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Endividamento Das Familias Brasileiras

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Por:   •  2/10/2013  •  1.675 Palavras (7 Páginas)  •  878 Visualizações

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ENDIVIDAMENTO DAS FAMILIAS BRASILEIRAS

Seabra

2012

ENDIVIDAMENTO DAS FAMILIAS BRASILEIRAS

Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas do modulo I.

Orientadora: Prof. Giane Albiazzetti, Lisneia Rampazzo, Gleiton Lima e Rosane Malvezzi

Seabra

2012

INTRODUÇÃO

O Endividamento das famílias brasileiras está crescente e constitui um problema social que necessita, para sua compreensão e enfrentamento, da articulação de diversas disciplinas, como o Direito, a Psicologia, o Serviço Social, a Educação e a Economia. Por isso surpreende a escassa – em alguns casos, inexistente – problematização do mesmo pelosdiferentes campos de conhecimento no nosso país.

O endividamento excessivoacaba sendo apresentado como decorrente da “má-gestão” orçamentáriae da incapacidade dos consumidores de traçar previsões financeiras corretas ou como uma psicopatologia pessoal (uma compulsão por comprar, uma forma de adicção).

Tais fatores podem está associado a: uma cultura do consumo em nossa sociedade, o incremento da oferta de crédito – e a centralidade do endividamento no atual estágio do sistema capitalista –, o achatamento dos salários e/ou o aumento dos recursos necessários para prover a sobrevivência e fazer frente aos hábitos de consumo, a promoção – por vezes bastante agressiva – do consumo e do crédito na mídia em geral e na publicidade em especial, e a incorporação pelo mercado financeiro de segmentos potencialmente mais vulneráveis como os idosos/aposentados e a população de baixa renda, deixam de ser consideradas.

Por fim, o objetivo deste trabalho é oportunizar uma discussão a cerca dos impactos do endividamento das famílias brasileiras, por meio de uma análise teórica e empírica fundamentada em dados concretos.

DESENVOLVIMENTO

O levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC (A pesquisa entrevistou 18 mil consumidores em todas as capitais do país e no DF)define endividamento como a existência de um compromisso futuro de um pagamento, que não precisa estar necessariamente atrasado. De acordo com essa pesquisa o cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida seguido pelos carnês e pelo crédito pessoal.

A desaceleração do crescimento econômico e a menor criação de vagas no mercado de trabalho se refletem no comportamento das famílias. O estudo também aponta queda no percentual de famílias que dizem não ter condições de pagar suas contas ou dívidas atrasadas no próximo mês.

A renda média real do brasileiro cresceu nos últimos anos e o desemprego está baixo. Por que, então, a inadimplência está crescendo? Uma explicação é que com o crédito fácil e caro, muitas famílias brasileiras se atrapalharam no orçamento doméstico.

De acordo com a entrevista realizada o gerente do banco nos informou que a “a população está cada vez mais consumista, e não programa as compras de acordo com sua renda. Gasta mais do que ganha, ai vai pegar o limite docheque especial e exagera nas compras com o a utilização do cartão”.

Segundo os estudos realizados no campo, “essas pessoas são majoritariamente pessoas de renda mais baixa, até três salários mínimos, e estão lidando com o crédito sem uma prática, sem uma experiência anterior, e estão muitas vezes tendo dificuldade de lidar com o crédito a seu favor”.

O desemprego deixou de ser a principal causa de inadimplência no SCPC. Foi superado pelo descontrole dos gastos.A absorção dos produtos por parte dos consumidores pode ocorrer com a redução da poupança e/ou com o aumento da jornada pessoal de trabalho, mas essas vias são limitadas.

Cada dia que passa o sistema capitalista coloca as mercadorias a serem concebidas não apenas como objetos que viabilizam a satisfaçãode necessidades e desejos, mas como “senhas” que possibilitamidentidade, pertencimento e reconhecimento social. Em função disso, o consumo começou a ser considerado uma espécie de motor e matriz das relações sociais.

Lyra (2001) na época de seu escrito, o telefone celular como um instrumento de inclusão sócio-simbólica, sendo, por isso, desejado por todas as classes sociais urbanas. Hoje, depois de sua vertiginosa popularização, constata-se que os celulares perderam muito desse caráter.para acompanhar a lógica da sociedade de consumo, são continuamente incitados a fazer novas aquisições para poder se sentir reconhecidos socialmente.Nessa perspectiva, o sujeito, à medida que se constitui, também constrói o mundo social.

Os discursos acerca dos modos como se deve ser e proceder, do que fazer com o nosso corpo e com nossa alma são produzidos e reproduzidos, segundo Fischer (2000, p. 111), nos mais “diferentes campos de saber e práticas sociais, mas passam a existir ‘realmente’ desde o momento em que acontecem no espaço dos meios de comunicação”.

Segundo Bauman (2007), vivemos em uma sociedade de consumidores, aquela que interpela seus membros basicamente como consumidores, que os julga e avalia principalmente por sua capacidade e conduta relativa ao consumo. Assim, para ele, por um lado, temos os consumidores experientes, aqueles que se regozijam com o (cada vez mais rápido) descarte após o desfrute que objetos e pessoas podem proporcionar, e que estão sempre prontos a movimentar a economia. Por outro lado, encontramos os consumidores falhos ou fracassados, aqueles sem condições de lubrificar as rodas da economia de consumo. Para esses sujeitos, diz o autor, a exclusão social acontece de fato.

A democratização do crédito, de acordo com Frade e Magalhães (2006) teve sua origem nos EUA, onde primeiro deixou de ser sinônimo de pobreza ou prodigalidade. O crédito, primeiro lá e depois na Europa, passou a ser somente um meio para se adquirir bens. Segundo as autoras, o uso desse expediente para realizar compras resultou da expansão e densificação das necessidades e práticas de consumo. “O crédito está hoje fortemente associado a

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