foco foi governar para a maior parcela votante, independente do desenvolvimento do país. Um bom exemplo foi o foco apenas no ensino superior, pois no curto prazo os universitários poderiam retribuir o apoio com votos. Outro exemplo foi a geração de crédito de forma descontrolada para a maioria pobre do país, sem se preocupar com a educação financeira ou capacidade de pagamento dos mesmos, fato este que também seria convertido em votos. Por outro lado, para garantir o financiamento do projeto, o governo criou esquemas de propina com grandes corporações, dando-lhes grandes vantagens financeiras em troca do poder econômico do partido. Dos exemplos citados, percebe-se a falta de ética em todos os casos, e a semelhança com as ideias de manutenção do governo contidas no livro.
Durante a jornada do partido, Lula não poderia ser reeleito em 2010 por força de lei, e de forma alusiva ao Principado Hereditário observado pelo autor, Dilma Rousseff “herdou” a vaga de presidente devido à popularidade do PT na época. Cabe ressaltar que, diferente do ano de 2002, onde o país vivia uma estabilidade econômica, Dilma encontrou uma realidade econômica já impactada negativamente pelas políticas populistas e irresponsáveis. Outro fator importante de acordo com Maquiavel, é a maior facilidade de se manter um Principado Hereditário.
Com maior irresponsabilidade que seu antecessor, Dilma passou a buscar a todo custo a popularidade do governo, desestabilizado de vez a economia brasileira, e de forma imoral, maquiando os impactos negativos para a vista da grande massa. Pode se dizer que durante esse governo o partido criou uma massa de manobra imensa através de voto de cabresto moderno, e enraizou a corrupção em todos os grandes setores do governo, como um câncer.
Mesmo com a população cada vez mais degradada, o projeto de poder continuava a ser prioridade, e nessa época, viu-se um presidente completamente desnorteado em seu governo.
Comparando com o capitulo sobre os secretários dos príncipes, um fator de extrema importância foi a diferença da matéria tratada pelos presidentes na era PT. De um lado, seguindo os ensinamentos do livro, mesmo com a figura de Lula centralizada no poder, ele possuía ministros e conselheiros de capacidade e confiança em cada área de seu governo. Já Dilma, pelo contrário, além de instituir ministros por trocas de favores visando alianças políticas, possuía conselheiros despreparados para tal função e não confiáveis.
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