Estudo De Gênero Resumo
Pesquisas Acadêmicas: Estudo De Gênero Resumo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alinegasoto • 2/6/2014 • 1.824 Palavras (8 Páginas) • 468 Visualizações
RESUMO DOS ESTUDOS DE GÊNERO
Os chamados “estudos de mulheres” se iniciam com os movimentos feministas que surge no século XIX/XX.
A primeira tendência teve como foco o movimento sufragista liderado por Bertha Lutz, o qual não questionava a opressão da mulher, a luta para a inclusão das mulheres à cidadania não se caracterizava pelo desejo de alteração das relações de gênero, mas como um complemento para o bom andamento da sociedade.
A segunda tendência de feminismo reúne uma gama heterogênea de mulheres (intelectuais, anarquistas, líderes operárias) que, além do político, defendem o direito à educação e falam em dominação masculina, abordam temas que para a época eram delicados, como, por exemplo, a sexualidade e o divórcio.
Já a Terceira Onda Feminista se apresentou como meio para corrigir as falhas e as lacunas deixadas pela fase do movimento que veio antes. A terceira fase procurou contestar as definições essencialistas da feminilidade que se apoiavam especialmente nas experiências vividas por mulheres brancas integrantes de uma classe média-alta da sociedade. A Terceira Onda Feminista é fortemente marcada por uma concepção pós-estruturalista, refletindo claramente abordagens micropolíticas preocupadas em responder o que é e o que não é bom para cada mulher.
O movimento feminista teve grande importância nos Estados Unidos e exerceu, de uma certa forma, uma influência internacional, e lá, o conceito de gênero foi introduzido na década de 70, em seu discurso teórico, através dos estudos da antropologia.
O primeiro destaque sobre o “estudo de mulheres” é a ruptura que faz sobre a idéia de naturalização biológica. Depois o outro ponto é a discussão da sexualidade e que nos traz a diferença entre essencialismo e construtivismo social.
Naturalização Biológica – Sexo = Biológico
A idéia inicial de que sexo se referia a anatomia e fisiologia dos corpos deixava o caminho aberto para interpretações de que as diferenças entre mulheres e homens no domínio cognitivo e comportamental, bem como as desigualdades sociais, poderiam decorrer de diferenças sexuais localizadas no cérebro, nos genes ou provocadas por hormônios etc. Para fazer frente a esse problema, muitos estudos feministas foram assinalando que as afirmações das ciências biológicas sobre os corpos femininos e masculinos.
Sexualidade – Gênero = Biológico e Cultural
O novo estudo de gênero agora propõe a ruptura radical de noção biológica de sexo. Privilegia metodologicamente as relações de gênero e afirma a transversalidade de gênero – a construção social de genro pode perpassar as mais diferentes áreas sociais.
Desde meados dos anos 1950, desenvolviam-se também estudos sobre homossexualidade nas ciências sociais e na história. Assim como os estudos sobre mulheres, tais estudos pioneiros procuravam romper com o essencialismo e com a perspectiva patologizante por parte da sexologia e da biomedicina, abordando a sexualidade como atividade humana que, como qualquer outra, possui aspectos sociais, passíveis de serem estudados.
O debate teórico atual em torno da sexualidade pode ser dividido entre duas abordagens e os seus desdobramentos: o essencialismo e o construtivismo social.
ESSENCIALISMO
As teorias essencialistas atribuíram a diferença e a construção da sexualidade e respectivamente ao gênero, uma idéia de “essencial’ ou algo inato que determinaria o sexo e comportamento social enquanto gênero.
A tradição Essencialista defende a idéia de que é a biologia que determina a essência masculina e feminina, de forma que os comportamentos humanos possam ser explicados em termos de hereditariedade genética e de funcionamento fisiológico.
CONSTRUTIVISMO SOCIAL
Segundo essa teoria, não existe nenhum tipo de determinação biológica para definição do gênero. Esse é uma construção social e hierárquica afetada e alterada pelas noções de tempo e espaço. Esse modelo coloca as relações de poder em xeque e é um grande problema para regimes totalitários que definem a mulher como ser inferior ao homem.
- Margaret Mead afirmou que o gênero é uma construção social e não resultante de uma base biológica, sendo a cultura a causa decisiva das variações das identidades de gênero.
- Simone de Beauvoir no seu livro "O Segundo Sexo", afirma "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino".
- Gayle Rubin que apresenta uma forte argumentação sobre sexualidade, reprodução e discussão de gênero. Segundo Rubin a sexualidade e o gênero eram fenômenos distintos que requeriam explicativas próprias mesmo que estes fossem inter-relacionados.
SUBORDINAÇÃO FEMININA
O conceito de gênero foi elaborado inicialmente num contexto aonde a diferença Sexual era a principal bandeira, direitos iguais, igualdade dos sexos, foi o que impulsionou o movimento feminista. Mas então foram surgindo indagações como “se a subordinação da mulher não é justa, nem natural, como se chegou e como se mantém?”.
Diversas correntes do pensamento vão afirmar que existe sim a subordinação feminina, mas que essa subordinação varia de como essa mulher foi construída socialmente.
O feminismo radical entende que os papeis desempenhados por homens e mulheres na reprodução da espécie são fatores fundamentais onde derivam as características que tornam possível a dominação e que as diferenças sociais, políticas e econômicas são resultado da maneira como os seres humanos se reproduzem. Ou seja, para libertar as mulheres é preciso derrotar o patriarcado, fazendo com que as mulheres adquirissem o controle sobre a reprodução, segundo a qual as mulheres são oprimidas por serem mulheres. Estas feministas argumentaram que a dominação masculina excluía as mulheres da historia, política, teorias e explicações sobre a realidade. Isso também gerou questionamentos sobre perspectivas do patriarcado dentro dos conceitos feministas. Assim surgem estudos sobre “mulher” e “gênero”.
Gayle Rubin uma dessas teóricas utiliza de Karl Marx, Levi-Strauss e Freud para definir seu conceito de Gênero/Sexo e tentar explicar a origem e natureza da opressão das mulheres.
Dentro do marxismo foi possível suscitar questões sobre a opressão de gênero e desigualdades
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