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Cultura hip hop

Por:   •  26/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.793 Palavras (8 Páginas)  •  612 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA

CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Doratta Comunicação

Pesquisa sobre Rap

Sorocaba/SP

2015

FOLHA DE ROSTO

Autor: Beatriz Vargas dos Santos, Leila Padilha, Milena Perboni e Regis Bortolin

Título: Pesquisa sobre Rap

Pesquisa

Universidade de Sorocaba

Sorocaba-SP

2015 

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO  ............................................... 4

2 O INÍCIO DO RAP  ..........................................5

2.1 Anos 80: auge do Rap e mudanças ..........6

2.2 Movimento Rap no Brasil  ..........................7

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS  .......................... 10

REFERÊNCIAS  ................................................ 11


1 INTRODUÇÃO

A pesquisa elaborada é sobre o Rap, o foco foi entender sobre essa cultura, suas origens, sua evolução, a chegada do estilo musical no Brasil e seu alcance até os dias atuais.

O objetivo da pesquisa é mostrar a importância do Rap para nossa cultura, fazer com que as pessoas o entendam ao invés de julga-lo pelo que é dito na mídia que muitas vezes distorce a realidade.

2 O INÍCIO DO RAP

A termo RAP significa “rhythm and poetry” (ritmo e poesia). O RAP surgiu na Jamaica na década de 1960. Este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, mais especificamente para os bairros pobres de Nova York, no começo da década de 1970. Jovens de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao RAP.

 

O RAP tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras de música RAP. Geralmente, o RAP é cantado e tocado por uma dupla composta por um DJ, que fica responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por MC’s que se responsabilizam pela letra cantada. Quando o rap possui uma melodia, ganha o nome de hip hop.

No começo da década de 1980, muitos jovens norte-americanos, cansados da disc music,  começaram a mixar músicas, e criar sobre elas, arranjos específicos. As músicas de “James Brown”, por exemplo, já serviram de base para muitas músicas de rap. O MC (mestre de cerimônias) é o responsável pela integração entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto. Na atualidade os MCs utilizam como base, batidas de outras musicas extraídas pelos DJs, bases montadas eletronicamente ou ainda instrumentos tocados por músicos.

Inicialmente os temas das letras giravam em torno de assuntos como festas e diversões, porem aos poucos foram substituídas por outros temas como as desigualdades sociais e o combate ao racismo. Vinte anos depois, se tornou um dos estilos musicais mais populares em todo o mundo, sendo muito difundido principalmente nos EUA, na França, no Japão e no Brasil.

O primeiro disco de rap que se tem noticia, foi registrado em vinil e dirigido ao grande mercado por volta de 1978, contendo a célebre “King Tim” da banda do Fatback. Um dos estilos musicais que mais vendeu no mercado popular dos anos 1990 até o inicio da década de 2000.

2.1 ANOS 80: Auge do Rap e mudanças.

Na década de 1980, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem à novos gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap. Com letras marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap, representado por “Snoop Doggy Dogg”, “LL Cool J”,  “Sean Puffy Combs”, “Cypress Hill”, “Coolio” entre outros.
Nas letras do
Public Enemy, encontramos mensagens de cunho político e social, denunciando as injustiças e as dificuldades das populações menos favorecidas da sociedade norte-americana. É a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre. Cabe ao MC conectar a mixagem a um discurso poético, de teor social e político, o qual geralmente se opõe ao sistema vigente.

2.3 MOVIMENTO RAP NO BRASIL


A cultura Hip Hop, da qual o rap faz parte junto com o grafite e a dança break, deu o ar da sua graça no Brasil no começo dos anos 80 (poucos anos depois de seu surgimento, nos Estados Unidos), mais notadamente em São Paulo. Ela chegou pelas mãos das equipes que faziam os bailes soul e dos discos e revistas que começaram a ser vendidos em lojas nas galerias da Rua 24 de Maio, no Centro (mesmo local onde, na mesma época, encontravam-se os integrantes do nascente movimento punk). Os primeiros a aparecer foram os dançarinos de break que, expulsos pelos comerciantes e policiais da região, transferiram-se para a estação de metrô São Bento. Logo houve uma cisão entre esses breakers e os rappers (também conhecidos como tagarelas), que começavam a fazer seus versos e tiveram que se bandear para a Praça Roosevelt. Pouco tempo depois, eles se tornaram a facção mais forte e atuante do hip hop paulistano, levando até alguns breakers a tornarem-se rappers. 

O registro inicial do rap brasileiro é a coletânea Hip Hop Cultura de Rua (1988, Eldorado). Ela trouxe faixas dos grupos Thaíde e DJ Hum (produzidas por Nasi e André Jung, do grupo de rock Ira!), MC Jack, Código 13, entre outros. Debutava no Brasil o estilo musical baseado em falas ritmadas despejadas por cima de bases dançantes tiradas de discos de funk, com eventuais scratches (os arranhões, efeito que os DJs obtêm ao fazer o disco ir para frente e para trás no prato). No entanto, a estética discursiva típica do rap já havia sido usada, um ano antes, para a confecção de um grande sucesso de rádio: Kátia Flávia, que o carioca Fausto Fawcett gravou com os Robôs Efêmeros. Os scratches também já haviam aparecido em disco em Estação Primeira (87), da banda paulistana Gueto. 

