DOUGLAS, Mary: Pureza E Perigo Capitulo 2. Profanação Secular
Casos: DOUGLAS, Mary: Pureza E Perigo Capitulo 2. Profanação Secular. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Guerra_F • 15/7/2014 • 946 Palavras (4 Páginas) • 1.224 Visualizações
Relatório de leitura
DOUGLAS, Mary: Pureza e Perigo
Capitulo 2. Profanação Secular
O termo “religião comparada” se refere ao campo do estudo que analisa as diferenças interpretativas de temas comuns, mitos, rituais e conceitos entre as religiões do mundo, este, segundo a autora, é comumente confundido com o materialismo médico, pensamento que reduz os conceitos de corpo, alma e espirito a fenômenos físicos. Contudo as abordagens médicas são infrutíferas. Analisando-as vamos dividi-la em duas categorias, há aqueles que afirmam que todos os ritos antigos tem uma boa base higiênica outros afirmam que nossas ideias sobre higienes são completamente diferentes das fantasias errôneas dos primitivos. Na primeira abordagem afirma-se que se tivéssemos acesso a todos os dados que embasam os rituais primitivos, entenderíamos a racionalidade dos mesmos.
É fato que vários costumes nos rituais são práticos, como tomar banho antes de se alimentar, ou não comer carne de porco, pode ter salvado milhares de judeus e islâmicos de doenças, mas reduzir Moises a um esclarecido administrador da saúde publica e não como um líder espiritual é um lastima. É perceptível que judeus europeus têm uma expectativa de vida maior e imunidade a pragas, para um exemplo mais modernos temos, o culto ioruba de uma divindade da varíola que requer que os pacientes sejam isolados e tratados somente por um sacerdote, ele mesmo restabelecido da doença e assim imune. Além disso, usam apenas a mão esquerda para coisas sujas e a direita para se alimentar, pois entendem o processo de contaminação do alimento.
Quanto a visão oposta, é lastimável por ser igualmente prejudicial ao entendimento do ritual. Nesta visão, nossos atos de lavar, escovar, isolar e desinfetar tem somente uma semelhança superficial, nos fazemos para matar germes, eles faziam para espantar os espíritos. Todavia, a semelhança entre alguns de nossos ritos simbólicos e nossas higiene é algumas vezes estranhamente estreita.
Na sociedade indiana isso é claro, há aquilo que não se pode tocar enquanto um intocável toca, e aquilo que não se pode tocar mesmo que o intocável não esteja mais tocando, a carne crua pode ser tocada por todas as castas, mas a cozida não, uma cozinheira, por exemplo, não pode de forma alguma experimentar o prato que cozinha, pois contaminaria o alimento, os Intocáveis não podem nem mesmo sentar na mesma fileira que um Havik e são comumente postos para comer do lado de fora.
Quanto mais aprofundado o estudos nestas regras e em outras similares, mais obvio se torna que estamos estudando sistemas simbólicos. Seria esta então a diferença entre poluição ritual e nossa ideia de sujeira, nossas sendo praticas e a deles só simbólicas? Nada disso, a autora passa a sustentar que nossas ideias de sujeira também expressam sistemas simbólicos e que a diferença em uma parte do mundo e em outra é somente uma questão de detalhe.
Há duas notáveis diferenças entre a ideia europeia contemporânea de profanação e aquelas das culturas primitivas, 1º evitar sujeira para nos é higiene ou estética e não é relacionada a nossa religião, 2º temos a noção da patogenia, mas vamos tentar pensar nos tempos mais antigos, há mais de 100 anos, vemos que a sujeira é um tópico inoportuno, sendo esta uma abordagem muito sugestiva. É tudo relativo. Sapatos não são em si sujos, mas é sujeira colocá-los em cima da mesa, utensílios de cozinha no quarto, ou objetos do banheiro na sala de estar. Resumidamente é poluição qualquer objeto ou ideia de confundir ou contradizer classificações ideais, que fazem que qualquer coisa perceptível por nos sejam organizadas em padrões, como observadores selecionamos quais os estímulos que nos interessam perceber. No caos cada um de nos constroem
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