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Disciplina, Comunicação e Cidadania

Por:   •  5/3/2022  •  Resenha  •  634 Palavras (3 Páginas)  •  125 Visualizações

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Disciplina: Comunicação, Cidadania e Política

Isabella Marcos e Benevides - 19152459

Modernidade líquida

Bauman inicia o texto com a comparação da sociedade atual com o estado líquido da matéria, em que ambas possuem a condição de constante mutação e adequação às variações de pressão do meio. Ao contrário da solidez, que não consegue preencher um ambiente que não seja de sua forma. Segundo ele, a solidez das instituições sociais perde espaço, de modo cada vez mais acelerado, para o fenômeno de liquefação. De acordo com essa metáfora, a sociedade moderna líquida não se fixa a um espaço ou tempo, sempre propensos a mudanças e livres para experimentar algo novo. Assim, se manter em uma forma fixa não é tão fácil como simplesmente tomar nova forma, e tomar nova forma é fonte de força e invencibilidade, a adaptação ao ambiente é tirar o melhor dele para si, depois parte para a próxima forma.

Fluidez, maleabilidade, flexibilidade e a capacidade de moldar-se em relação a infinitas estruturas, são algumas características que o estado liquefeito conferirá às tantas esferas dos relacionamentos humanos. Com isso, vivemos em um tempo de transformações sociais aceleradas, nas quais as dissoluções  dos laços afetivos e sociais são o centro da questão, A liquefação dos sólidos explicita um tempo de desapego e provisoriedade, uma falsa sensação de liberdade que traz consigo o desamparo social em que se encontram os indivíduos moderno-líquidos.

O autor utiliza o termo “indivíduo” para se referir ao crescente processo de individualização. O desprendimento das redes de pertencimento social, inclusive a própria família, em paralelo com o processo de individualização como principal característica central da constituição de novas subjetividades. Nesse sentido, a cultura do Eu passa a se sobressair sobre a do Nós, e o relacionamento eu-outro passa a ter outro significado, o mercantil. Desse modo, são estabelecidos laços frágeis que têm a possibilidade de serem desfeitos frente a qualquer insatisfação de ambas as partes. Nesse contexto, pode-se perceber a valorização não somente dos serviços de cunho social (que na modernidade sólida eram direitos do cidadão), como as próprias parcerias humanas. Relacionamentos voláteis e fluidos remetem a uma falsa sensação de leveza e descompromisso, que é muitas vezes relacionada à liberdade individual. Entretanto, essa “liberdade” trouxe consigo a criação de novas patologias que atualmente são inerentes a modernidade líquida, como: depressão, solidão, ansiedade, desamparo e isolamento, têm se tornado cada vez mais comuns.

 Como consequência, se torna visível as exclusões de toda ordem como sintoma de uma perversa sensação de liberdade e desterritorialização. Aqueles que não se encaixam nos padrões ditados pela classe dominante baseada no capitalismo, vivem à margem da sociedade sem direito de escolhas, a não ser de uma afiliação desses desfavorecidos. Bauman acredita que há uma colonização do espaço público pelos interesses privados. A indiferenciação entre as esferas públicas e privada vem como mais um sintoma de esfacelamento dos limites entre individual e social, sendo este último, cada vez mais privatizado de forma a funcionar de acordo com as leis do mercado.

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