Em 1988, outra coletânea de rap foi lançada em São Paulo: Consciência Black (primeiro disco do selo Zimbabwe). Nela, estava um grupo que daria muito o que falar nos anos seguintes: os Racionais MCs. Em suas duas músicas, Pânico na Zona Sul e Tempos Difíceis, Ice Blue, Mano Brown, Edy Rock e o DJ KlJay deram uma visão nada amenizada de como era dura a vida do jovem negro e pobre que mora na periferia paulistana, perdido entre o crime e a injustiça social. No começo dos anos 90, Thaíde e DJ Hum e os Racionais eram reconhecidos com os mais sérios e importantes nomes do rap paulistano, sempre envolvidos com campanhas de conscientização da juventude e movimentos de divulgação, unificação e promoção do hip hop no Brasil. 

Naquela mesma época, surgiu no Rio de Janeiro uma inesperada força do rap: o adolescente branco de classe média alta Gabriel Contino, vulgo Gabriel o Pensador, que estourou no final de 1992 nas rádios com a música “Tô Feliz, Matei o Presidente”, direcionada para Fernando Collor, que havia acabado de renunciar em meio a um processo de Impeachment por corrupção. Contratado por uma grande gravadora, ele voltou às FMs com músicas como “Lôraburrae Retrato de um Playboy”, que, apesar do tratamento mais pop da produção, traziam em suas letras violentas críticas aos costumes da abastada e deslumbrada juventude carioca. Pouco tempo depois, Gabriel (que sempre procurou estar ligado ao movimento hip hop), participou da primeira coletânea de rap carioca, “Tiro Incial”, da qual fez parte outro nome do qual se iria ouvir falar: o rapper MV Bill, da Cidade de Deus. 

Paralelamente, o rap se expandia para outras partes do Brasil, inspirando uma série de artistas, como o “Câmbio Negro e o GOG” (Brasília), o “Faces do Subúrbio” e o “Sistema X” (Recife, onde também surgiu o rapper-embolador Chico Science), da “Guedz e Piá” (Porto Alegre) e “Black Soul” (Belo Horizonte). Mais para o meio da década, o rap experimentou no Brasil suas primeiras fusões com o rock, em bandas como a carioca “Planet Hemp” (de Marcelo D2) e em grupos de rap que viraram banda, como o paulistano “Pavilhão 9” (referência ao local no presídio do Carandiru onde mais de 100 presos foram executados de uma vez só pela polícia) e “Câmbio Negro”. 

O grande momento do rap brasileiro, porém, foi em 1998, quando os “Racionais MCs” lançaram o disco “Sobrevivendo no Inferno”, a obra-prima do rap nacional, que ultrapassou a barreira da periferia paulistana com a música “Diário de um Detento”. Relato de um prisioneiro do Carandiru sobre a rotina e suas elucubrações no dia 1° de outubro de 1992 – ou seja, um dia antes do massacre. O videoclipe, gravado no próprio Carandiru, acompanhou em ritmo de documentário a arrepiante letra de Mano Brown. Acabou sendo escolhido pela audiência da MTV o melhor vídeo do ano. O disco, que ainda trazia músicas como “Jorge da Capadócia” (de Jorge Ben Jor), “Capítulo 4”, Versículo 3” e “Periferia é Periferia” (Em Qualquer Lugar), “Sobrevivendo no Inferno” vendeu mais de um milhão de cópias, recorde para um lançamento independente. Prova da incrível popularidade (e credibilidade) conquistada pelo grupo em maior grau, entre o público da periferias das grandes cidades brasileiras, ainda que a sua mensagem tenha tido alguma penetração entre a juventude branca de classe média. 

O sucesso dos “Racionais MCs” garantiu uma boa exposição para o rap brasileiro, levando as gravadoras a contratar mais e mais artistas do gênero no fim dos anos 90 (época em que o rap também esteve mais forte do que nunca nos Estados Unidos). “MV Bill”, apadrinhado dos Racionais, relançou seu disco de estreia “Mandando Fechado” com o título “Traficando Informação” pela gravadora Natasha, de Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso e no Free Jazz Festival de 1999, apresentou-se com o grupo de rap americano “The Roots”. “Marcelo D2” lançou seu primeiro disco solo, “Eu Tiro É Onda” (1998), que trouxe uma inspirada fusão de rap com samba. 

São Paulo, permaneceu sendo o grande foco da produção de rap no Brasil, com uma forte cena baseada em uma série de selos independentes. De lá, saíram nomes como “DMN”, “De Menos Crime”, “RZO”, “Xis e Dentinho” e os “Detentos do Rap”, formado por presidiários do Carandiru (cujo primeiro disco trazia a irônica inscrição: Contatos para shows: não disponível no momento). Aliás, a fascinação do rap pelo tema da criminalidade (expresso nos Estados Unidos na chamada vertente Gangsta Rap) levou uma série de artistas a gravarem, em 1999, um disco só com composições de um dos mais célebres bandidos cariocas, o ex-líder do tráfico José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha. 

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