Educação e Movimentos Sociais – Em defesa da Política
Por: diovannaperes • 10/6/2016 • Resenha • 1.188 Palavras (5 Páginas) • 532 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - PEDAGOGIA
Educação e Movimentos Sociais – Professora Sonia Pereira Barretos
Síntese dos capítulos I a V do livro “Em defesa da Política” de Marco Aurélio Nogueira
Diovanna Martins Peres da Silva
O livro se inicia no preambulo que já traz a ideia principal questionada e discutida pelo o autor: de que a política é algo ruim, detestável, sem valor e o pensamento de que todos os políticos não prestam. Ideia e pensamentos esses presentes no senso comum. O autor propõe então defender a política e não os políticos ou as instituições que governam.
O capítulo I tem como temática principal a interpretação do autor sobre crise. O autor associa crise a um momento onde se vive uma “situação limite”, onde se “destrói e desorganiza” e onde são “suspensos ou postos em xeque os conceitos e ideias com que interpretamos o mundo”. Ele também caracteriza a crise como momento de transição e transformação onde o “velho” não consegue mais sustentar-se e o novo ainda não está “pronto” para guiar os pensamentos sobre a situação no presente. Quanto a crise politica, é dito que ocorre quando acontece o domínio do mercado sobre o Estado, o enfraquecimento das instituições e de princípios democráticos e de solidariedade. Outro ponto importante apresentado no capítulo e reforçado ao longo da leitura é da sensação que o cidadão tem de não participação na politica. De a mesma ser algo distante e exclusivo para técnicos, por conta da postura adotada pelos políticos na mídia e de como a mídia representa a mesma.
No capítulo seguinte os pontos principais abordados são alguns pontos que são parte da natureza da politica. Entre elas estão o poder, a dominação, o segredo, a sedução e outros. Quanto ao poder, o autor fala que este é “uma espécie de mola da política” e que não há como haver política sem poder, mais a frente o autor faz referencia a ambição pelo poder como algo que é, de forma geral, visto como negativo, mas que é essencial e inerente à política, o que é importante observar é quais ambições estão direcionando a busca pelo poder. Outro tópico bastante explorado é o da sedução: onde o político utiliza o cênico, o disfarce, o ser o que não é para atrair os governados. O autor cita Consta em uma colocação que explica bem o porquê deste aspecto ser parte da natureza da política: “Os povos gostam de espetáculo, e com o espetáculo dominamos seu espírito e coração”.
Outro aspecto bastante importante ainda no segundo capítulo são as definições de política apresentadas. O autor fala que a política é “algo que não pode se isolar num lugar exclusivo, desconectado do social abrangente. Ela é, na verdade, o principal instrumento para que se possa pensar o social como espaço organizado” e também “é luta apaixonada (...), aposta nas vantagens da comunidade” e é “referente ao que é comum”. Permeando esses conceitos é falado sobre a necessidade participação política de todos.
O capítulo III fala sobre a aquisição de informação e sobre o desenvolvimento de um pensamento crítico e dialético para se pensar sobre politica e exercer participação na mesma. O autor também discorre sobre a importância de refletir sobre as “múltiplas verdades” de forma crítica, compreendo que há sempre uma verdade mais apta a explicar alguns aspectos que outras, negando o relativismo absoluto, mas não rejeitando o valor das opiniões e perspectivas diversas. É apontado que o desenvolvimento deste pensamento crítico, que “bate-se permanentemente com a realidade: busca decifrá-la, alcançá-la por inteiro, reunificá-la” deve ser vivenciado na escola, mas que por vezes o que ocorre é exatamente o contrário.
Por fim, no final desse capítulo é salientado a impossibilidade da tecnocracia e da democracia estarem juntas como principais guias no desenvolvimento da política, pois a tecnocracia daria poder apenas aos técnicos e a democracia é exercida quando todos tem voz na sociedade.
No capítulo que segue, o autor apresenta aspectos que podem influenciar e impedir o desenvolvimento de uma “boa política”. Um deles é a falta de participação política do povo, pois em um país onde um grupo dominante que governa sem oposições ou sem enfrentar resistências, não há política viva. Outro destes fatores seriam as mazelas sociais e econômicas, outro seriam as próprias instituições da política, ou seja, as regras que gerem o jogo político, como o processo de votação e a composição de câmaras e assembleias, que quando desorganizadas, funcionam como fator que diminui a validade que a organização tem para os cidadãos. São outros fatores importantes ressaltados a ação governamental ou a postura dos dirigentes políticos, a educação e o sistema educacional, como comentado anteriormente e a cultura da época.
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