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Desigualdade, Diversidade E Violencia Na Sociedade Brasileira

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Por:   •  29/5/2014  •  5.484 Palavras (22 Páginas)  •  242 Visualizações

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DESILGUALDADE, DIVERSIDADE E VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA

COMO A SOCIEDADE BRASILEIRA VEM REAGINDO A VIOLÊNCIA DECORRENTE DA QUESTÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

INTRODUÇÃO:

Ao ingressar no Curso de Serviço Social notamos que o primeiro desafio do aluno é o de repensar seus próprios conceitos dentro da realidade em que vive, aponta uma nova necessidade: a de reflexão sobre os mecanismos da vida social, sobre as idéias já “naturalizadas” e a obrigatoriedade de romper com paradigmas estabelecidos.

Neste momento, através da matéria de Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos desmistificamos a “ilusão de servir” conhecendo o surgimento da profissão, dentro do sistema capitalista que busca lucratividade a qualquer preço, as ferramentas utilizadas para que a classe dominante mantenha o poder e as diferenças sócio-econômicas que geram as demandas para a intervenção do assistente social, intervenção que nem sempre se mostra de que lado está.

A antropologia que identifica os quesitos históricos de cultura, estranhamento, o preconceito e a discriminação já instalados e a necessidade primeira de que o assistente social compreenda suas demandas sob o prisma do necessitado, dentro daquilo que o “outro” entende como necessidade e o respeito às culturas como um todo, preservando-se claro, os direitos humanos.

Em posse de todas estas informações temos agora uma revolução sobre nossos próprios pensamentos e conceitos estabelecidos, um conflito sobre o que julgávamos conhecer e tínhamos estabelecido um juízo de valor e este novo saber, como que “abre os nossos olhos” oferecendo um novo olhar às coisas que já existem.

Num contexto onde a exclusão social impera relacionada a restrições de renda, onde não se proporciona minimamente formas dignas de acesso à cidadania para a parte mais expressiva da sociedade brasileira, inclui-se a fragilidade ou a negação dos direitos, numa violência não apenas física, mas psicológica, uma violência moral, praticada contra aqueles que apresentam deficiências ou necessidades especiais.

No presente trabalho, procuramos analisar as origens dos preconceitos, das atitudes discriminatórias e identificar a violência gerada pela sociedade contra os portadores de deficiência. Outras formas de violência mais evidentes (discriminação racial, homofobia, por exemplo), por serem mais facilmente identificadas, o combate da sociedade na contenção de sua expansão também se mostram mais evidente, nos casos de violência velada, como em relação aos portadores de qualquer tipo de deficiência, tende-se “a fingir que não se viu” a falta de atenção ou o total descaso em relação as necessidades destes cidadãos.

Desenvolvimento

Entendem-se como portadores de deficiência ou necessidades especiais todo aquele que apresenta um caráter temporário ou permanente de significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, que acarretam em dificuldades em sua interação com o meio social, necessitando por isso de recursos especializados para desenvolver seu potencial e superar ou minimizar suas dificuldades (Bechtold & Weiss, 2005).

A dificuldade de entendimento das diferenças entre os seres humanos, durante toda a história da civilização, fez com que os diferentes fossem tratados de forma muitas vezes agressiva e confusa, ora gerando comportamentos discriminatórios, ora de acolhimento por pena ou compaixão. Muitos foram segregados, excluídos e em algumas culturas, exterminados; essa mesma falta de entendimento leva a própria pessoa diferente a assumir posturas de recolhimento, autopunição e agressividade.

Tão profundas são as questões relacionadas à deficiência que a Nova Genética, ao produzir estudos na sociedade capitalista global, visando maior qualidade de vida humana no sentido de prevenir doenças e evitar “riscos de deficiência”, pode estar criando uma reedição da eugenia, sob argumento de prevenção e controle doenças e deficiências herdadas, eliminando indivíduos “inferiores”, “de risco”, baseado não nas diferenças relacionadas à cor da pele, por exemplo, mas à herança genética e à possibilidade de deficiência física.

Em toda a história da humanidade, as reações sobre a diversidade entre as pessoas aparecem de formas variadas: desde o medo e repulsa até a curiosidade e o apreço (MAIR, 1984;LARAIA, 1986;Maggie, 1996), sendo que os parâmetros para as explicações sobre a diversidade humana sempre enfatizaram os aspectos “negativos” dos outros com base nas características físicas e culturais da sociedade ocidental branca e a esta atitude dá-se o nome de etnocentrismo.

Nos textos bíblicos as doenças, as deficiências (um coxo, um cego ou um leproso) são sempre associadas às imagens de impureza, ao pecado, ao castigo.

Na Mitologia Grega, Hefestos o único deus do Olimpo com deficiência, apresenta atributos pejorativos em relação à sua deformidade e aparência física e é expulso por Zeus, seu pai, exercendo atividades de trabalho, o que era muito mal visto pelo panteão.

O que fica evidente é que a deficiência foi sempre, histórica e simbolicamente, considerada fator de exclusão.

Desde a ascensão do capitalismo, onde ao homem era necessário operar máquinas, ter seu trabalho cada vez mais especializado, os deficientes que, algumas vezes eram acolhidos pela sociedade ou isolado em instituições (por terem adquirido sua deformidade no exercício em prol da comunidade), ainda assim, eram excluídos do seu direito de assumir seus deveres de cidadão.

Partindo desse princípio observamos que, a deficiência ainda que participante da formação da sociedade em todos os tempos gera, nos dias de hoje, sensações de rejeição e necessita de políticas públicas de proteção voltadas para a preservação e prática dos direitos dos diferentes, entendendo-se que suas necessidades decorrem de suas condições.

Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir, assim, a inclusão social das pessoas com deficiência visa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando seus direitos seja na Sociedade, do Estado e do Poder Público.

A declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948 relaciona os direitos humanos e da cidadania sejam eles Civis,

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